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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Notas sobre um novo tipo de rua que está a surgir

1) A rua é o território próprio do homem - afinal, ele trabalha e mantém a família, uma vez que a administração da casa fica aos encargos da mulher. Isso é a coisa mais natural do mundo - mesmo que a modernidade negue, isso é conforme o Todo que vem de Deus.

2) Com o advento da rede social, um novo conceito de rua surgiu: a rua virtual. Estando nessa rua, eu posso ir a qualquer do mundo, mesmo que eu esteja em casa - essa foi a única liberdade que me sobrou e foi a única que pude desfrutar, por força das circunstâncias. Nesta rua, o meu ofício é ser o operário da alta cultura, tão necessária para se edificar uma nação na conformidade com o Todo que vem de Deus. Cristo, a pedra rejeitada pelos judeus, tornou-se a pedra angular para os que receberam a missão que Ele nos deu em Ourique. À medida em que construo verdadeiros edifícios teóricos, que mais parecem as antigas catedrais européias, mais eu me ponho em construção. Afinal, eu me considero um operário em construção, pois teço o meu destino enquanto vou tecendo o imaginário da nação.

3) A rua virtual não é muito diferente da rua física - uma vez cumprido o meu trabalho, eu volto para a casa, ao desligar o computador. Fora da internet, volto para a realidade e passo meu tempo com a família. O dia em que eu for casado, poderei passar mais tempo com a minha esposa e com os meus filhos, que serão educados em casa, uma vez liberado o home-schooling. Se eles buscarem a vida intelectual, tal como eu busquei, nós poderemos viver próximos uns dos outros, tal como era antigamente. 

4) O trabalho do mundo moderno, fundado no amor ao dinheiro, não destruirá os laços familiares, pois a vida online, dentro de minha circunstância, me trouxe todos os elementos próprios da vida feudal, pois a economia tornou-se propriamente familiar - e a atividade intelectual é o fundamento da economia doméstica, pois faz da minha casa uma verdadeira empresa. Dentro da atividade intelectual que promovo, eu sou dono dos meus meios de produção: meu computador e meus livros. E à medida que for progredindo, eu posso adquirir uma casa um pouco melhor, de modo a que possa fazer um escritório mais adequado às minhas necessidades profissionais. Na internet, eu conhecerei arquitetos, engenheiros, médicos, advogados - e chegará um ponto em que encontrarei nos meus pares o contato perfeito para atender àquilo de que estou precisando. Jamais serei forçado a fazer negócios com estranhos, com desconhecidos, e suportar essa doença espiritual que vejo por aí: de que todas as religiões são boas e que cada um tem a sua verdade. E falatório dessa natureza é coisa corriqueira, onde quer que se vá - por isso que não quero mais me envolver com qualquer um, a não ser com aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

5) Enfim, de algum modo, estou vivendo o distributivismo, de uma maneira prática.

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