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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A literatura espanhola nasceu da tradição de se buscar a si própria

1) Há quem não veja nexo em um país sair para o mundo desconhecido de modo a se encontrar como nação, ainda mais em se tratando da Espanha, que tem uma rica tradição. Mas esse fato realmente aconteceu - basta nos reportarmos aos trabalhos de Ortega y Gasset sobre a inteligibilidade da Espanha, dentro de um contexto Europeu, cristão e ocidental, sobretudo num contexto de reconquista Ibérica.

2) A maior prova de Espanha estava em busca de si mesma ocorreu logo após a Reconquista: a Espanha sabia o que devia abraçar e rejeitar: era uma nação cristã e repudiava o islamismo. Para ser uma nação européia, ela precisava se pôr a serviço de Cristo, ainda que em terras distantes. Ainda que sem um mandato expresso do Altíssimo, como se deu em Ourique, ela ousou arriscar e construir um destino, ao tentar a sorte no desconhecido. Assim, nasceram as Espanhas, o mundo hispano.

3) Essa questão da busca de um sentido de tal modo a que país seja tomado como um lar é bem apontada no livro de Miguel de Cervantes. Em Dom Quixote, há sérias meditações sobre a questão da busca de um sentido autêntico de vida, de tal modo a que o país seja tomado como um lar, de maneira permanente e dentro da conformidade com o todo que vem de Deus. 

4) Isso era uma questão bem presente no imaginário do povo daquela época, marcado por tempos de incerteza - e isso terminou se tornando um clássico da literatura universal.

5) Seria sensato que se estudasse D. Quixote junto com Os Lusíadas. Aí vocês perceberiam a disparidade da mentalidade espanhola em face da portuguesa.

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