1) Há alguns artigos atrás, eu havia mencionado que alguns dos meus contatos me contam espontaneamente suas impressões acerca dos livros que digitalizo.
2) Essa é uma das partes mais gratificantes do meu trabalho, minha outra forma de ter ganho sobre a incerteza, pois coleto impressões autênticas do que meus contatos lêem. Com base nelas, vou analisando as coisas, a ponto de produzir artigos.
3) Posso também ler os livros por mim mesmo, mas a experiência me ensinou que as impressões autênticas de uma pessoa sincera são o melhor atalho a trilhar na busca pela informação. Tal como um batedor que desbrava o desconhecido, leitores dessa natureza sempre me enviam relatórios de inteligência, fazendo com que a leitura que eu faça do livro assuma um critério de verificabilidade, adotando assim uma natureza científica.
4.1) Enfim, ler, até certo ponto, é percorrer a trilha do choro e ranger de dentes (o trail of tears). Se minha melhor parte não estiver pronta para ler um livro, então é bom que não o faça, pois não estarei coletando impressões autênticas, mas conservando o que é conveniente e dissociado da verdade.
4.2) É como pegar a Cruz e seguir Jesus; é preciso estar presente para percorrer essa via crucis. Para o intelectual, é um dever de ofício, não um prazer; verdades, mesmo desagradáveis, precisam ser ditas - é por isso que livros são escritos e se tornam clássicos, pois verdades conhecidas são eternas e precisam ser observadas, obedecidas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 1º de julho de 2019.
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