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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Da natureza trinitária da expansão portuguesa

1) No processo de servir a Cristo em terras distantes, um governante vai promovendo o comércio entre os que estão sujeitos à sua proteção e autoridade com outros povos. Por meio dele, vai tomando conhecimento de notícias importantes: como o fato de ter havido um acordo onde houve trocas de tecnologia entre os povos locais daquele continente ou mesmo a mudança de governo de um determinado país daquele continente onde esse soberano tem uma embaixada.

2.1) Tendo em vista a promoção dos interesses do comércio, ele entende que é função de um governo que vive em conformidade com o Todo que vem de Deus povoar terras desabitadas próximas a esses povos de modo a estreitar o contato com eles. Manufaturas podem ser instaladas, a ponto de a mão-de-obra qualificada ir morar no local e consumir os insumos vindos da terra-mãe.

2.2.1) Esses povoamentos servem de intermédio entre o governo da terra-mãe e esses povos locais, a ponto de estabelecerem uma aliança entre eles e criar pontes que favoreçam a integração desses povos, a ponto de estarem sujeitos à proteção e autoridade de um mesmo governo onde a função precípua do governante é imitar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, enquanto Rei de todas as nações. 

2.2.2) Eis aí importância desses povoamentos - eles são o ponto de contato entre comércio e governo, a ponto de formar uma verdadeira trindade, pois a troca favorece a interação entre as culturas e a formação de um povo que tem o melhor desses dois mundos, coisa que se dá através do casamento dos melhores locais, através de suas filhas, com os melhores desse país que foi servir a Cristo em terras distantes, a ponto de não haver nessa nova terra uma divisão arbitrária que tome os povos locais como se fossem uns condenados, uns fracos que merecem ser destruídos, tal como se deu com todos aqueles que se lançaram aos mares em busca de vã glória, a ponto de fazer da riqueza sinal de salvação.

3.1) Se governar é povoar, então a rota comercial pelo mar é usada como estrada, ligando duas cidades de continentes diversos a um mesmo sistema de economia política que visa levar a todos os povos à pátria definitiva, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Afinal, a fé católica é universal e se estende a todos os povos do planeta - eis a globalização.

3.2.1) O governo de ultramar é mais do que uma embaixada - ele também é uma aduana, onde impostos são recolhidos visando a manutenção da defesa local, e uma grande biblioteca que registra os andamentos da política local e dos vizinhos. Qualquer acordo de amizade firmado por esse departamento de ultramar com esses vizinhos vai levar à aquisição de novas tecnologias, a ponto de estas serem exportadas para a metrópole, multiplicando e muito os ganhos sobre a incerteza, pois muito mais informação será conhecida daquela região, a ponto de uma melhor decisão política ser tomada, tendo em vista o bem comum de todos. Isso sem contar que isso favorece a uma expansão territorial de tal maneira que não é preciso disparar um único tiro para poder conquistá-lo, já que ele pode ser conquistado por de meio um casamento diplomático.

3.2.2) Quanto mais ganho sobre a incerteza se tem com o comércio, mais conhecimentos podem ser tirados a partir da dinâmica das trocas locais, favorecendo uma maior interdependência entre os povos, a ponto de o desenvolvimento local favorecer o desenvolvimento econômico de uma terra mais distante. Eis ai a base para se estudar as relações internacionais.

3.2.3) Não é à toa que esses departamentos se convertem em províncias, em principados e se tornam um só reino unido junto com a terra-mãe. Se o sol não se põe, então a Era de Ouro é permanente, enquanto esse povo for fiel na sua missão de servir a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de julho de 2019.

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