1) Para se chegar à excelência, tudo o que você precisa fazer é imitar alguém que trabalha muito bem - eis o seu paradigma.
2) O paradigma acorda cedo, é bom pai de família e vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, sem contar que se santifica através do trabalho. Se você imitá-lo em todos os seus aspectos, aí você poderá pleitear uma equiparação salarial. Quanto maior for a excelência do paradigma, mais desafiadora e mais difícil será a imitação.
3.1) Agora, no mundo fundado na riqueza como sinal de salvação, o paradigma não é uma pessoa de carne e osso, mas um modelo abstrato definido pela direção da empresa. E cada empresa tem o seu tipo de trabalhador ideal, a ponto de incorrer em subjetivismo.
3.2.1) A imitação, neste caso, deixa de ser caminho de excelência e se torna competição interna dentro do ambiente do trabalho, a ponto de o homem ser lobo do próprio homem. Quem pede equiparação salarial está pleiteando tal pedido com base nos princípios do igualitarismo e da impessoalidade, a ponto de tudo estar na empresa e nada estar fora da empresa, uma particularidade do princípio de que tudo está no Estado e nada pode estar fora do Estado ou contra o Estado.
3.2.2) No final das contas, a verdadeira imitação é esquecida, pois todos emulam o comportamento do cinismo, no âmbito da empresa, uma vez que esse comportamento fundado na riqueza como um sinal de salvação tem um fim em si mesmo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 14 de julho de 2019.
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