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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Do jornalismo como pirataria ética

1) George Orwell dizia, se não estou enganado, que jornalismo é publicar o que está escondido, enquanto todo o resto é publicidade, onde divulgar as coisas se funda no que é conveniente e dissociado da verdade - no caso, a riqueza tomada como sinal de salvação.

2.1) Há alguns anos, quando tomei conhecimento do livro O Brasil não foi colônia, eu fui ao site do IMUB e comprei o livro. 

2.2.1) Se eu tivsse tomado esta decisão para fazer a compra hoje, não conseguiria encontrar o livro no site do IMUB - nem o livro físico, nem o e-book. 

2.2.2) Se somarmos o fato de que o Brasil está sendo governado por Bolsonaro, eu vejo que Loryel Rocha está sonegando conhecimento, informação vital para se tomar o país como um lar em Cristo. A maior prova disso é que seus vídeos mais recentes são privados, reservados a um público seleto - sinal de que ele está conservando alguma coisa conveniente e dissociada da verdade.

3.1) Eis uma nova vertente para a digitalização: publicar o que se sonega de conveniente e dissociado da verdade, ainda que chamem isso de "pirataria". 

3.2) Certas publicações, por sua natureza, poderiam atingir um público mais amplo, mas são propositalmente postas em circulação num regime de porteira fechada, numa tentativa de se conspirar contra o público. Por isso, se uma cópia for adquirida, devemos digitalizá-la e levá-la a um público mais amplo, uma vez que a verdade pede isso, já que ela se impõe por si mesma. 

3.3) O sujeito que se vale da própria torpeza, pedindo indenização por pirataria, tem mais é que ser punido em razão disso. Como a justiça de nossos tempos está de costas para a verdade, não cabe aqui exercício arbitrário das próprias razões, se eu quiser fazer justiça com as próprias mãos. Afinal, estamos num tempo onde ou eliminamos os inimigos de Cristo ou somos eliminados - não há terceira via.

3.4) Dentro desse contexto, o verdadeiro jornalismo é pirataria ética - e a digitalização, neste aspecto, tem um quê de jornalismo. Como as digitalizações são feitas a base de fotos, trata-se de um ramo especial do fotojornalismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2020 (data da postagem original).

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domingo, 6 de setembro de 2020

Do que é feita a politéia?

1) A filosofia da crise tem seu sentido completo na Ciência da Cruz, tal como exposta em São João da Cruz.

2)  Nela ocorre uma crase, a junção de três coisas: crese, crise, e cruz. As três coisas formam uma só coisa que é distribuída a todo o povo, de modo a formar o kratos. Eis o fator democrático, enquanto aristocracia distribuída.

3) É quase um a, e i, o, u - ela nos aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus no seu grau mais básico. 

4) Para entendermos a politéia enquanto governo dos muitos virtuosos, membros da Igreja Militante que serve a Cristo em terras distantes, precisamos entender a filosofia da crise e a Ciência da Cruz, de modo a compreendermos a política enquanto continuação da trindade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2020.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Outras coisas que li no O Brasil não foi colônia

1.1) Segundo José Pedro Galvão de Sousa, não vigorou entre nós nenhum estatuto colonial, no sentido de nos colocar numa situação inferior a dos que nasceram em Portugal. Sempre tivemos os mesmos direitos que portugueses, pois sempre fomos considerados portugueses. 

1.2) Some-se a isso o fato de que o Estado do Brasil tinha símbolos próprios - se o Brasil fosse colônia, não poderia ter um símbolo que marcasse sua identidade local; as câmaras republicanas tinham autonomia para cuidar dos assuntos locais e podiam ter um exército local, verdadeiras milícias constituídas por gente local feitas de modo a proteger a localidade em caso de invasão de território. Isto explica porque o Brasil é grande. 

2.1) A coisa só foi mudar de figura quando D. Pedro I nos outorgou a carta de 1824 e começou a desmontar todo o sistema administrativo português sob a mentirosa a alegação de que o Brasil foi colônia, inspirados nas mentiras de seu mentor, José Bonifácio. 

2;2) O centralismo asfixiante nasceu nesta circunstância. E o Exército Brasileiro é o maior ícone do centralismo - ele foi responsável pelo desarmamento do povo ao longo da História, fora que toda sua tradição foi inventada, o que confirma a tese que o Brasil de 1822 é uma comunidade imaginada pela maçonaria, feita na contramão do que decorre de Ourique (basta vermos como Góes Monteiro e Dutra organizaram o processo de invenção de tradições durante a Era Vargas - há um trabalho que trata sobre isso: o Inventando tradições no Exército brasileiro: José Pessoa e a reforma da Escola Militar)

3) Toda uma idéia de identidade nacional começou a ser construída no Império de modo a esquecermos nossa herança portuguesa e a missão da qual somos herdeiros: a de servirmos a Cristo em terras distantes. Isso faz com que esqueçamos o heroísmo que foi feito de modo a povoar esta terra de modo a se servir a Cristo em terras distantes. O povo é realmente heróico, mas a história não está contada de maneira correta, pois nega o passado português. Há um quê de ideologia nessas homenagens (o positivismo dos militares é tão revolucionário quanto o comunismo). E precisamos ver o que não é visto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2020.

Comentários adicionais:

Fernando Braz: Como licenciado em História, sempre defendi Tito Lívio Ferreira e suas argumentações excepcionais. O Brasil nunca foi colônia, não nos termos como foram implementados por José Bonifácio e, tempos depois, seguido por Caio Prado e companhia.

Lilia Carvalho: Tito Lívio é lúcido e muito sagaz em toda sua narrativa. 1822 foi um jogo de interesses e até hoje o cidadão paga as consequências. Fomos, sim, a capital de um país europeu e nem naquela época tínhamos a cidadania portuguesa. Essa história precisa e deve ser repassada a limpo inclusive o papel do Exército em toda a dinâmica da formação do Estado brasileiro. Falo também como licenciada em História. Roberta Bukowski, leia esse texto.

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https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2014/01/sobre-as-fundacoes-logicas-da-patria.html

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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Considerações sobre as vilas, os burgos e o problema do espírito burguês

1) Entre o vicus e o pagus, há um estado intermediário de desenvolvimento civilizatório, o status villae

2) A vila tende a ser uma cidadela que depende de uma grande propriedade rural,o latifúndio romano, mais tarde chamado de feudo. Estas cidadelas, quando são fortificadas, são conhecidas como burgos.Daí chamamos de burgueses os que habitam essas cidades fortificadas.

3) Nessas cidades ocorre o beneficiamento da economia agrícola, a ponto de virar artesanato, a forma mais rudimentar de indústria que tem. Além da economia de transformação de matérias-primas em produtos de luxo, há toda uma economia de serviços que era desenvolvida nas guildas, nas corporações de ofício. Quem quisesse, podia aprender um ofício ou uma profissão - e se não tivesse dinheiro para a matrícula, pagava a formação com trabalho, a ponto de se tornar companheiro de uma das corporações da cidade, sempre guiado pelas ordens de um mestre ou grão-mestre.

4.1) Nessas vilas não havia escravidão - ninguém tinha direito de vida e de morte sobre um ser humano, uma vez que todos eram cristãos. O pagamento por meio de trabalho era usado como dação em pagamento no lugar do dinheiro - por isso, a servidão era freqüente. 

4.2) Os que eram solteiros e não tinham laços de servidão podiam casar. E conforme fossem progredindo através do trabalho, podiam legar seus bens às futuras gerações, que aprendiam o ofício de seus pais e continuavam do ponto onde a vida anterior parou. 

5) Esse ambiente protegido e livre fez com que os burgos crescessem e prosperassem. Muitos deles compraram cartas de franquia de seus feudos, tornando-se cidades-Estado independentes. O Florescimento Urbano e Comercial estava estabelecido, assim como se deu na Idade Média, a ponto de ser chamado de Renascimento Urbano e Comercial. Províncias podiam ser estabelecidas a partir dessas cidades prósperas, que se tornavam pequenas capitais, cidades-modelo para as demais.

6) Mas o progresso trouxe um problema: a perda do senso de aventura, do senso de nobreza, de lutar por aquilo que vale a pena, o senso de guerra justa. Por essa razão, o espírito burguês abomina a guerra, a aventura, o senso de servir a Cristo em terras distantes. O fechamento da alma burguesa leva ao paganismo e ao provincianismo - e isso leva certamente ao Renascimento do paganismo na Europa.

José Octavio Dettmann



terça-feira, 1 de setembro de 2020

Notas sobre política, alta cultura e tradição

1) Política é expressão da cultura e cultura é uma expressão do espírito.

2) Se deseja escrever sobre política, então escreva com base em cultura que aponta para o céu, para a conformidade com o Todo que vem de Deus. A verdadeira alta cultura sempre aponta para o alto, para o céu.

3) As coisas do Céu criaram um império de cultura, coisa que só existe no mundo português. Por isso não busque qualquer coisa - busque servir a Cristo em terras distantes. E o começo da missão se dá na própria da localidade, pois o próximo é o ponto de partida para o remoto.

4) Se você deseja política conservadora, busque os valores tradicionais luso-cristãos. Busque os valores do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - e não fique abraçando a mentira de que o Brasil foi colônia de Portugal, a ponto de trocar a sujeição ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem pela dos animais que mentem e que nos dominam, os mesmos que rejeitam a pedra angular que nos deu um sentido de vida.

José Octavio Dettmann

Do vereador como outro Cristo

1) Eu afirmei, em postagens anteriores, que a política é a continuação da trindade, enquanto messianismo de serviço.

2) Se política é vocação e se Cristo disse que é o caminho, a verdade e a vida, então, na qualidade de vereador, você deve agir como se fosse outro Cristo. Você deve morrer para si mesmo de modo que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem possa fazer santa habitação em você. Na qualidade de Cristo-príncipe de sua localidade, você deve servir aos necessitados de Cristo da localidade de modo que ela seja tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de ser um exemplo não só para a província, como também para o país inteiro.

3.1) Servindo localmente, você cumpre o propósito de servir a Cristo em terras distantes, uma vez que em Ourique Cristo criou um império de cultura global fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus - e Ele quer que Seu Santo Nome seja publicado no coração e na mente de povos que se encontram em terras muito distantes.

3.2) Este império, ao contrário dos demais, jamais perecerá, por se fundar no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem - é a teoria do Estado definitiva, por se fundar na verdade, enquanto fundamento da liberdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2020.

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Notas sobre um novo nicho de negócio que pode advir da greve dos correios

1) Em razão da minha experiência de atendimento com meu amigo Felipe Lamoglia, prefiro entregar o pedido pessoalmente, a ponto de fazer do cliente meu amigo. Não é à toa que neste primeiro momento, eu restringi a entrega dos livros à cidade do Rio de Janeiro e Niterói.

2.1) Sei muito bem como os Correios maltratam as mercadorias - por isso, prefiro não confiar meus bens a esta empresa maldita. Como tendo a tratar meus clientes como se fossem amigos, surgiu a oportunidade de viajar e levar os livros até os meus amigos que se encontram em terras distantes. Dessa forma, a relação de circulação de mercadorias assume caráter pessoal. 

2.2.1) Isso fará com que minhas viagens pelo país afora entregando livros e estreitando laços com os clientes tenham cada vez mais sentido, estimulando ainda mais meu senso de tomar cada canto do país como meu país em Cristo. 

2.2.2) Se meu cliente for tratado como amigo, posso passar um fim de semana na casa dele, enquanto fechamos a venda do material. Além do fim de semana, passamos a conhecer a cidade, bem como os sebos e as igrejas católicas locais. E o negócio do livro ganha a conotação de uma aventura, uma vez que estou servindo a Cristo em terras distantes, a ponto de fazer disso cultura de família.

3.1) Eis que surge um novo estilo de venda de livros onde o livreiro vai a lugares distantes de modo a atender a clientela de um lugar ou vários. 

3.2) Trata-se de uma relação de confiança, sobre a qual não cabe competição visto que cada pessoa é única - se o livreiro é confiável, a viagem do livreiro é paga, vários livros dele são comprados e muitas amizades ali são desenvolvidas. Um novo nicho de negócio e turismo pode surgir a partir daí.

4) Mais do que economia de mercado, trata-se de integração pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2020.