Silas Feitosa:
Nos EUA há um nível de racionalidade política muito superior ao dos políticos brasileiros, mesmo por parte dos democratas. Na pandemia, por exemplo, o governador do Estado de NY veio a público reconhecer que as medidas extremas do lockdown falharam. E disse isso no meio do experimento, prejudicando toda narrativa da esquerda.
No Brasil não há espaço para esse nível de clareza, nem de honestidade. O idiota do Dória afundou São Paulo, mas não recuou um centímetro na sua obstinação estúpida. Políticos mais à esquerda por lá também adotam políticas mais à direita, sobretudo na área da segurança, a qual eles chamam de “triangulação”.
Isso vem diminuindo, na medida em que políticos ideológicos ganham terreno, mas ainda é muito comum esse tipo de comportamento. Agora mesmo, o presidente eleito Donald Trump está contando com o apoio de adversários na sua política de deportação de imigrantes ilegais, principalmente de criminosos.
Fonte:
Dettmann: Faça uma análise dessa fala, levando em conta o conceito de triangulação. Se puder incluir bibliografia, fico muito agradecido.
Chat GPT:
A análise da fala do Silas Feitosa passa pela compreensão do conceito de triangulação política e sua aplicação no contexto americano e brasileiro. Esse conceito, introduzido no discurso político por Dick Morris, conselheiro de Bill Clinton, refere-se à estratégia de adotar políticas ou posturas que tradicionalmente pertencem ao campo ideológico oposto. Isso visa desarmar os críticos, ampliar a base de apoio político e projetar uma imagem de moderação.
Contexto Americano
Nos Estados Unidos, a triangulação se manifesta frequentemente como uma forma de comprometer elementos ideológicos rígidos em favor de uma governabilidade mais pragmática. Por exemplo:
Durante o governo de Bill Clinton, a triangulação foi evidente na adoção de medidas como a reforma da assistência social e políticas de austeridade fiscal, tradicionalmente associadas aos republicanos.
Mais recentemente, democratas como o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo mostraram um exemplo indireto de triangulação ao criticar o excesso de lockdowns, algo que ia contra a narrativa predominante da esquerda progressista.
Na visão de Feitosa, há um "nível de racionalidade política" superior nos EUA porque até os políticos de esquerda adotam posturas que, na prática, se assemelham a políticas conservadoras em algumas áreas, especialmente em segurança. Essa flexibilidade ou pragmatismo é a essência da triangulação, que busca o que é politicamente viável em vez de ideologicamente puro.
Contexto Brasileiro
A crítica ao Brasil, por outro lado, aponta a ausência de triangulação e a rigidez ideológica. O exemplo de João Dória, descrito na fala como "idiota", reflete uma leitura de obstinação política. Para Feitosa, Dória teria insistido nas políticas de lockdown sem admitir os fracassos ou ajustar sua estratégia. Aqui, o problema seria a intransigência ideológica, que inviabiliza mudanças ou concessões práticas, um traço que ele associa à política brasileira de forma geral.
Além disso, Feitosa destaca que a "honestidade intelectual" e a capacidade de assumir erros são raras no Brasil, o que, em sua visão, impede avanços políticos semelhantes aos americanos. Ele também critica a radicalização crescente, tanto no Brasil quanto nos EUA, que enfraquece a triangulação.
Perspectiva Crítica
Embora Feitosa valorize a triangulação como exemplo de racionalidade política, é importante destacar que a prática também tem limites e críticas:
Perda de Identidade Ideológica: Críticos da triangulação argumentam que ela pode levar à diluição de valores fundamentais, transformando partidos políticos em organizações que buscam o poder acima de qualquer princípio.
Polarização Crescente: A triangulação, como estratégia de neutralização de adversários, pode ser menos eficaz em contextos polarizados, como o atual cenário político nos EUA e no Brasil.
Além disso, o próprio exemplo de Cuomo como "honesto" ou pragmático é controverso. Cuomo enfrentou críticas pesadas por suas políticas e pelo manejo da pandemia, sugerindo que a triangulação pode ser percebida como mera estratégia de autopreservação, em vez de um compromisso genuíno com a verdade.
Bibliografia Recomendada
Para aprofundar a análise, seguem algumas obras que ajudam a contextualizar o conceito de triangulação e os fenômenos políticos subjacentes:
Morris, Dick: Power Plays: Win or Lose – How History’s Great Political Leaders Play the Game (1999).
Este livro explora a origem da triangulação e sua aplicação na política americana.
Levitsky, Steven, e Ziblatt, Daniel: Como as Democracias Morrem (2018).
A obra discute como as dinâmicas polarizadas afetam a democracia e a governabilidade, o que é relevante para entender as dificuldades da triangulação no Brasil e nos EUA.
Hunter, James Davison: Culture Wars: The Struggle to Define America (1991).
Examina os conflitos culturais e ideológicos que moldam o debate político nos EUA.
Santos, Wanderley Guilherme dos: O Ex-Leviatã Brasileiro: Do Estado Social à Crise Fiscal (2017).
Oferece uma visão sobre os dilemas do Estado brasileiro, ajudando a contextualizar as críticas à política local.
Laclau, Ernesto e Mouffe, Chantal: Hegemony and Socialist Strategy (1985).
Explora como estratégias hegemônicas, como a triangulação, operam em contextos políticos diversos.
Conclusão
A fala de Silas Feitosa elogia a flexibilidade política dos EUA como sinal de maturidade, em contraste com a rigidez e a polarização do Brasil. No entanto, a triangulação política, embora eficaz em muitos casos, enfrenta críticas tanto em termos de eficácia quanto de ética. A crescente radicalização ideológica pode ser um obstáculo à aplicação dessa estratégia em ambos os países. A leitura das obras sugeridas pode oferecer uma perspectiva mais aprofundada sobre as implicações dessa análise.
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