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domingo, 16 de agosto de 2020

Quando uma relação de compra e venda vira parceria - relatos da minha experiência pessoal

1) Hoje me apareceu um futuro doutorando que se interessou em comprar o livro José Bonifácio, O Falso Patriarca, além do livro de Assis Cintra, O Homem da Independência.

2) Durante a conversa, ele me contou que ele estava fazendo uma pesquisa mostrando como os maçons entraram no Brasil através da universidade de Coimbra, ao longo da Era Pombalina. Ele me disse que todos eles eram árcades - toda essa imagem bucólica poética que havia nas arcádias era um ensaio para a construção de comunidades imaginadas, feitas de modo a agradar ao ego inflado desses animais que mentem. Essas comunidades imaginadas seriam a prefiguração da cidade comunista ideal, a ponto de a cidade se tornar uma verdadeira favela arquitetônica, tal como é a Brasília, de Niemeyer.

3) O futuro doutorando me contou que Silva Alvarenga escreveu um poema árcade satírico chamado O Desertor, onde eles zombavam dos jesuítas da Universidade de Coimbra, que estavam sendo expulsos de Portugal e de seus domínios. Eles eram retratados como os arautos da ignorância e do obscurantismo.

4) Enfim, isto foi mais do que uma venda: trata-se de uma parceria acadêmica completa. Só o contato com este cliente já me trouxe ganho sobre a incerteza, mais do que a venda dos livros.

José Octavio Dettmann

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