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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Do mercador e do sacerdote - lições históricas de economia à luz da filosofia da crise de Mário Ferreira dos Santos

1) Dois cultos eram associados a Hades: o culto a Thanatos (o deus da morte) e Pluto (o deus do dinheiro).

2) Os mercadores da Grécia Antiga eram trabalhadores que induziam à sociedade a um comportamento concupiscente e crematístico. Eles praticavam a usura, a ponto de serem vistos como verdadeiros marginais. Eles, como os vendilhões do templo em Jerusalém, são a negação da filosofia.

3) Desde que Cristo derrotou Hades, houve uma revolução no comportamento ético do mercador. Ele passou a colaborar com a comunidade atravessando bens e serviços escassos - sua conduta era rigidamente controlada pela guilda dos mercadores, além de serem fortemente fiscalizados pelos príncipes das cidades, que estavam prontos a aplicar a doutrina do justo preço na sociedade.

4) Com a chegada de grandes quantidades de ouro da América, com a reforma protestante e com a presença cada vez maior de judeus na classe mercantil, o pecado começou a entrar novamente por esta classe de homens, a ponto de afetar a sociedade por completo. 

5.1) Se o amor de si até o desprezo de Deus faz os homens se dispersarem e perecerem por conta do fato de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, o que os leva a uma vida completamente destituída de sentido, por outro lado há uma classe de homens que agem tais como se fossem outros Cristos de tal maneira a reunir as ovelhas perdidas em razão do pecado. 

5.2) Se a autoridade aperfeiçoa a liberdade de muitos,  então os melhores escritos de economia sempre terão a salvação e a vida eterna como o maior objetivo de todas as coisas, uma vez que verdade conhecida é verdade obedecida, como diria Platão. 

5,3) Afinal, ele foi testemunha ocular da decadência da democracia grega e da maneira como mataram seu mestre Sócrates. E os prazeres da vida concupiscente levaram à sociedade de sua época à ruína, à completa falta de sentido, a ponto de deixar de existir historicamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2020.

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