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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Da conquista da Grécia e da idéia de trindade

1) Eu ouvi falar que na Grécia Antiga os gregos já criam na trindade: Zeus, Poseidon e Hades constituíam uma trindade.

2.1) Na verdade, não era bem uma trindade, mas um triunvirato de três deuses. 

2.2) Como esses deuses não tinham onisciência, na verdade eram seres humanos tornados deuses. E os deuses dos pagãos não passam de demônios. 

2.3) Por mais que houvesse coisas boas na mitologia, aquela era uma explicação provisória, uma verdade frágil - ela não resistiria ao surgimento da filosofia pré-socrática, onde a política na polis passou a ser a razão de ser da Grécia Clássica. 

2.4) O que não fazia sentido na mitologia começou a ser seriamente questionado. E ao invés de o erro ser consertado, ficou-se a fazer como os sofistas fizeram: a conservar o que era conveniente e dissociado da verdade.

3) Quando o cristianismo chegou à Grécia, a nova doutrina religiosa tomou a filosofia para si e a transformou em teologia. E a teologia se tornou arquitetura - a antiga mitologia, cujo panteão mais parecia uma maloca, deu lugar à uma Santa Habitação Celestial de modo a abrigar todos os amigos de Deus. Eis a cristologia como aperfeiçoamento da mitologia, a ponto de dar sentido a todas as coisas.

4.1) Cristo, ao descer até a mansão do mortos, derrotou Hades. Já que Cristo venceu a morte e como Ele e o pai são um só, então Zeus, o deus mais importante do Olimpo, foi destronado pelo verdadeiro Deus, o criador do Universo. Já Poseidon, o deus dos mares, foi substituído pelo Espírito Santo, uma vez que a ave no céu pode cruzar mares inteiros e ir a outros continentes em busca de condições melhores de vida. 

4.2) Como os seres humanos no ser em si são como aves, isso marcou a expansão da fé através conquista dos mares, a partir do senso de servir a Cristo em terras distantes. Assim a política dos descobrimentos se tornou a política enquanto continuação da trindade, essa unidade composta de três pessoas que sintetizam e resumem a essência divina, a verdade enquanto fundamento da liberdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2020.

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