1) Marco Aurélio, o último dos cinco bons imperadores romanos, disse em suas meditações que devemos estudar os impérios do passado, de modo a entendermos o movimento do presente e assim compreendermos o futuro. Este é o segredo da análise política, visando a previsão de eventos futuros.
2) Como a ciência e a técnica estão a serviço da ideologia e como nem todos têm acesso a fontes primárias ou sabem paleografia, a melhor forma de você contar o que você sabe é narrando histórias, na forma de literatura. Na ficção, você não é obrigado a provar o que você diz - e você fica livre para demonstrar, através da persuasão racional, as coisas de modo que elas façam sentido para quem lê.
3.1) Trata-se da retomada da História como um ramo da literatura. Você precisa reunir os cenários possíveis e torná-los possíveis de serem imaginados.
3.2) Afinal, tudo o que está na política é reflexo da literatura - por isso, a melhor solução para o estudo da ciência social é escrever ficções científicas de cunho histórico, econômico ou filosófico, coisa que não foi tentada antes.
3.3) Não busque inventar algo destituído de sentido para fazer ficção. Busque algo obedecido e conhecido e junte as histórias de modo que um cenário possível possa ser contado, ainda que isso não tenha de fato acontecido naquela época.
4) A História do Novo Mundo é muito maior do que os homens que viveram aqueles tempos e suas circunstâncias. É preciso se ver o que não se vê - por isso, o estudo da História como literatura especulativa ou imaginada pode dar uma dimensão muito maior do que o materialismo histórico. Eis a verdadeira ficção científica que deve ser perseguida.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2020.
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