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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Notas sobre arquitetura sagrada - da mitologia como explicação provisória do mundo até a chegada de Cristo, que deu sentido ao logos

1) O Antigo Testamento narra todo o caminho que foi preparado para a vinda do Adão definitivo, que substituiu o primeiro, pois este pecou. Por esta razão, o Antigo Testamento Hebraico contém toda uma explicação do mundo provisória, que seria revista quando o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem viesse.

2) O Antigo Testamento Hebraico tem mais ou menos o mesmo peso das mitologias grega e romana - explicações provisórias acerca da origem das coisas antes que chegasse o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que daria sentido a todas as coisas, a ponto de todos viverem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) A mitologia é a primeira habitação que se faz no Céu; a Cristologia é a arquitetura, a segunda construção que atualiza a primeira. Trata-se da obra do segundo Adão, que faz com que a construção original tenha seu sentido completo e acabado em Cristo. É a antropologia definitiva, o verdadeiro fundamento para se entender os homens, pois Cristo foi-nos igual a nós em tudo, menos no pecado. É a mônada, o dado irredutível da ciência.

4) Quando os cristãos converteram os gregos, eles estudaram mitologia, a filosofia e como o horizonte cosmológico grego começou a ser demolido a partir da retórica dos sofistas e de seu charlatanismo. Esse charlatanismo já estava degradando a polis.

5.1) A conversão dos gregos levaria não só a restauração da ordem do ser das coisas, tal como havia na mitologia antiga. Essa mitologia seria atualizada, pois ganharia seu completo sentido em Cristo Jesus, uma vez que muitas explicações provisórias dessa mitologia acerca da realidade apontam para a conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que Cristo venceu a morte e se tornou o novo Senhor do Olimpo.

5.2) Afinal ele era mais poderoso que esses deuses, pois era onisciente - por isso, mais humano que esses deuses, a ponto de ser o verdadeiro rosto do Deus vivo, o Deus da criação do universo.

José Octavio Dettmann

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