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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Meditações sobre a questão do lucro na economia salvífica

1) Se lucro é ganho sobre a incerteza, posto que este mundo é um vale de lágrimas, então ele não é a essência do negócio, mas o acidente, uma vez que o fim da empresa é servir ao próximo, não o fim em si mesmo, fundado no amor de si até o desprezo de Deus. Até você começar a ganhar dinheiro com a atividade econômica organizada que você monta, você certamente precisará alocar recursos que sejam capazes de dar subsídio a esta atividade por muito tempo até ela ser capaz de pagar-se por si mesma.

2.1) O momento em que a empresa começa a se autopagar se dá quando você já tem uma relação bem desenvolvida e articulada com a comunidade para a qual você serve. Quando você ganha a confiança dos seus clientes, aí você ganha legitimidade para crescer e diversificar seus negócios.

2.2) E quando você já tem dinheiro suficiente para crescer, aí você recebe a permissão de estabelecer mais um negócio a partir dos que administram a cidade de modo a aperfeiçoar a liberdade de muitos. E, para isso, você precisa convencê-los de que você pode atender a demanda da cidade neste aspecto, em particular. 

2.3) Este é um aspecto da política antiga - própria do Antigo Regime e anterior aos tempos do liberalismo - que se perdeu. É melhor ter uma permissão fundada na honra de bem servir, posto que se trata de uma conversa de Cristos que servem visando ao bem comum do povo, do que buscar a si mesmo, expandindo-se sem limite a ponto de matar os pequenos negócios, que em muitos casos constituem a razão de ser de famílias inteiras.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2020.

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