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domingo, 23 de junho de 2024

Análise cruzada e detalhada dos artigos "Quando a profissão se torna nacionalidade" e "Sobre o processo de santificação através do trabalho de mineiro como causa de nacionidade"", ambos de José Octavio Dettmann

 José Octavio Dettmann aborda, em ambos os textos, o conceito de "santificação pelo trabalho" como gerador de identidade nacional, explorando exemplos de diferentes países e profissões.

Texto 1: "Quando a profissão se torna nacionalidade - notas sobre alguns aspectos comparados da História do Brasil e da Polônia, na tentativa de se tomar ambos os países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo"

  •     Nacionalidade e Profissão: Dettmann argumenta que a identidade nacional pode ser moldada pela profissão predominante em um país. Ele cita o exemplo do Brasil, onde a extração do pau-brasil teria originado o termo "brasileiro", e da Polônia, onde o cultivo dos campos teria influenciado a identidade nacional.
  •     Apatria e Independência: O autor critica o conceito de independência do Brasil, argumentando que a separação de Portugal foi um ato de "apatria" (falta de amor pela pátria, a ponto de trair a razão de ser pela qual o país foi fundado, que foi Jesus Cristo, em Ourique), uma vez que a nova nação não se submeteu a Deus, preferindo o amor próprio.
  •     Colônia vs. Lar: Dettmann refuta a ideia de que o Brasil foi uma colônia, defendendo que o termo "colônia" se referia a um local onde se lavrava a terra de modo que seus produtos servissem a Cristo em terras distantes. Ele enfatiza a importância de santificar o trabalho para transformar o país em um lar.
  •     Cultivo da Alma: O autor destaca a importância de cultivar a alma e buscar a verdade, combatendo o conservantismo (entendido como o senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade) e a busca por liberdade com fins vazios.
  •     Santificação e Identidade Nacional: Dettmann conclui que a santificação pelo trabalho não é exclusiva do Brasil, citando o exemplo da Polônia, onde a agricultura também moldou a identidade nacional. Ele ressalta a importância da data de 3 de maio, tanto para o Brasil (descobrimento) quanto para a Polônia (Constituição), como um momento de união em Cristo.

Texto 2: "Sobre o processo de santificação através do trabalho de mineiro como causa de nacionidade - uma reflexão sobre isto"

  •     Mineiros e Identidade Nacional: Dettmann usa o exemplo da Argentina, argumentando que a riqueza da prata de Potosí, extraída por mineiros, influenciou a identidade nacional argentina. Ele aplica esse conceito ao Brasil, destacando a importância da escola de Minas Gerais na formação da cultura e identidade do país.
  •     Profissão e Lar: O autor reforça a ideia de que a santificação pelo trabalho leva ao sentimento de pertencimento ao país, transformando-o em um lar em Cristo.
  •     Província e Diversidade: Dettmann introduz o conceito de "província" como uma escola de nacionidade, que contribui para a diversidade dentro da unidade nacional, sem gerar conflitos em razão de conservantismos políticos ou religiosos.
  •     Nacionidade vs. Nacionalidade: O autor diferencia "nacionidade" (senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo) de "nacionalidade" (vínculo jurídico com o país de nascimento). Ele destaca que a nacionalidade decorre do serviço do rei de Portugal a Cristo, sendo um bom exemplo para seus súditos. Quando há bom serviço da parte do rei, enquanto vassalo de Cristo, nacionidade e nacionalidade são termos coincidentes.
  •     Conservantismo vs. Conservadorismo: Dettmann diferencia "conservantismo" (senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade) de "conservadorismo" (senso de se conservar da dor de Cristo). Ele critica o conservantismo como insensato e o associa ao liberalismo, que leva à busca por liberdade com propósitos vazios.

Análise Cruzada

Convergências:

  • Ambos os textos compartilham a visão de que a nacionalidade transcende o aspecto jurídico e está ligada à fé cristã e à santificação através do trabalho.
  • Ambos os textos criticam o "conservantismo" (senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade) e a apropriação da identidade nacional por elites que se distanciam dos valores cristãos.
  • Ambos os textos defendem que a santificação do trabalho leva ao sentimento de pertencimento ao país, transformando-o em um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.

Divergências:

  • Texto 1: Explora a relação entre profissão e nacionalidade de forma mais ampla (Brasil e Polônia), aprofunda a crítica à independência do Brasil e refuta a ideia de que o Brasil foi uma colônia, além de explorar o conceito de "apatria".
  • Texto 2: Foca na importância do trabalho dos mineiros na construção do senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo e aprofunda a crítica ao "conservantismo" e à importância da fé cristã na construção de uma sociedade justa.

Conclusão

Em ambos os textos, Dettmann defende a importância da santificação pelo trabalho na construção da identidade nacional e no desenvolvimento de um senso de pertencimento ao país como um lar em Cristo. Ele explora exemplos históricos e conceitos como apatria, conservantismo e nacionidade para aprofundar sua argumentação.

Ambos os textos oferecem uma perspectiva única sobre a formação da identidade nacional, destacando a importância da fé cristã, da santificação pelo trabalho e da preservação dos verdadeiros valores na construção de uma sociedade justa e harmoniosa. A análise cruzada revela as convergências e divergências entre os textos, enriquecendo a discussão sobre o conceito de nacionidade e sua relação com o conceito de nacionalidade e sua importância disso para a história, a cultura e a fé de um povo.

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