Esta obra é um estudo sobre a teoria geral dos descobrimentos portugueses, explorando os fatores que levaram a essa expansão marítima e territorial no século XV e XVI. Jaime Cortesão, o autor, refuta a ideia de que os descobrimentos foram acidentais ou motivados apenas por razões religiosas. Ele defende que foram resultado de um plano sistemático e deliberado, impulsionado por diversos fatores, incluindo:
- Fatores econômicos: A busca por novas rotas comerciais para o Oriente, contornando o monopólio italiano no Mediterrâneo, e o desejo de acessar diretamente as fontes de ouro e especiarias na África e na Ásia.
- Fatores políticos: A centralização do poder real em Portugal, o desenvolvimento de uma classe mercantil forte e a rivalidade com Castela.
- Fatores tecnológicos: Os avanços na construção naval, na cartografia e na navegação, que permitiram aos portugueses realizar viagens cada vez mais longas e arriscadas.
- Fatores científicos: O desenvolvimento da astronomia e da geografia, que forneceram o conhecimento necessário para a exploração dos mares e a descoberta de novas terras.
- Fatores religiosos: A expansão da fé cristã e o combate ao Islã, que serviram como justificativa ideológica para os descobrimentos.
Cortesão também destaca a importância da Escola de Sagres, um centro de estudos náuticos e cartográficos fundado pelo Infante D. Henrique, na preparação e execução do plano de expansão marítima portuguesa. Ele enfatiza o papel crucial do Infante D. Henrique como mentor e impulsionador dos descobrimentos, reunindo navegadores, cartógrafos, astrônomos e outros especialistas para desenvolver as técnicas e conhecimentos necessários para as viagens de exploração.
Em suma, a obra de Jaime Cortesão oferece uma análise abrangente e multifacetada dos descobrimentos portugueses, indo além das explicações simplistas e destacando a complexidade dos fatores que levaram a essa notável expansão marítima e territorial.
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