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segunda-feira, 24 de junho de 2024

Análise detalhada e cruzada das obras "Teoria Geral dos Decobrimentos Portugueses" (Jaime Cortesão), "A Primeira Página da História do Brasil (Carlos Sodré Lanna) e "O Brasil não foi colônia" (Tito Livio Ferreira)

Os textos analisados apresentam diferentes perspectivas sobre os descobrimentos e a colonização portuguesa.

Jaime Cortesão, em sua obra "Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses", refuta a ideia de que os descobrimentos foram acidentais ou motivados apenas pela busca por especiarias. Ele argumenta que foram resultado de um plano sistemático e deliberado, impulsionado por fatores econômicos, políticos, tecnológicos, científicos e religiosos. Cortesão destaca a importância da Escola de Sagres e do Infante D. Henrique nesse processo, enfatizando o papel da ciência e da tecnologia no planejamento e execução das viagens de exploração. Ele também discute o impacto dos descobrimentos, como a expansão do comércio global, o contato entre culturas e a colonização, que moldaram o mundo moderno.

Carlos Sodré Lanna, em "A Primeira Página da História do Brasil", apresenta uma visão providencialista dos descobrimentos, atribuindo a iniciativa e o sucesso da empreitada à vontade divina e à intervenção de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Ele destaca a Batalha de Ourique como um marco fundamental na história de Portugal, na qual Dom Afonso Henriques teria recebido a promessa divina de vitória e a missão de expandir a fé cristã. Lanna enfatiza o caráter religioso e missionário da expansão portuguesa, retratando os navegadores como soldados da Cruz que levaram o cristianismo a terras distantes.

Tito Lívio Ferreira, em "O Brasil não foi Colônia", contesta a narrativa tradicional da colonização portuguesa, argumentando que o Brasil não foi uma colônia no sentido usual do termo. Ele destaca que os brasileiros eram considerados portugueses, com os mesmos direitos e deveres, e que a administração do Brasil era baseada em um sistema de capitanias e vilas com autonomia local. Ferreira enfatiza que a relação entre Portugal e Brasil era de parceria e não de exploração, e que a cultura luso-brasileira se desenvolveu de forma integrada e harmoniosa.

Em suma, as três obras oferecem diferentes interpretações sobre os descobrimentos e a colonização portuguesa. Cortesão apresenta uma análise histórica e social, destacando os múltiplos fatores que impulsionaram a expansão marítima. Lanna apresenta uma visão religiosa e providencialista, enfatizando a missão divina de Portugal. Ferreira apresenta uma perspectiva jurídica e política, contestando a noção de que o Brasil foi uma colônia no sentido tradicional.

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