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terça-feira, 9 de abril de 2019

Do perigo de fazer de nossos méritos moeda de troca para a nossa salvação

1.1) Se a riqueza se torna sinal de salvação, então nossos méritos se tornam moeda de troca, pois tudo isso é fundado no homem rico no amor de si até o desprezo de Deus. 

1.2) Como esse homem basta a si mesmo e busca a própria felicidade em detrimento da verdade, daquilo que decorre da dor de Cristo, então ele não participa nos mistérios da criação, a ponto de constituir uma família e deixar um legado.

1.3.1) Por ser rico no amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna uma espécie de hermafrodita, andrógino, cujo papel na ordem social não está definido porque ele não tem um sexo definido.

1.3.2) Se não há papel social definido em razão do sexo e da idade, então não há divisão do trabalho.

1.3.3) Se não há divisão do trabalho, então o homem não pode ocupar-se, a ponto de se tornar um ser 
permanentemente ocioso. E por não ocupar-se, ele não poderá ter propriedade privada, decorrente do trabalho acumulado.

2.1) Por conta de não participar dos mistérios da criação, ele acaba perecendo, pois o indivíduo que não contribui para a comunidade não passa de um proletário - e essa era uma das figuras das desprezíveis que havia na sociedade romana, pois os proletários são vazios, por serem essencialmente individualistas. O pai que se furta dos deveres de ser pai deixa que o mundo crie os filhos, a ponto de reproduzirem a imagem dos que são ricos no amor de si até o desprezo de Deus.

2.2.1) Esse tipo de concepção de mundo que o liberalismo acaba gerando contribui para a abolição da família na sociedade.

2.2.2) Como o liberalismo é filho da Reforma Protestante, então podemos perceber o horror metafísico que o calvinismo em particular na ordem cosmológica das coisas. Isso tudo prepara para o comunismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de abril de 2019.

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