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domingo, 7 de abril de 2019

Das diferenças entre nacionismo e nacionalismo

A) Quanto ao seu fundamento:

1) Nacionismo: seu fundamento é tomar o país como um lar em Cristo.

2) Nacionalismo: seu fundamento é tomar o país como se fosse religião, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

B) Quanto ao trabalho:
1) Nacionismo: a santificação através do trabalho é uma das formas de se tomar o país como um lar em Cristo.

2) Nacionalismo: Tem relação umbilical com a ideologia trabalhista. Ele decorre da riqueza como sinal de salvação - dessa forma, para que tudo esteja no Estado e nada esteja fora dele, todos devem trabalhar de modo que contribuam para a maior glória desse Estado. E como disse Hegel, o Estado é instituição mais alta já criada pelo homem. Esse homem não é o animal que erra, mas o animal que mente, no sentido kantiano do termo.

C) Quanto à economia fundada no trabalho:

1) Nacionismo: a santificação através do trabalho é medida no tempo de Deus. Por isso mesmo, é capitalização.

2) Nacionalismo: A riqueza como sinal de salvação cria uma cultura onde os homens são divididos entre eleitos e condenados. E os ricos foram predestinados à riqueza e os pobres com a pobreza.

D) Quanto ao trabalho enquanto pilar da política

1) Nacionismo: A santificação através do trabalho enobrece. Se ela se tornar um pilar da política, então a democracia é basicamente aristocracia, distribuída através do exemplo de São José Operário. Se esse santo for sistematicamente imitado, então isso preparará a todos para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

2) Nacionalismo: Democratismo. O Estado tomado como se fosse religião se funda no governo do povo, pelo povo e para o povo, como se ele tivesse a voz de Deus. Se a riqueza se tornou sinal de salvação, a ponto de dividir homens entre eleitos e condenados, então não há santos entre nós. Por ser fruto de uma cosmovisão calvinista, então isso leva ao fim da nobreza e à proletarização geral da sociedade, o que é a pedra angular de todo governo totalitário. Calvino mesmo foi um déspota, em Genebra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de abril de 2019 (data da postagem original).

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