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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Do e-mail como base para uma rede social privada e da vida off-line como um projeto de vida alternativa

1) Quando estou na rua e desejo manter contato com alguém importante, a primeira coisa que peço a essa pessoa é o e-mail, não o whatsapp. Sou alguém que gosta mais de escrever do que de falar, sem mencionar que não quero dar a chance de alguém de me adicionar em algum grupo, uma vez que lido com indivíduos, não com coletivos.

2) Esses e-mails serão usados, mais cedo ou mais tarde, como mala direta, de modo que eu possa vender a esta pessoa os artigos e livros que produzo. Assim, poderei conseguir ter algum ganho sobre a incerteza.

3) Se a pessoa estiver interessada em debates ou quiser se encontrar comigo, aí eu dou meu whatsapp. Só após muita conversa é que aceito fazer parte dos grupos dos quais ela faz parte.

4.1) Se a pessoa for muito católica e estiver devidamente preparada para a guerra cultural, eu a adiciono ao facebook.

4.2) Ao contrário de muitos, não adiciono ninguém que conheço da rua por ali, uma vez que aquilo ali constitui verdadeiro cemitério de relacionamentos, verdadeiro vale de lágrimas virtuais, que podem se tornar reais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2020 (data da postagem original).

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