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sábado, 22 de fevereiro de 2020

Do carnaval em Portugal, comparado ao do Brasil

Todos os anos, a esta altura, começam os ataques sem sentido ao Carnaval. Ora se confunde excessos com pecados, ora se confunde aquilo que acidentalmente é feito com aquilo que se deveria fazer.

O Carnaval não é uma festa eclesiástica, mas também não é sua contrária, e pode assumir um espírito totalmente Cristão.

O Carnaval é a última festa antes do encerramento humano às coisas mundanas. A Quaresma - a ser levada a séria - era muito rigorosa. Imagine-se 40 dias sem carne, uma refeição por dia, sem qualquer festividade - casamentos, bailes, festas, música profana -, e ainda era aconselhado aos conjugues abster-se de certos afetos. Por isto, é que se permitia uns dias de excessividade para libertar a pressão com que habitualmente vivia e que iria sofrer na Quaresma, de modo que levasse este tempo o mais sério possível.

No contexto desta festividade, há três costumes que provam o espírito cristão. 1) O almoço da Terça-Feira Gorda; 2) o "diabo na rua"; 3) A queima do Entrudo.

1) O almoço que se fazia era de muito fausto. Mesmo nas casas pobres faziam-se esforços para levar à mesa carne de porco, frango, e vaca. Marcando desta forma a tal despedida.

2) Época de caos (o caos é fruto da desordem própria do Demônio) em que se trocavam os papéis sociais: os pobres se trajavam de ricos, e os ricos de pobres; as mulheres de homens, e os homens de mulheres. Em outras vezes, os homens mascaravam-se muitas vezes de forma arrepiante e faziam muitas travessuras - a perseguição às mulheres era a sua favorita. Esta concessão simbolizava o poder e império do demônio em que se mostrava que com o caos impossibilitava a ordem e justiça, e o império do diabo era passageiro, e destinado ao desterro (lembrando as tentações que Nosso Senhor teve depois da sua Quaresma...).

3) A queima de Entrudo simboliza a morte do ano anterior. E é também na Quaresma que a Igreja recomenda a contrição e o arrependimento dos nossos pecados. para na Páscoa nos unamos com sumo amor a Nosso Senhor. A queima do entrudo e a confissão dos nossos pecados tem uma ligação muito próxima, porque ambas, uma vez consumadas, ficam de vez esquecidos, como se nunca tivessem acontecido. Mas não é só: uma vez o entrudo queimado, lembra a todos os demais que somos como ele - pó e cinzas.

Telmo Pereira

Facebook, 22 de fevereiro de 2020.

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