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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Conversa com o meu pai, nos tempos de Natal

Meu pai me falou o seguinte:

_ Filho, dar dinheiro descaracteriza a noção de presente, pois você não é capaz de ligar a coisa à pessoa que te deu.

Eu respondi:

_ Hoje a coisa dada pode evocar boas lembranças, mas amanhã ela vai te lembrar de algo ruim, coisa que pode pesar mais do que todas as coisas boas que foram vividas, dadas as nossas circunstâncias atuais. Melhor mesmo que se dê dinheiro - quando a pessoa me dá dinheiro, ela me dá a liberdade dentro dos limites daquele valor. Além disso, dar dinheiro significa gratidão por conta dos serviços prestados, na tentativa de se tomar o país como se fosse um lar. O que vier a conquistar com base nos incentivos que recebo para fazer o que faço, tudo isso é coisa que me faz lembrar de Deus, pois Ele me deu esta missão que estou tentando cumprir da melhor forma possível. E se faço bem o meu trabalho, todas as coisas me serão dadas por acréscimo - basta fazer o que faço e Deus me recompensará, na forma de novos colaboradores e doadores. Essa me parece a melhor forma de se ligar a coisa a uma pessoa - eu a faço por conta de algo que faço, de algo bom que prestei àquela pessoa. Esse é o melhor presente que se pode dar.

E eu continuo:

_ Hoje estamos no tempo do advento, perto do Natal. Mas o que faço vai de janeiro a dezembro. Então, tudo o que receber ao longo do ano por conta do que faço eu tomarei como se fosse presente. Basta que as pessoas tenham senso de se comprometerem, ao colaborarem comigo de maneira permanente dando o quanto acharem justo, na medida de suas possibilidades. Se elas acham que o que faço é bom, elas me remunerarão bem pelo trabalho prestado. Melhor do que fixar um preço! Afinal, o valor de algo feito não é subjetivo? Ele é, mas é também objetivo, pois o que faço é conforme o Todo que vem de Deus e isso tem mais valor.

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