1) Como não tenho tanto domínio da doutrina católica - a ponto de fazer uma catequese tão boa quanto a do meu amigo João Damasceno -, então o que posso fazer é uma catequese por outro caminho: ensinando a língua portuguesa e a alta cultura decorrente de Ourique - e um desses produtos é a teoria da nacionidade que desenvolvi.
2.1) A razão pela qual digo isso é que o apátrida nascido no Brasil é como o judeu que rejeitou Jesus: teve tudo e não soube dar valor à herança que recebeu por nascimento. Como os judeus não deram valor, então a herança foi estendida aos pagãos, em Cristo Jesus, que souberam muito valorizá-la.
2.2.1) Como o americano não teve a sorte de ter seu território povoado pelos portugueses, então vou ensinar tudo aquilo que é rejeitado no Brasil.
2.2.2) Se os americanos tomarem o Brasil como um lar em Cristo por força de Ourique, então eles para mim são mais brasileiros do que os apátridas que nasceram no Brasil e que ficam tomando o Brasil como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
2.2.3) Quando a América se tornar lusitana, renunciando aos vícios da cultura anglo-saxã, então eles serão como os pagãos que receberam a herança em Cristo, rejeitada pelos judeus.
2.2.4.1) Serão partícipes melhores do que foi fundado em Ourique, servindo a Cristo em terras distantes, junto com Portugal.
2.2.4.2) Afinal, em Cristo poloneses são um povo mais fiel a Deus do que os judeus. Se Cristo enviou meus ancestrais em Ourique, então certamente os americanos serão mais fiéis à missão que os apátridas nascidos no Brasil.
3.1) É isso que precisa ser feito: formar os verdadeiros brasileiros na Lusitânia Dispersa. E como descendente de portugueses que sou, farei meu apostolado semeando consciência nos americanos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.2) Esta é a missão que me proponho, já que um bom profeta não tem valor em sua própria terra.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2018.
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