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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Notas sobre a nobreza civil

1.1) Nas cidades imperiais livres da Alemanha, o eleitor da cidade era o seu primeiro cidadão, um príncipe. Dependendo do quão desenvolvida fosse a cidade, maior era o ranking desse príncipe-eleitor na nobiliarquia.

1.2) Numa cidade como o Rio de Janeiro, por exemplo, somente uma pessoa da mais alta nobreza civil poderia ser o príncipe-eleitor da cidade, pois a cidade é uma metrópole nacional e foi capital do país.

1.3.1) Se alguém quiser ser parte da nobreza, então essa pessoa precisa servir muito bem ao povo para só depois pleitear o direito de ser parte da nobiliarquia municipal. Assim, ele poderá participar da vereança - e quanto maior a cidade, maior a exigência para ser vereador.

1.3.2) Como as cidades menores estão no interior, isso é uma maneira de fazer deslocar a população do litoral para o interior.

1.3.3) Por isso, os que querem chegar aos postos mais altos precisam ser ao povo das cidades menores para serem promovidos na hierarquia nobiliárquica. Eles precisam percorrer o caminho das honras (começam governando simples aldeias para só depois governarem grandes metrópoles nacionais).

1.3.4) O príncipe-eleitor do Rio de Janeiro, por exemplo, escolhe qual dentre as figuras mais proeminentes da cidade-Estado vai representar a província da Guanabara no Senado da República, enquanto a Assembléia, que representa o povo, escolhe os deputados federais, uma vez que a relação do deputado é uma relação mais com o povo do que com a nobreza.

2.1) A relação do príncipe-eleitor com o povo que está sob sua proteção e autoridade deve ser tal qual a do Rei de Portugal com os seus súditos: uma relação de cumplicidade.

2.2) O príncipe-eleitor da cidade é parte da nobreza civil, pois ele administra a cidade - e para isso ele precisa ser cidadão da cidade, ao determinar que seu domicílio é nesta cidade. Em muitos casos, este domicílio tende a ser necessário, uma vez que ele se torna um servidor público, pois ele, como homem, deve viver morrendo para si de modo que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem possa viver em nós, de modo a nunca ser esquecido, a ponto de se tornar uma cultura política.

2,3) Conforme vai desenvolvendo o lugarejo, a cidade vai sendo promovida de aldeia para vila, de vila para cidade, de cidade à cidade livre e depois a metrópole provincial, para só depois vir a ser metrópole nacional, podendo ser capital do país, dentre as metrópoles nacionais.

3.4.1) À medida que a cidade vai sendo promovida, o príncipe-eleitor é promovido na hierarquia nobiliárquica, percorrendo o caminho das honras.

3.4.2) O exemplo dele é deixado como legado aos descendentes, na forma de pontuação familiar - e à medida que essa pontuação vai sendo acumulada ao longo das gerações, um título de hierarquia superior na nobiliarquia poderá ser pleiteado - e com ele mais responsabilidades, mais poderes.

3.5.1) Se o príncipe-eleitor toma mais de um lugarejo como um mesmo lar em Cristo, de modo que os dois lugares dialoguem e progridam juntos, então ele pode fazer parte da nobreza provincial, que é o segundo escalão da nobreza civil.

3.5.2) Quando ele toma várias províncias como um mesmo lar, ele pode compor a nobreza federal. Ou seja, um membro da alta nobreza federal precisará de gerações com passado de servir aos mais diferentes lugares de modo que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. Ou seja, só os melhores dentre os melhores da nobreza civil poderão compor a chamada nobiliarquia federal.

5.1) Enfim, é percorrendo o caminho das honras desde baixo até o grau da nobreza civil, militar e eclesiástica que teremos dentre eles o melhor sucessor para aquele que é senhor dos senhor sendo dos servo dos servos de Cristo: D. Afonso Henriques.

5.2) Se não houver mais descendentes da casa de Avis, o melhor dentre os nobres será escolhido para assumir a realeza e assim se tornar Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. E para tonar-se soberano, ele precisa ser aclamado, pois Cristo deve ser visto na figura do novo Rei - e aí poderá começar uma dinastia nova.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2018 (data da postagem original).

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