1) O professor Olavo de Carvalho fala que não existe contabilidade cristã.
2) Se eu vejo nos meus clientes a figura de Cristo, enquanto consumidor de meus serviços, e se meus clientes vêem em mim a figura do Cristo servidor, então o fluxo de dinheiro decorrente da prestação de serviço terá um fim justo, de modo não só a aperfeiçoar o negócio, como também a ajudar os que estão necessitando de assistência, por meio da caridade, pois usará de mim, quando tiver tempo, para ajudar quem realmente necessita.
3.1) Ele está certo ao dizer que a técnica, ou mesmo a ciência, não deve ter ideologia. Tanto a ciência quanto a técnica são axiologicamente neutras, pois são meios para se chegar a um fim, a uma determinada destinação pretendida.
3.2.1) No entanto, ambas atenderão a sua adequada destinação se estiverem inseridas num contexto em que a riqueza não é vista como um sinal de salvação, a ponto de edificar liberdade com fins vazios.
3.2.2) A maior prova disso é a contabilidade, que permite o controle do fluxo de riqueza de modo que atinja uma destinação justa, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.2.3) Se a política organizada permite um ambiente de caridade sistemática - o que contribui para a edificação, conservação ou aprimoramento do bem comum - então a contabilidade tem sua razão de ser neste sentido, pois o empreendedor serve a todos os necessitados, se este vê a Cristo em todas as pessoas e enquanto aquelas vêem no empresário o Cristo servidor. Afinal, a iniciativa privada colabora com a iniciativa pública naquilo que não é próprio do Estado: bancar o empresário, tal costumamos ver por estas bandas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2018.
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