1) Nenhum sistema de escrita é completo o suficiente, a ponto reproduzir perfeitamente aquilo que vemos e percebemos de maneira não-verbal.
2) No mundo offline, o que você disser tem um peso - no mundo online, onde a escrita prevalece, o que você falar tem outro peso e está sujeito a diferentes tipos de interpretação, algumas em conformidade com o Todo que vem de Deus e outras fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.
3.1) Digamos que a pessoa numa conversa offline diga que o fato de o Padre Jacques Hamel ter cedido um terreno para a construção de uma mesquita, 16 anos de seu martírio, parte desta máxima: quem cria cobras, cedo ou tarde, termina sendo envenenado.
3.2.1) Isso dá a impressão de que o padre foi mal-intencionado, ao adotar a política de dialogar com gente que está disposta a praticar violência contra aqueles que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, e da vida pacífica fundada nisso decorre o bem comum, coisa que está atualmente em perigo - como se preferiu dialogar a se adotar uma postura de legítima defesa da fé, isso denota um agir pusilânime, coisa que se funda no conservantismo e que leva ao inferno.
3.2.2) Ora, se tomarmos os fatos como se fossem coisa, isso não observa as regras do catecismo, que manda que o bem comum seja protegido e que os agressores sejam impossibilitados de fazer o mal. Como não opor-se ao erro é aprová-lo, então isso acaba relativizando o martírio dele, a ponto de este ser acusado de montanista, de forjar o seu próprio martírio, que será voltado para o nada.
3.3) Por outro lado, há esta interpretação: o padre acolheu os islâmicos com coração puro: deu um terreno para construírem sua mesquita, fez tudo o que a Igreja tem mandado fazer, tomando por base o princípio da unidade transcendental das religiões, tal como se pratica desde cúpula, desde o advento dos papas pós-conciliares: dialogar com eles de modo a que fossem convertidos ao catolicismo. A resposta à bondade do padre foi a ingratidão e o martírio. Como estava celebrando missa, era como se Jesus tivesse sido decapitado por essa gente. Mais do que uma agressão ao padre, houve uma agressão à fé católica e aos sacramentos. E este é o verdadeiro fundamento do martírio do Padre. E com base neste fundamento que me revoltei com aquilo que foi exposto no ponto 3.1, justamente porque isto não estava devidamente fundamentado, além de passar uma má intenção do agente escrevente. Eu não tenho como julgar as intenções do padre, se foram boas ou ruins - como parto do pressuposto de que um padre ama a Deus de todo coração, a ponto de dar sua vida pelas ovelhas, então a tendência é tomar o padre como uma alma pura, vítima dessa gente demoníaca, esses maometanos.
4) No mundo da escrita, você não pode usar marcas ou expressões próprias da linguagem oral - este é um erro muito comum de quem usa a rede social, pois muitos tendem a escrever a primeira coisa que vêm à cabeça, como se estivessem falando. Na escrita, tudo deve ser fundamentado e explicado de modo a que não haja múltiplas interpretações, como de fato acabou acontecendo. Como não conheço o caráter de quem escreve, dado que a rede social é um ambiente impessoal, então não há como julgar se eu fui ou não injusto com a pessoa, pois estava amparado no benefício da dúvida, por conta de não fundamentarem bem a mensagem que se queria passar. Um texto mal fundamentado pode denunciar uma intenção maliciosa do agente escrevente. E na rede social não há como fazer ouvidos moucos - o que é produzido entre os ouvidos pode assustar, o que denuncia um péssimo caráter, mesmo que este esteja mascarado de polidez e postura requintada, refinada.
5) Estou dizendo essas coisas porque sou escritor e já escrevi quase 2400 artigos, ao longo de minha carreira. Eu sempre digo que a fala é o ato mais irracional que pratico - nela, posso falar tolices e bobagens, pois as palavras vão ao vento e são esquecidas. Com a escrita, eu não posso fazer isso - eu estou diante de um ouvinte onisciente. Aquilo que falar de ruim pode e será usado contra mim - e na minha timeline há gente atenta a tudo o que digo. Por isso que exerço este ofício com extrema responsabilidade - se todos agissem da forma como eu faço todos os dias, a rede social seria um microcosmos do que era a universidade na Idade Média. Mas não é isso que ocorre: isto aqui é um campo de batalha, uma trincheira usada na guerra cultural. Foi a única liberdade que me sobrou e uso esta prerrogativa sabiamente.
2) No mundo offline, o que você disser tem um peso - no mundo online, onde a escrita prevalece, o que você falar tem outro peso e está sujeito a diferentes tipos de interpretação, algumas em conformidade com o Todo que vem de Deus e outras fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.
3.1) Digamos que a pessoa numa conversa offline diga que o fato de o Padre Jacques Hamel ter cedido um terreno para a construção de uma mesquita, 16 anos de seu martírio, parte desta máxima: quem cria cobras, cedo ou tarde, termina sendo envenenado.
3.2.1) Isso dá a impressão de que o padre foi mal-intencionado, ao adotar a política de dialogar com gente que está disposta a praticar violência contra aqueles que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, e da vida pacífica fundada nisso decorre o bem comum, coisa que está atualmente em perigo - como se preferiu dialogar a se adotar uma postura de legítima defesa da fé, isso denota um agir pusilânime, coisa que se funda no conservantismo e que leva ao inferno.
3.2.2) Ora, se tomarmos os fatos como se fossem coisa, isso não observa as regras do catecismo, que manda que o bem comum seja protegido e que os agressores sejam impossibilitados de fazer o mal. Como não opor-se ao erro é aprová-lo, então isso acaba relativizando o martírio dele, a ponto de este ser acusado de montanista, de forjar o seu próprio martírio, que será voltado para o nada.
3.3) Por outro lado, há esta interpretação: o padre acolheu os islâmicos com coração puro: deu um terreno para construírem sua mesquita, fez tudo o que a Igreja tem mandado fazer, tomando por base o princípio da unidade transcendental das religiões, tal como se pratica desde cúpula, desde o advento dos papas pós-conciliares: dialogar com eles de modo a que fossem convertidos ao catolicismo. A resposta à bondade do padre foi a ingratidão e o martírio. Como estava celebrando missa, era como se Jesus tivesse sido decapitado por essa gente. Mais do que uma agressão ao padre, houve uma agressão à fé católica e aos sacramentos. E este é o verdadeiro fundamento do martírio do Padre. E com base neste fundamento que me revoltei com aquilo que foi exposto no ponto 3.1, justamente porque isto não estava devidamente fundamentado, além de passar uma má intenção do agente escrevente. Eu não tenho como julgar as intenções do padre, se foram boas ou ruins - como parto do pressuposto de que um padre ama a Deus de todo coração, a ponto de dar sua vida pelas ovelhas, então a tendência é tomar o padre como uma alma pura, vítima dessa gente demoníaca, esses maometanos.
4) No mundo da escrita, você não pode usar marcas ou expressões próprias da linguagem oral - este é um erro muito comum de quem usa a rede social, pois muitos tendem a escrever a primeira coisa que vêm à cabeça, como se estivessem falando. Na escrita, tudo deve ser fundamentado e explicado de modo a que não haja múltiplas interpretações, como de fato acabou acontecendo. Como não conheço o caráter de quem escreve, dado que a rede social é um ambiente impessoal, então não há como julgar se eu fui ou não injusto com a pessoa, pois estava amparado no benefício da dúvida, por conta de não fundamentarem bem a mensagem que se queria passar. Um texto mal fundamentado pode denunciar uma intenção maliciosa do agente escrevente. E na rede social não há como fazer ouvidos moucos - o que é produzido entre os ouvidos pode assustar, o que denuncia um péssimo caráter, mesmo que este esteja mascarado de polidez e postura requintada, refinada.
5) Estou dizendo essas coisas porque sou escritor e já escrevi quase 2400 artigos, ao longo de minha carreira. Eu sempre digo que a fala é o ato mais irracional que pratico - nela, posso falar tolices e bobagens, pois as palavras vão ao vento e são esquecidas. Com a escrita, eu não posso fazer isso - eu estou diante de um ouvinte onisciente. Aquilo que falar de ruim pode e será usado contra mim - e na minha timeline há gente atenta a tudo o que digo. Por isso que exerço este ofício com extrema responsabilidade - se todos agissem da forma como eu faço todos os dias, a rede social seria um microcosmos do que era a universidade na Idade Média. Mas não é isso que ocorre: isto aqui é um campo de batalha, uma trincheira usada na guerra cultural. Foi a única liberdade que me sobrou e uso esta prerrogativa sabiamente.
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