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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Inglaterra e Holanda fariam menos pelo Brasil do que Portugal fez

1) Há quem diga: "O centralismo burocrático, o enfado tributário e o protecionismo são males enraizados neste país desde o início da colonização portuguesa. Infelicidade do destino os ingleses ou holandeses não terem vencido Portugal durante as disputas coloniais do século XVII! O Brasil não precisa apenas ser recivilizado: deveria ser recolonizado."

Eu respondo:

2) O grande mal não está em Portugal. Muito pelo contrário, Portugal fez muito mais pelo Brasil do que a Inglaterra ou a Holanda fariam. 

3) Portugal cumpriu da melhor forma que pôde seus deveres de atender sua missão civilizatória que recebeu de Cristo, desde Ourique. Inglaterra e Holanda, por sua vez, romperam com Roma e regeram suas sociedades mais pelo amor ao dinheiro e ao poder absoluto da sabedoria humana dos reis do que aquilo que se funda na aliança permanente entre o altar e o trono. Esse amor ao dinheiro levou a Holanda à primeira grande crise econômica da História, fundada na sua mania em tulipas, e a desgraça de Henrique VIII produziu os EUA, nação filha de uma heresia. Se você ler Chesterton, perceberá que a sociedade americana é irremediavelmente perdida, pois ela abraçou, logo após a independência, o amor ao dinheiro, que é um dos nefastos legados dos holandeses que fundaram Nova Amsterdam (atual Nova York).

4) Além disso, Portugal nos séculos XVI, XVII e XVIII era uma sociedade próspera e influente. Mais avançada que a sociedade alemã da mesma época, que só foi progredir somente a partir do século XIX.

5) A Insurreição Pernambucana foi feita contra o invasor Holandês, que estava a perseguir os católicos, pois os holandeses são protestantes e os protestantes é quem queimavam hereges e bruxas na fogueira, seja na América, seja nos países onde o protestantismo é forte, sem dar chance de defesa às suas vítimas. A Igreja Católica sempre procurou dar a quem era acusado de heresia ampla defesa. Por isso, muito poucas execuções houve.

6) Os portugueses ensinaram os índios a plantar árvores, como parte essencial do escambo, pois a mão que produz é a mesma mão que preserva. O rei português sempre se preocupou em evangelizar esta terra e em salvar esta gente nativa, tal como apontado na carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rey D. Manuel I - e os jesuítas integraram o índio como parte da nossa sociedade. Os holandeses e ingleses sempre trataram os indígenas como condenados, enquanto eles eram os "eleitos", pois estes, os puritanos, eram produto direto das heresias de Calvino. E tempos depois surgiu uma doutrina chamada destino manifesto - e os índios americanos foram massacrados por conta dessa maldita cultura protestante, que sempre norteou a América.

6) Dizer que a Holanda e a Inglaterra seriam coisas boas para o Brasil é assumir a apatria. É desconhecer por completo o que Jesus fez em Ourique por todos nós.

7) Além disso, no tempo da busca por um caminho marítimo para as Índias, Jaime Cortesão, em sua Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses, apontou que o descobridor do caminho e do contato com o lendário Preste João receberia pelas boas graças de Deus o monopólio do comércio com o Oriente. E isso foi medida papal urgente, pois a Europa estava ameaçada pela tomada dos otomanos, desde a queda de Constantinopla, em 1453. E uma Cruzada se fazia necessária - e o Brasil nasceu neste contexto de Cruzada.

8) Além disso, esse negócio de liberdade dos mares, proposto por Hugo Grotius, condiz muito bem com o objetivo de se atentar contra a autoridade da Igreja da época, pois foi um privilégio concedido a Portugal pelos relevantes serviços prestados a Igreja. Pois Portugal soube casar sua busca por soberania à missão universal de servir a Cristo - e isso é a gênese de se edificar uma civilização a ser tomada como um lar, em Cristo.

9) Enfim, nada que decorra da contestação da sagrada autoridade da Igreja merece ser ouvido, pois não se funda em boa razão.

10) O Brasil não precisa ser recolonizado - até porque o Brasil nunca foi colônia, mas um Estado, um vice-reinado, que foi vassalo a Portugal, que tinha suas próprias terras, suas leis, seus costumes e agia em serviço de Portugal, que serviu a Cristo - e serviu tão bem a Portugal que foi elevado como parte de um Reino Unido. O Brasil precisa é restaurar o sentido pelo qual foi fundado. Ele precisa voltar a Ourique e promover uma reconciliação urgente com Portugal. 

11) A grande desgraça que se abateu sobre esta terra começou quando as idéias liberais começaram a entrar no território, seja pelo Pará ou pela Bahia, por volta de 1820. Idéias derivadas da revolução francesa, aquela mesma que matou muitos católicos na guilhotina e que foi inspirada por muitos maçons. Estas idéias fizeram portugueses e brasileiros se jogarem uns contra os outros, pois se incutiu entre nós a idéia de se ver o português como um "usurpador" que preteria o filho desta terra, o que não é bom.

12) Maçonaria, mentalidade revolucionária e desobediência sistemática à pátria do céu é o que move o mundo desde o século XVI. E Portugal é a maior prova de uma civilização que se construiu em torno de seu sim a Cristo.

13) Enfim, quem me declara isto que vá estudar mais a História de Portugal e do Brasil e menos esses livrinhos libertários de quinta categoria. Até parece que quem profere esta opinião não lê 40 livros por ano. Pois falar o que se diz aí é tão nulo quanto o que profere um professor marxista de colégio todo santo dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2014 (data da postagem original).

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