1) Uma das maiores
tragédias deste país é que as pessoas não se sentem obrigadas, quando estudam
em universidades públicas, a devolver, em trabalho concreto, tudo aquilo que
aprenderam nas universidades públicas, que são mantidas por todos nós através
dos impostos.
2) Uma das razões para isso
é que o marxismo está lá dentro destas instituições pervertendo tudo - ele
precisa ser banido, pois é a causa que fomenta a ignorância sistemática da
população e, ao mesmo tempo, é a causa para que o Estado seja tomado como religião,
a ponto de destruir o sentido da nossa pátria tomada como se fosse um lar.
3) Um dos indícios de se
tomar a pátria como um lar está no ensino sério e responsável, que dá causa
para que as pessoas se sintam preparadas, de modo a bem servir seus semelhantes,
seja em âmbito público e privado.
4) O fato é que o serviço
público deve ser encarado como um estágio necessário de modo a se servir seus
semelhantes bem no âmbito privado, pois a noção de vida comunitária e de
sociedade de confiança necessita ser instaurada e distribuída. Não pode haver
boa vida privada sem uma boa vida pública como modelo - pelo menos, é o que
vemos na Família Imperial, cuja presença é distribuída à Pátria, através dos
funcionários públicos que regem a coisa pública em seu nome. É assim que a
nobreza se distribui entre nós, pois todos temos a chance de servir à pátria,
quando optamos por estudar nas universidades públicas.
5) Uma reforma do Estado
certamente passará necessariamente pela reforma do ensino nas universidades
públicas.
6) Como historicamente as
universidades públicas sempre foram usadas para se formar membros que pudessem
compor os quadros da administração pública nacional, então seria muito sensato
que os alunos, uma vez formados, ficassem sob servidão contratual por quatro a
7 anos, de modo a devolver tudo aquilo que de bom aprenderam nas universidades
públicas.
7) Na minha época de
estudante, o custo médio de um aluno universitário na universidade federal era
orçado em 13 mil reais mensais => como cursei 7 anos, a minha dívida seria
de 1 milhão e 92 mil reais - e o pagamento disso podia ser feito através de 7
anos como procurador do Estado, atuando em causas públicas, até o pagamento de
todas as dívidas. E se fizesse bem o meu papel, eu poderia ser tornado
procurador efetivo. Ao pagar a minha dívida trabalhando, o meu trabalho é
avaliado e devidamente reconhecido - e isso é bem melhor que um concurso
público da vida, pois estou fazendo o que realmente interessa: estou metendo a
mão na massa.
8) Se os servos prestarem
bem seu serviço, merecem bem o sustento. Findo o prazo, eles podem ficar, se
tornando trabalhadores livres e profissionais, ou podem ir para a iniciativa
privada para explorar outras áreas, munidas de todas as experiências
profissionais necessárias. Isso sem contar os contatos pessoais e profissionais
que são adquiridos ao longo da vida de servidão. Pois a servidão, no sentido
medieval e cristão, é pedagógica: ela te prepara para a vida livre e
responsável. A servidão mata a impessoalidade e a indiferença deste mundo
moderno, que são cânceres. Uma pessoa necessita de vínculos de modo a tomar seu
país como um lar.
9) Além de preencher o
quadro deficitário, resolve o problema do inchamento público, pois não será
mais a companheirada que exercerá os quadros de confiança, mas sim quem mete
mesmo a mão na massa.
10) Além disso, resolve o
problema da crise de vocações, pois não será mais necessário ter que se
corromper para poder ser funcionário público. E nem será necessário buscar a
vida no serviço público como um fim em si mesmo, de modo a ter um bom padrão de
vida.
11) Quando o problema da
impessoalidade e da indiferença, decorrentes da cultura do diploma, forem
resolvidos, porque dão causa à vadiagem sistemática, aí o funcionalismo público
será buscado como uma opção de vida como outra qualquer e nunca como uma
necessidade fundada numa crise de vocações, onde tudo se resume a carreirismo
público como sendo o único meio de subsistência e sobrevivência legítimo,
justamente por termos uma ordem privada ruim.
12)
Se o serviço público for tomado como um estágio para se aprender a bem servir
aos seus semelhantes na ordem privada, a longo prazo teremos uma boa ordem
privada e conforme o todo.
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