1) Durante a Guerra do Vietnã, os hippies, inspirados nas idéias frankfurtianas de Herbert Marcuse, contidas na sua obra Eros e A Civilização, repetiam este mantra, com se fossem todos papagaios: "faça amor, mas não faça guerra".
2) Do ponto de vista histórico, isto é a coisa mais estúpida que se pode praticar. Na Roma Antiga, os imperadores romanos legalizaram a prostituição a tal ponto que os bordéis cobravam imposto sobre serviços sexuais, da mesma forma como costumava ser cobrado o imposto que recaía sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS) ou mesmo o ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza), de âmbito municipal. Esse imposto era usado para custear guerras de conquista contra os inimigos de Roma - e essas guerras não se fundavam em Guerra Justa, como a Igreja Católica sempre defendeu, pois o mundo pagão era pautado no conservantismo e no materialismo - bastava uma ambição estúpida e desmedida que civilizações e povos inteiros eram varridos do mapa.
3) Se a América não tivesse uma constituição tão liberal que pavimentasse o caminho para essa estupidez, estes inimigos internos da América, que atuavam através da vertente do marxismo cultural, seriam reprimidos pela polícia, uma vez que a ação desses bárbaros estava travestida de liberdade de expressão, que foi usada de modo a paralisar a ação americana de modo a proteger a república de Saigon, ameaçada pelo comunismo - e a ação contra o comunismo é um caso de guerra justa, no contexto do Direito das Gentes, pois ela ofende a Deus e a tudo o que há de mais sagrado.
4) Muito embora a constituição americana funcione e tenha estabelecido uma tradição de liberdade sólida, ela não é capaz de responder aos desafios dos tempos atuais, ainda mais quando o inimigo usa a força do seu oponente contra ele mesmo, como vemos no marxismo cultural. Um exemplo disso é estratégia do low fair, que viabiliza o ativismo judicial e relativiza tudo o que há de mais sagrado. Mas acho que seria temerário da minha parte propor aos meus ouvintes na América que se crie uma segunda constituição de modo a atualizar aquilo que foi estabelecido por seus pais fundadores, uma vez que a elite política que governa a América não dispõe de homens públicos da mesma qualidade quanto os daquela época.
5) Para que esta reforma fosse feita, você precisaria de americanos, desde a base da pirâmide, com uma excelente formação cultural, coisa que o ensino de hoje não produz mais, pois o americano médio é uma figura bem medíocre, bem pior do que as figuras mais baixas que eu conheço no Brasil.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2023 (data da postagem original).
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
Lições de coisas sobre a experiência constitucional americana durante a Guerra do Vietnã
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