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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Dia 05 de outubro de 1143: começo da fase operativa da missão de servir a Cristo em terras distantes, tal como estabelecida em Ourique. Notas sobre o Reinado de D. Afonso após a assinatura do Tratado de Zamora.

1) Uma vez assinado o Tratado de Zamora, que formalmente reconheceu a independência do Reino de Portugal, D. Afonso colocou a si mesmo e seu país sob a proteção da Igreja Católica, o que confirma a tese de que ele era vassalo de Cristo. 

2.1) Por conta dos inúmeros serviços prestados à Cristandade ao longo do tempo, o reino passou de ser agraciado com inúmeras bulas papais - dentre elas a manifestis probatum, que reconheceu a independência do Reino de Portugal aos olhos da Cristandade, a ponto de ser um país soberano. 

2.2) Estas bulas papais serviram de base para que Portugal forçasse uma negociação com a Espanha, uma vez que a Espanha violou mandato divino, por conta de ter ido aos mares em busca de si mesma, quando descobriu a América. Esta negociação levaria mais tarde ao Tratado de Tordesilhas.

3) D. Afonso Henriques fez o seguinte voto, quando se declarou formalmente vassalo da Igreja:

"Ordeno que eu, meu reino, minha gente, meus sucessores, fiquemos debaixo da tutela e proteção, defesa e amparo da bem-aventurada Virgem Maria de Claraval..." (o documento é posse do Mosteiro de Alcobaça)". Ele mandou então edificar a igreja de Santa Maria de Alcobaça, quando da conquista de Santarém aos mouros. Muitas outras igrejas e capelas dedicadas à Nossa Senhora foram erigidas ou dedicadas por sua iniciativa, tal como a Sé do Porto e a importantíssima Sé de Braga, que tinha funcionado como centro de unificação lusitana lado a lado com o outro, o de Compostela.

4) Este nosso primeiro Rei teve uma vida de verdadeiro cavaleiro e não se descuidava dos fins legítimos bélicos, nem dos da devoção. Foi terciário, e vestia ele e a Rainha esse hábito religioso. Teve fama de virtudes heróicas e tinha como apoio espiritual o primeiro santo de Portugal-Reino: S. Teotónio, co-fundador do Mosteiro da Ordem de Santa Cruz em Coimbra que, após um ano do seu nascimento para a eternidade, foi elevado aos altares pela grande santidade e abundantes milagres. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de outubro de 2020 (data da postagem original).

P.S: o presente texto foi baseado neste texto: http://hideadew.com/66m9

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