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domingo, 29 de março de 2015

Renato Janine Ribeiro é um subginasiano

Estava ouvindo a íntegra dessa palestra do Renato Janine Ribeiro. Não agüentei nem 5 minutos. Como é que pode haver tantos merdas ocupando cargos importantes no Brasil? O lugar deles é varrendo rua ou lidando com lixo, pois é só lixo o que produzem.

Se a geração do Olavo (da qual se incluem Dirceu, Dilma etc) tivesse essa consciência que ele está despertando na minha geração - que é também a do Felipe Moura Brasil​, já que temos a mesma idade -, talvez eu não estivesse à margem, apesar de ter estudado e levado a sério os estudos, ao longo da minha vida de estudante. 

Enfim, aqui na Internet, estou seguindo os passos do mestre e fazendo do meu mural do facebook minha academia - e sendo remunerado por isso, por meio de algumas almas caridosas.

Logo, logo - quando os merdas forem expulsos -, serei chamado para ocupar o meu lugar de direito: a cátedra universitária. Essa é a minha vocação.

Enquanto vou ensinando, os espaços universitários vão sendo saneados e logo serei chamado para assumir o lugar que me é mais apropriado. Para isso, continuarei servindo aqui até ser convidado a assumir um posto, por mérito, em razão do trabalho.

Melhor isso do que fazer concurso público e ser um merda concursado, como o Renato Janine Ribeiro, um bundão de gabinete que só fala asneiras.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro,  29 de março de 2015 (data da postagem original).

Debate sobre o fim do desvio antropológico que reina na Ciências Sociais


1) Quando se toma o fato social como se fosse coisa, você tende a reduzir a sociologia a um método de catalogação das estruturas sociais, sejam elas humanas ou anti-humanas. 

2) O homem é criatura e seu destino é viver em conformidade com o todo que vem de Deus - quando se nega que a história da humanidade é uma luta constante de modo a que Deus nos salve do pecado original e dos vícios da desobediência, a história torna-se apenas uma mera catalogação, pois o materialismo histórico esvazia todos os fundamentos metafísicos sobre os quais se versa a vida humana, desvinculando a história de seu agente principal, assim como de toda a verdade que decorre de Cristo Jesus, que é o juiz de todos nós, por todos os séculos e séculos.

3) E é por conta desse materialismo, desse determinismo e do fato de a história se reduzir a um método que vise a mera catalogação das estruturas que Claude Lévi-Strauss disse que a história pode levar a qualquer caminho - a tal ponto que história deixa de ser narrada ou investigada e passa a ser justificada ideologicamente.

4) Eis aí porque não levo a antropologia de Claude Lévi-Strauss a sério, muito menos a sociologia de Dürkheim. Mas tem muita gente que se diz de direita, sobretudo liberal, que adora o pensamento desses dois.

Haroldo Monteiro:

1) Eu acho que o grande problema hoje é a tendência à adoção de metodologias cada vez mais mecanicistas ou behavioristas nas ciências sociais, que visam a meramente catalogar as coisas e a tentar definir se elas são humanas ou anti-humanas a partir daí, como se tivessem sua própria verdade. Tudo isso decorre de um fato que eu estou começando a perceber agora: do fato de que o homem, desde o inicio do quinhentismo, já não está mais ancorado nem na igreja e nem na idéia de império, assim como também não está sob o abrigo de um cosmos que nos leva à conformidade com o todo que vem de Deus.

2) Desde aquela época começou-se a difundir a crença de que o homem, com o advento dos estados nacionais, encontrava-se só, em um estado de natureza - e essa suposta solidão, fundada em sabedoria humana dissociada da divina, levou a humanidade a descrer nas sagradas escrituras, fundando no meio dela todo um viés gnóstico, como se estivessem afirmando o seguinte: "Bem, agora estamos sós e ninguém mais nos dá um sentido para a vida. Vamos começar tudo do zero!" 

3) Eis aí que surge um Descartes: ao formular o seu princípio, "penso logo existo", nesta época crucial, a humanidade acabou por perder a cognição crescente que vinha adquirindo sobre todas as coisas, enquanto vivia a vida em conformidade com o Todo que vinha de Deus. E esse vazio deu lugar à modernidade, gerando toda uma neurose que se agravou e que deu causa a uma era em que as ideologias passaram a ditar toda a nossa razão de ser.

4) Esse desvio antropológico só será sanado quando as ideologias perderem o momento, a sua razão de ser, abrindo aí a possibilidade de um retorno à substância dos símbolos que expressam a experiência humana universal e real. Enquanto isso não ocorre, a humanidade estará envolta em uma atmosfera conceitual que, em si mesma, é uma deturpação de tudo o que esses símbolos expressam; ao mesmo tempo, trata-se também de um reflexo inconsciente de que esse retorno clama aos céus, de modo a que isso realmente aconteça. 

5) A premissa básica tripartida do monge calabrês tem que ser demolida, pois só assim poderemos voltar a idéia de uma evolução que não é nem progressivista ou cronocêntrica - enfim, uma evolução que nos leva a uma perspectiva mais abrangente e mais consciente acerca da eternidade.

6) Confesso estar muito otimista quanto a estas novas gerações - elas estão encarando de frente tudo aquilo que decorre da neurose moderna. Logo, logo a consciência da humanidade estará tão aberta a tanta experiência histórica que até o menor dentre todos nós vai ser tomado como se fosse um gênio, para os nossos padrões - e isso será assombroso! No fim das contas, o imaulado coração triunfará!

José Octavio Dettmann: 

1) Não é à toa que percebi um ponto de contato entre a análise do Olavo sobre a teoria do Estado e o senso de se tomar o país como um lar, tal como se edificou em Ourique. Essa concepção, que nasce da nossa circunstância, vai restaurar esse entendimento. E aí o Brasil será uma importante civilização neste aspecto, se retomar esses fundamentos. 

2) O Brasil, desde a independência, abraçou tudo esse mal que nasceu da revolução francesa e da revolução liberal do Porto. E desde então o progresso aqui foi feito a base de se decair moralmente - e isso vem sendo feito de modo a descer ladeira abaixo.

Haroldo Monteiro:

1) Acho que o Brasil terá um papel crucial nesta guerra mundial contra as idoelogias O Mário Ferreira dos Santos já havia previsto isso - e o Olavo, mesmo dizendo que é pouco provável, muitas vezes deixa transparecer isso! 

2) O sincretismo que hoje corre nos subterrâneos da mente progressivista está todo sintetizado e resumido nas filosofias de Lavelle, Voegelin, Zubiri, Lonergan, Mário etc. Já existe todo um aparato conceitual para essa virada antropológica e o retorno à matriz cognitiva que fundou o ocidente. As monarquias começaram a voltar - e isso é incontornável!

3) A democracia foi apenas um arranjo intermediário e também ruirá, junto com a ruína do iluminismo que a plasmou!

José Octavio Dettmann:

1) Em meio a esse contexto, aquilo que se perdeu por volta do primeiro império vai ser restaurado: o permanente debate entre o partido português e o partido brasileiro, e isso se dará não no fundamento de país tomado como se fosse religião, mas no fundamento de que o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo, dando marca a toda uma verdadeira natureza colaborativa que marca o governo parlamentar e constiucional. 

2) Não haverá duas ideologias antagônicas, fundadas em uma guerra entre facções, mas dois caminhos a seguir, onde a escolha de um implica a renúncia do outro até certo ponto: esses caminhos são o do Império independente, que será defendido pelo partido brasileiro, ou o do Reino Unido, tal como D. João VI havia criado, que será defendido pelo partido português.

3) O parlamento dá chance para o diálogo e para a escolha mais adequada de um caminho a seguir, de modo a Cristo seja bem servido nestas terras distantes. Pelo menos, esse é o verdadeiro o sentido de pátria que precisamos ser, de modo a renovar aquilo que se edificou em Ourique. 

4) Eu tenho analisado a vocação do Brasil, porque este é o caminho o que posso seguir, pois foi o que me sobrou. Quanto aos demais casos, eu não tenho como falar, pois não estudei. Enfim, meu forte é a História do Brasil e tento entender sua verdadeira vocação.

Haroldo Monteiro:

1) Sim, é verdade. E eu estou focado no problema espiritual mais geral da nossa civilização! O seu trabalho completa o meu.

Haroldo Monteiro: 

1) Essa restauração das coisas não somente ocorrerá no Brasil, mas também em o todo mundo! 

2) Estas rupturas abruptas um dia serão sanadas: 

2.1) Os franceses ao negarem a escolástica, afirmaram descartes; 

2.2) Os ingleses, negando o catolicismo, afirmaram Bacon;

2.3) Os alemães, deixando cair a evocação de império que eles geraram, apegaram-se a Kant. 

3) Enfim, esse mal das ideologias só veio apenas para ensinar a humanidade de que não há salvação fora da Igreja, muito menos caminho alternativo a ela, fundado em sabedoria humana dissociada da divina!

4) Hayek esta certo: grande o problema do ocidente foi que ele se afastou demais do cristianismo. Gasset também está certo quando diz que a Igreja Católica está perdendo o mando, o que desorientou os povos. A Igreja tem que voltar a mandar no mundo! Só assim a consciência de eternidade voltará!

sábado, 28 de março de 2015

Balanço de uma conversa que tive com o Professor Olavo de Carvalho

1) Eu levei muito a sério o que professor Olavo de Carvalho​ fala sobre dominar a linguagem.

2) Levei tão a sério o que mestre falou e cheguei à conclusão de aquele negócio de "pagador de impostos" que o Constantino tanto fala não pode ser levado a sério. 

3) Em primeiro lugar, o Constantino é conservantista, se contarmos os liberais como uma das facetas do movimento revolucionário, já que eles edificam liberdade para o nada. 

4) Em verdade, chamar gente com o Rodrigo Constantino de "liberal" é até atentatório contra a conformidade com o Todo que se dá em Deus - para gente como ele, o termo correto é "libertário", dado que eles conservam o conveniente e dissociado da verdade, já que eles buscam se libertar da liberdade em Cristo, uma liberdade com responsabilidade fundada na lei natural, que se dá na carne.

5) É por essas razões que eu prefiro o termo liberal usado por Leddihn, aquele que entende que liberal defende a liberdade em Cristo conservando a aquilo que decorre de Sua dor e morte de cruz, causa de uma civilização inteira. Liberdade fora disso, sem Cristo, é liberdade para o nada - e nesse ponto, Constantino é conservantista, como já falei.

6) A palavra "payer" em português tem três contextos: pagador, pagante e prestador.

7)  Se eu prezo a liberdade em Cristo e a aliança entre o altar e o trono que se edificou desde Ourique, por força da missão que Cristo Crucificado nos deu através de D. Afonso Henriques, nosso primeiro rei, então ser um pagador, me sacrificar pelo bem de minha nação, que deve ser tomada como se um lar, é um sacrifício que vale muito a pena, pois nela encontro a liberdade em Cristo.

8) Se sou pagador, sou também pagante, pois pago para que em troca o governo, que jurou servir a mim e a meu povo em Cristo, honre o compromisso assumido em Ourique, que é servir a Cristo nestas terras distantes.

9) O Janine Ribeiro fala que o povo tem o dever de respeitar as leis e o governo não. Para isso, temos prestadores impostos, os que pagam impostos por força de lei e não sabem a razão das coisas.

10) Tudo isso leva a país tomado como se fosse religião. E nacionalidade é o produto decorrente disso. Pasquale Mancini dizia que a nação é a mônada racional da ciência e que ela deve ser tomada como se fosse uma segunda religião (a ponto de esmagar a primeira). 

11) Enfim, não quero nação nenhuma tomada como se fosse religião, nem como primeira, tal como se dá no comunismo, e nem como segunda, tal como se dá no nacionalismo desse zé povinho que vive a pedir intervenção militar e a puxar o saco dos militares.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de março de 2015 (data da postagem original).

quarta-feira, 25 de março de 2015

Nacionismo é uma luta que se faz no campo da alma, da eternidade


1) Há gente que fica a contar carneirinho antes de dormir, mas eu não faço isso. Eu tento me manter o mais conforme o todo da realidade, que decorre de Deus, da melhor forma possível - eu medito o máximo que posso sobre os problemas teóricos envolvendo a teoria da nacionidade, assim como as circunstâncias pelas quais este país deve e merece ser tomado como se fosse um lar e não como se fosse religião, tal como se tem feito desde 15/11/1889. Trata-se de uma preocupação permanente, pois ela se funda no campo da eternidade. E neste campo, a responsabilidade me é maior, pois estou sendo pioneiro, nas minhas circunstâncias.

2) Essas meditações são verdadeiros exames de consciência - é como prestar contas a Deus no confessionário. Como os problemas teóricos não nascem de uma angústia, de um difícil parto da alma, mas do estado de graça que decorre do fato de se estar em permanente contato e amizade com Deus, então eu não levo isso ao confessionário, pois esse pensamento nasceu da virtude e não do pecado. No entanto, a partir do momento em que o livro ficar pronto, eu vou submetê-lo à prova, à leitura e apreciação do meu pároco e dos meus catequistas, de modo a que me mantenha no caminho reto da melhor forma possível. Mais do que escrever, é preciso estar sempre lutando contra o pecado, contra a heresia, contra tudo aquilo que faz com que a sabedoria humana fique dissociada da divina. Eu sou apenas uma amostra de algo que é maior do que eu - por isso, a amizade com Deus me é crucial, pois é assim que serei contado na eternidade, por conta desse trabalho importante que faço.

3) Submeter meu livro à justa apreciação de meu pároco e de meus catequistas é o primeiro caminho para que esta escola de pensamento por mim fundada, de modo a estudar a realidade, comece a prosperar. Se tudo der certo, haverá uma longa avenida pela frente a se percorrer, de modo a estabelecer no Brasil uma tradição intelectual séria e fundada no serviço de estudar a realidade em Cristo, a partir destas terras distantes. Enfim, meus estudos renovam aquele histórico compromisso entre o nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, e Cristo Jesus Crucificado, tal como se deu em Ourique, em 1139 e essa é a minha intenção. O compromisso estabelecido em Ourique é algo que sempre foi negligenciado nestas terras, por conta do nacionalismo e do quinhentismo, coisas que há muito abomino.

4) O pensamento que elaboro é, pois, meu sim a tudo isso. Trata-se de resposta corajosa e pontual, feita num tempo em que muitos conservam, e insistem em conservar, esse quinhentismo por conveniência, ainda que isso seja dissociado da verdade. E é isso que leva o país a ser tomado como se fosse religião - é exatamente por conta de fé metastática que muitos perdem a consciência e se corrompem, a ponto de renegar a lei divina. Não é à toa que falo que meus estudos são uma batalha no campo da eternidade - e quem começar a estudar as coisas dessas forma abraçará essa luta, fundada na eternidade, contra o conservantismo e a ignorância.

5) Se a pessoa não pedir constantes intervenções ao Espírito Santo no campo desta investigação, não saberá o que está fazendo, muito menos o que está dizendo. Ficará preso ao academicismo e fará um tremendo desserviço à pátria. Eis a advertência que eu faço.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Meditação sobre a sociologia de Dürkheim e a antropologia de Claude Lévi-Strauss seguida de um debate

1) Quando se toma o fato social como se fosse coisa, você tende a reduzir a sociologia a um método de catalogação das estruturas sociais, sejam elas humanas ou anti-humanas. 

2) O homem é criatura e seu destino é viver em conformidade com o todo que vem de Deus - quando se nega que a história da humanidade é uma luta constante de modo a que Deus nos salve do pecado original e dos vícios da desobediência, a história torna-se apenas uma mera catalogação, pois o materialismo histórico esvazia todos os fundamentos metafísicos sobre os quais se versa a vida humana, desvinculando a história de seu agente principal, assim como de toda a verdade que decorre de Cristo Jesus, que é o juiz de todos nós, por todos os séculos e séculos.

3) E é por conta desse materialismo, desse determinismo e do fato de a história se reduzir a um método que vise a mera catalogação das estruturas que Claude Lévi-Strauss disse que a história pode levar a qualquer caminho - a tal ponto que história deixa de ser narrada ou investigada e passa a ser justificada ideologicamente.

4) Eis aí porque não levo a antropologia de Claude Lévi-Strauss a sério, muito menos a sociologia de Dürkheim. Mas tem muita gente que se diz de direita, sobretudo liberal, que adora o pensamento desses dois.

Debate que decorreu, após a publicação deste artigo:

Tiago Barreira:

1) O único a acertar nas ciências sociais, ao longo do século XX, foi Voegelin. A história da humanidade está inerentemente ligada a busca da ordem e a de um destino cósmico para o homem em geral, de modo a estar em conformidade com o Todo que vem de Deus. Isso foi o que  ele apontou, na sua História das Idéias Políticas.

2)  Isso é o mesmo que afirmar que a história humana é a história da queda e ressurreição da humanidade, sob a intervenção de Cristo. Ele pode não ter chegado ao cerne da questão, já que ele era agnóstico - no entanto, do ponto de vista da ciência em geral, trata-se de uma dedução lógica do pressuposto do plano divino da salvação, com o qual se harmoniza perfeitamente este entendimento.

3) Enfim, do mesmo modo que a escola austríaca se harmoniza com a doutrina social da Igreja, o pensamento de Voegelin se harmoniza com a doutrina histórica católica.

José Octavio Dettmann:

1) É por via deste fundamento que se pode tomar o país como um lar e não como se fosse religião, pois a concepção de se tomar o país como se fosse religião leva a uma falsa fé, que sempre entrará em metástase.

2) Autores do século XX e mesmo do Século XIX estão todos errados, com base nesta concepção.

2.1) Pasquale Mancini está errado, ao tomar a nação como um dado irredutível, a mônada racional de toda a ciência - quando isto é tomado como se fosse coisa, a nação passa a ser tomada como se fosse uma segunda religião;

2.2) Lévi-Strauss está errado, quando diz que a história não está atrelada ao agente humano e nem a algum objeto em particular, além de estar totalmente errado quando diz que a história se reduz a um mero catálogo de coisas e que pode nos levar a qualquer lugar, uma vez você podendo justificar esse fundamento, ao tomar o fato social como se fosse coisa, como se isso tivesse sua própria lógica, sua própria verdade;

2.3) Dürkheim está igualmente errado, ao dar causa ao fato de que devemos tomar os fatos sociais como se coisa e que essas têm sua própria verdade, a ponto de que não podemos emitir nenhum juízo de valor sobre eles.

2.4) Enfim, ao examinarmos o que esses três pensadores têm em comum, eles estão completamente errados. É o que pude analisar, até agora.

3.1) De Hegel, temos o fato de que o Estado é o ápice de todas as realizações humanas e que ele deve ser tomado como se fosse coisa. Eis aí a Teoria Geral do Estado - se o Estado for tomado como se fosse religião, pode-se concluir que tudo está no Estado e nada pode ser afastado dele.

3.2) Do positivismo de Comte, temos a ciência política, em que o fenômeno do poder é analisado como se fosse coisa. E sobre essa coisa não podemos fazer juízos de valor, de tal modo a que o processo de se tomar o país como se fosse religião leve as coisas de modo a que o Estado seja o ápice de todas as realizações humanas - e é assim que se constrói o caminho de modo a estarmos fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3) Já a teoria do governo constitucional anglo-saxão tende a tomar esta realidade estatuída pela experiência inglesa e norte-americana como se fosse coisa perfeita e acabada, virtuosa por si mesma, a tal ponto de lamentarem a experiência dos outros povos que não nasceram no contexto anglo-saxão. Além de isso ser tomado como se fosse coisa, tendem a tomar esta experiência como se fosse religião, ignorando as experiências de outros lugares, de modo a que tomemos o lugar como um lar e assim estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus. De certo modo, lembra muito a teoria do Estado alemã, pois nasceu de uma cultura em que o Rei rompeu com Roma.

4) A concepção de país tomado como se fosse um lar e a noção de que a teoria deve se radicar no próprio país, de Ortega y Gasset, são os caminhos pelos quais podemos desenvolver uma teoria geral pela qual podemos aprender e coletar o maior número possível de experiências, de modo a que o exemplo de um possa ser bem aplicado, se ele for conforme o Todo que vem de Deus, ou rejeitado, se essa experiência nos afastar de Deus, observadas as circunstâncias particulares pelas quais tomamos o país como um lar. E para se tomar o país como um lar, devemos nos universalizar primeiro, de modo a servir a Cristo nestas terras e em terras distantes.

5) Sem se tomar o país como um lar, não é possível avaliar os problemas da alma de um povo e suas dificuldades, neste processo difícil de se tomar o território que ocupa como um lar, a ponto de não cair no pecado de se tomar o país como se fosse religião. Pois não é possível fazer uma sociologia ou uma antropologia decente se a noção de país tomado como se fosse um lar não for levada a cabo, em seu extremo - e essa experiência só pode ser sentida e vivida como se fosse um cidadão daquela terra.

6) Se essa ciência visa a aperfeiçoar a cidadania da pátria, então é preciso revestir-se com as circunstâncias daquela terra, pois a visão do insider é muito mais precisa do que a outsider, que toma o fato social como se fosse coisa. Pois só quem sofre, quem vive, conhece a origem, a causa desses problemas, já que é dever de quem toma o país como um lar conhecer a origem da pátria e para onde ela deve ir, de modo a que o país se conserve no rumo de ser tomado como se fosse um lar, em Jesus Cristo.

7) Como cientista social, devemos sentir a dor do outro, de modo a compreendê-la em toda a sua inteireza.  Se não houver essa aproximação, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, não se pode chegar a verdade, que decorre de Deus.  Sem cruz, não há sociologia ou antropologia, muito menos psicologia.

Tiago Barreira:

1) Toda ciência social tem esse problema de isolar um fato de qualquer sentido moral, por conta da neutralidade axiológica. Tomar o fato social como coisa dá sempre esse problema.

José Octavio Dettmann:

1) Quando se troca a concepção de país tomado como se fosse religião pela concepção de país tomado como se um lar, o direito perde sua faceta materialista e territorialista e passa a se preocupar mais é com a lealdade e com a integridade das pessoas, de modo a que possam a tomar o país como se fosse um lar, assumindo caráter universalista. O direito, enfim, passa a ser mais natural, pois se preocupa com os problemas da alma, das coisas que se dão na carne. O cerne do direito deixa de ser a coerção e passa a ser a adesão, de modo a se estar em conformidade com o Todo que se dá em Deus.

2) Se olharmos bem, este é o verdadeiro caráter constitucional das coisas, pois Deus ordenou e constituiu as coisas de modo a que ficassem em conformidade com o Todo que decorre D'Ele, já que as coisas foram criadas por inspiração e amor.  Enfim, o foco do Direito volta a ser preocupação da aliança do altar com o trono, de modo a que a lei de Deus não seja traída.

3) Isso vai levar cabalmente ao retorno do jusnaturalismo - mas um jusnaturalismo mais fundado ao concreto, voltado para a realidade, e não aquele jusnaturalismo do século XVIII todo abstrato, do qual os liberais são herdeiros.

Notas Finais:

1) Para o debate, a fonte que pode ser tomada como referência é o Curso de Teoria Geral do Estado, do Professor Olavo de Carvalho​

2) Para o artigo, as fontes são o Belonging in the Two Berlins, de John Borneman; Do Pensamento Selvagem, de Claude Lévi-Strauss; A conferência Da nacionalidade como fundamento do direito das gentes, de Pasquale Mancini, constante nas preleções dele de Direito Internacional; As Regras do Método Sociológico, de Émile Dürkheim, além do artigo Para onde vão as nações e o nacionalismo, de Katherine Verdery, da coletânea Um Mapa da Questão Nacional, publicada pela Contraponto, em 2000.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015 (data da postagem original).

Fazer contra-revolução tomando o país como se fosse religião é solução ineficaz

1) Fazer contra-revolução tomando o país como se fosse religião não é remédio eficaz contra a mentalidade revolucionária. Como a mentalidade revolucionária se alimentou da omissão (e até dos incentivos!) de todos aqueles que tomam o país como se fosse religião, então alimentá-la com esse remédio só vai fortalecer a superbactéria nazi-petista.

2) A única solução é fazer o contrário da revolução: como essa mentalidade revolucionária se desdobrou e evoluiu da cultura de país tomado como se fosse religião, então tomemos o país como se fosse um lar, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) E ao tomarmos o país como um lar, nós aceitamos a aliança entre o altar e o trono  - e a mudança do regime é necessária para a mudança de mentalidade. Isso é um point of no return - é um caminho sem volta. Ou se faz isso ou o país está condenado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de março de 2015 (data da postagem original).

Comentários sobre a nefasta prática dos sebos de vender livro a metro


1) Os sebos agora estão adotando uma nova técnica comercial: livro a metro.

2) Se uma estante tem quatro prateleiras, eles organizam os livros nas prateleiras, sem se importar com o conteúdo - e o preço se faz por prateleira. Os mais sacanas podem misturar no meio da obra completa do Mário Ferreira dos Santos os três volumes do Capital, de Marx. Se você pagar 150 reais por essa prateleira, isso é comprar merda perfumada. Trata-se de um tipo de venda casada, coisa ilegal no Brasil.

3) O objetivo é vender livros para decoração de escritórios.

4) Como aqui no Brasil as pessoas não lêem, mas só sabem fazer pose e afetação de que leram um monte de livros, então muitos aderem a esse negócio, de modo a impressionar o cliente, de modo a mostrar o que não são.

5) Esse é o típico negócio que prejudica a liberdade de escolha do consumidor. E isso é um atentado à cultura, já que os livros estão sendo tratados como se fossem banana na feira. Isso devia ser proibido. Se eu fosse vereador, eu iria propor um projeto de lei, de modo a acabar com essa prática na minha cidade - isso é uma palhaçada sem tamanho. Trata-se de liberdade para o nada, já que o fim é vazio e só alimenta a vaidade alheia.

6) Os únicos que vão conservar este tipo de coisa, por ser conveniente e dissociada da verdade, são os libertários. Afinal, eles não são a nova esquerda? Eles são os maiores defensores da venda casada, prática comercial imoral, que fere a liberdade de escolha do cliente.