1.1) Lá pelos idos de 2018, um certo colega chamado Roberto Santos havia criticado os problemas filosóficos e teológicos inerentes do conceito de pessoa, quando se estuda o conceito de trindade.
1.2) Essa pessoa, que mais tarde bloqueei porque percebi nela conservantismo, havia usado a definição de Ortega y Gasset como um exemplo que explica bem, segundo ele, o fato de que esse conceito era uma furada: "que eu sou eu mesmo, em minhas circunstâncias". O "eu concreto" aí é uma entidade abstrata, uma folha de papel em branco que pode ser preenchida com qualquer coisa, quando absorve as circunstâncias da vida - o que nos leva a entender que o homem é o produto do meio, o que é uma falsidade. E a ordem servida por esse ser será servida com fins vazios, caindo no vício, no pecado do liberalismo.
2.1) Acredito que o referido colega não deva ter entendido o problema porque ele nunca teve vivência católica ou porque nunca teve amor pela verdade o suficiente para poder compreendê-la, a ponto de dizer coisas antitrinitárias, ao nível escandaloso da heresia.
2.2.1) Como Cristão, eu estou revestido de Cristo - se como da carne e bebo do sangue de Cristo, isso implica dizer Ele está em mim e eu estou n'Ele. Além disso, Cristo, como segunda pessoa da trindade, é Deus que assumiu a forma humana de modo a nos ensinar a sermos perfeitos como Deus é perfeito.
2.2.2) Por isso, se eu estou revestido de Cristo e estou no mundo de modo a fazer a vontade do Pai, já que Ele me enviou como um cordeiro em meio aos lobos, então sou eu mesmo em minhas circunstâncias. Por isso, devo reabsorver as circunstâncias de modo que as coisas sejam ordenadas em Cristo, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida - Ele é construtor e destruidor de impérios e renovador de toda a criação, a ponto de tudo estar em conformidade com o Todo que vem de Deus, que é a fonte dessa criação que foi feita com muito amor.
2.2.3) Por essa razão, eu sou um ser concreto imitando um ser concreto, que foi igual a mim em tudo, exceto no pecado. A natureza e a operacionalidade do meu ser só tem sentido n'Aquele que criou todas as coisas por amor, a ponto de dar completo sentido à minha vida. Eis a chave da felicidade plena, pois a verdade é o fundamento da liberdade, já que Cristo é o caminho, a verdade e a vida - e ninguém vai ao Pai senão por Ele, assim como ninguém vai ao Filho senão por sua Mãe, Maria Santíssima.
3) Enfim, levei 3 anos para compreender realmente a questão daquele post que vi no facebook. Só agora encontrei a resposta que deveria dar, já que a verdade é filha do tempo - e naquela circunstância, eu não estava pronto.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 07 de maio de 2021 (data da postagem original).
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