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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Em Cristo, temos todo o tempo do mundo - portanto, não faz sentido dizer que não há tempo pra mais nada, como atesta o salvacionismo vazio

1) Em uma entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, o Cabo Anselmo falou que o Brasil vive uma realidade muito materialista, pois muito de seu povo, se não é agnóstico, ele é ateu, já que vive um cristianismo de aparências, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Isto talvez explique a postura que muitos têm diante dos grandes momentos de perigo - essa gente diz que não há mais tempo, que precisamos fazer alguma coisa e de maneira urgente, como bem apontou meu colega Ítalo Lorenzon, do Canal Terça Livre.

2.1) Acontece que em Deus temos todo o tempo do mundo - por isso que não vivemos para o mundo, muito menos para o diabo e para a carne. Chronos devora tudo - por isso que tudo é feito à base da pressa, o que aponta para o caos e para a desordem - e isso não é combater o comunismo, mas colaborar com ele. 

2.2) Contra essa atitude cronológica, que é materialista e revolucionária, a batalha tem que se fundar na plenitude dos tempos, já que Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Chronos deve ser substituído por Kairós, que é o seu oposto. Eis a atitude kairológica, pois é na plenitude dos tempos que edificamos as coisas - por isso, é urgente termos paciência, como diz o professor Olavo de Carvalho, ao citar Goethe.

3) O pragmatismo deve ser trocado pela cultura de conservar a dor de Cristo, a ponto de se recuperar o sentido da tradição de servir a Cristo em terras distantes a razão pela qual fez o Brasil ser fundado, cuja prefiguração se dá no milagre de Ourique.

4) Esta atitude pede uma metanóia completa, uma completa mudança espiritual, já que isso pede uma nova ordem de ser, pois a atual não faz o menor sentido, por ser revolucionária. E o tempo de conversão chegou.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de maio de 2021 (data da postagem original).

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