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sábado, 8 de maio de 2021

A definição de Ortega y Gasset, sem Cristo, leva ao eu líqüido, a base da modernidade líqüida

1) Analisando a fundo a fala do Ortega y Gasset, exposta pelo colega Roberto Santos, ele antecipa em muitas décadas a pesquisa de Zygmunt Bauman acerca da modernidade líqüida. E para haver uma modernidade líqüida, é preciso haver um eu líqüido.

2) O eu líqüido é próprio das personalidades camaleônicas, que se reinventam constantemente de acordo com o sabor das modas e de gostos desordenados das pessoas ao longo das décadas. Não há uma constância no ser, mas fragmentos de ser - e esses fragmentos não têm relação uns com os outros. É o que vemos em personalidades como David Bowie ou mesmo Madonna. É próprio da mentalidade revolucionária, já que tudo vale pelo sucesso, até mesmo prostituir a integridade do seu ser, de modo a se tornar uma alma fragmentada.

3) Como todos imitam os artistas, as personalidades camaleônicas fazem isso nas suas vidas comuns, criando um verdadeiro império mundial da burla na forma de atividade econômica organizada. Essas pessoas não têm princípios nem valores, pois fazem da riqueza sinal de salvação. Quando enchem o rabo de dinheiro, elas ficam com a alma vazia e vêem que a vida não lhes valeu de nada, já que viveram a ilusão do show business. Eis o horror metafísico que é próprio da sociedade do espetáculo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 08 de maio de 2021 (data da postagem original).

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