1.1.1) É preciso ver o que não se vê, sobretudo o passado que já aconteceu. Na Idade Média, você podia fazer da sua casa uma pequena oficina, a ponto de os empregados que trabalhavam na sua casa produzindo coisas para você serem também contados contados como empregados domésticos.
1.1.2) Trata-se de uma definição mais alargada de empregado doméstico, pois ele não vai fazer tão-somente a faxina na sua casa - ele vai colaborar com a sua atividade econômica organizada, que é feita dentro da sua própria casa. E você os toma como se fosse o pai deles, a ponto de ser chamado de patrão, a ponto de patrocinar a iniciativa e o incentivo dos empregados mais ambiciosos, a ponto de eles serem seus aliados e também seus sócios.
1.2.1) Se esses empregados ganharem a confiança da sua família, eles podem trabalhar na casa de seus filhos, de seus irmãos, de seus amigos, primos, tios ou de seus pais, ou mesmo de seus irmãos de paróquia, a ponto de gerar um verdadeiro consórcio de pessoas tomando os serviços desses mesmos empregados.
1.2.2) Com tanta demanda por seus serviços, fundada nas qualidades pessoais de um determinado empregado, ele pode organizar uma empresa, que vai organizando sua agenda de serviços de tal maneira a prestar um serviço melhor a outras pessoas, através de um sistema de indicação. Eis o mercado enquanto cultura do encontro, onde a autoridade do Cristo-príncipe aperfeiçoa a liberdade do Cristo-mendigo.
2.1) O jardim da casa do Cristo-príncipe pode servir de fonte de matéria-prima preciosa, ao passo que a oficina de casa do mesmo príncipe pode ser a fábrica da casa. Eis o começo da atividade econômica organizada que beneficia toda a comunidade.
2.2) Se você é empregado, você pode trabalhar de casa mesmo, recebendo tarefas de seus superiores de tal modo a se aperfeiçoar e a servir ordem a quem depende de você. Se você trabalha de casa, você pode receber educação superior, de tal maneira a atingir postos de carreira mais avançados em outras áreas do saber. E neste ponto, você passa a reunir muito conhecimento disperso em diversas pessoas, clubes ou organizações num único sistema organizado e conhecido, que é o seu lar. E a biblioteca da sua casa será a fábrica dos futuros gênios da sua casa - os seus filhos, que serão verdadeiros polímatas, pois aprenderão desde cedo que verdade conhecida é verdade obedecida - e é esta que deve ser levada em conta.
2.3) Dentro deste prisma, tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo a ponto de se santificar através do trabalho constitui a primeira linha de desenvolvimento econômico da pátria. Com o tempo você adquire imóveis que podem abrigar a atividade econômica organizada da sua empresa, liberando sua casa para a organização de outras atividades.
3.1) Enfim, a casa da gente, que é o lugar onde fazemos da nossa intimidade liberdade, possui uma flexibilidade incrível, no tocante a chamar várias pessoas à vocação de servir aos outros dentro dos planos de Deus.
3.2) A crise das vocações está basicamente relacionada ao fato de que as pessoas passam cada vez menos tempos em seus lares, visto que eles não estão estruturados como lugares de paz, mas como lugares de guerra permanente, pois lidamos com pessoas que não gostam da gente e que não nos amam de verdade, ao passo que desprezam a verdadeira riqueza, que não é nem o ouro, nem a prata, mas a boa e sábia vida fundada na verdadeira fé que devemos depositar no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que veio nos salvar do pecado, renovando assim toda a Criação. É daí que vem a fonte de todo o conhecimento, pois a maçã foi processada na forma de pão da vida, na padaria da eternidade.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 06 de maio de 2021 (data da postagem original).
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