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terça-feira, 15 de abril de 2025

Quando a professora vira tentação: o desvio da atenção e a ordem dos afetos

Há situações aparentemente banais que, quando bem examinadas, revelam um campo espiritual de batalha em plena atividade. Uma delas é o momento em que um aluno deixa de prestar atenção à aula para prestar atenção demasiada à professora. Parece inofensivo, até simpático, mas pode ser a armadilha perfeita para a perda da finalidade, da pureza e do foco. E, o que é mais grave, da graça.

Quem entra numa sala de aula entra com um propósito: aprender. Esse é o fim legítimo de estar ali, e tudo que contribui para isso é bom. O conteúdo transmitido, a metodologia empregada, os exemplos utilizados — tudo serve ao crescimento intelectual do aluno. A figura do professor, ainda que humana e marcada por traços próprios, deve ser percebida como instrumento da Verdade, e não como objeto de afeição desordenada.

Contudo, quando a atenção se desloca do conteúdo para o corpo, o sorriso, o olhar ou a postura da professora, não estamos mais no território da educação, mas da distração. E essa distração não é neutra: é uma brecha espiritual. O diabo é mestre em usar o bem aparente para nos afastar do bem verdadeiro. Ele não aparece com chifres, mas com encantos. E muitos que entram numa sala para estudar, saem de lá apaixonados — não pelo saber, mas por quem o transmite.

Isso não quer dizer que seja errado admirar a beleza ou a simpatia de alguém. O problema não está na beleza, mas no lugar que ela ocupa dentro de nós. Quando a beleza de uma mulher — ainda mais investida de autoridade docente — começa a ocupar o lugar que pertence à Verdade ensinada, houve uma inversão da ordem dos afetos. E onde há desordem, há perigo. São Tomás de Aquino ensina que o pecado não é senão a desordem da vontade. Assim, prestar mais atenção à professora do que ao conteúdo da aula pode ser o início de um processo de queda.

O mais prudente, nesses casos, é reconhecer a fraqueza. Se a presença da professora se torna ocasião de pecado — por pensamentos impuros, distrações constantes, ou afetos desordenados —, é melhor “pular fora”, como diz a sabedoria popular. Em termos espirituais, isso se chama fuga das ocasiões de pecado. Não se trata de covardia, mas de inteligência espiritual. Como disse São Filipe Néri: "Na guerra contra a carne, o único valente é o covarde que foge."

Muitos jovens, hoje, perderam o senso da batalha interior. Acham que resistir à tentação é simplesmente “ignorar”. Mas a tentação é sutil. Ela começa como admiração, se alimenta da imaginação, se transforma em excitação e termina, não raro, em pecado. Não há vitória possível sem vigilância constante e humildade para reconhecer os próprios limites.

A sala de aula é um lugar sagrado quando se busca a verdade com pureza de intenção. Mas se o coração não está educado, ela se torna campo minado. Que o estudante reze, estude e mantenha a ordem dos afetos. Que veja em cada aula uma oportunidade de crescer na sabedoria, não de se perder em vãs imaginações. E que, se for preciso, fuja — como José do Egito fugiu da mulher de Potifar — para preservar a integridade da alma.

Porque, no fim das contas, o diabo não quer apenas te distrair. Ele quer te desviar. E para isso, basta uma professora bonita — e um coração que já não sabe mais por que entrou naquela sala.

CPF, Cashback e um lugar ao lado da Fernanda

Era um fim de tarde qualquer, daqueles em que a encomenda de café chega atrasada, mas a vida, curiosamente, chega no tempo certo. Enquanto minha mãe descia para buscar o pedido, eu aproveitei o intervalo de sua ausência para cadastrar a DANFE no aplicativo do Méliuz.

Pequenos gestos, grandes ganhos. A cada nota, um cashback. A cada cadastro, um sinal de que ser brasileiro e ter CPF pode ser, sim, um superpoder — quando se tem olhos atentos e uma alma treinada pela esperança.

Foi nesse instante que uma propaganda surgiu no aplicativo. Multivocê. Nome estranho, pensei. Mas bastou um clique pra que tudo fizesse sentido: era mais um caminho, mais uma oportunidade de transformar simples notas fiscais em pontos que, somados, poderiam virar algo concreto — um café, um presente, um momento.

Descobri que, com meu CPF vinculado à nota, eu podia cadastrar notas do iFood e trocá-las por recompensas no Barra Shopping. O mesmo shopping que sempre me pareceu um lugar de vitrine distante de casa, quando eu morava em Padre Miguel, agora ganhava um significado diferente. Ele se aproximava. E eu me aproximava com ele.

Lembrei então das vezes em que minha mãe me levava ao supermercado Rede Princesa, de modo ajudá-la com as compras as durante os últimos dias de meu finado pai; Ela sabia o que comprar. Quando eu cadastrava o CPF, na hora de pagar pelas compras, elas se transformavam em pontos que podiam ser trocados por uma compra gratuita lá na frente, sempre que fosse necessário, num esquema de mercearia moderna.

Agora, com essa nova descoberta, nasceu um pensamento doce: um dia, quando a Fernanda estiver aqui no Rio, talvez ela me leve com ela ao Barra Shopping. Não por obrigação, mas por afinidade. Por parceria. Por um tipo de amor que se constrói nos detalhes. Afina, eu sou brasileiro. Eu tenho CPF. E gosto dela. 

E tudo isso — a nota cadastrada, o cashback, o programa de pontos — tudo isso serve pra uma coisa só: estar ao lado de quem realmente importa. A vida, afinal, é isso. Um esforço constante para merecer o lugar ao lado de alguém que a gente ama. Nem sempre é preciso fazer grandes coisas. Às vezes, basta estar junto, como quem oferece a companhia como o mais nobre dos presentes.

Fernanda pode contar comigo. Sempre que estiver por aqui, terá alguém pra caminhar com ela entre vitrines, cheiros de comida e luzes de oportunidade. E, quem sabe, juntos, transformaremos cada compra em um novo capítulo dessa história feita de gestos pequenos e significados eternos, além de muita economia, é claro.

O Caminho das Honras no Mundo das Milhas

 No coração da vida financeira contemporânea, há um território pouco explorado com a reverência que merece: o mundo das milhas. Muitos o veem como um jogo de consumo, uma tática para “viajar de graça”. Mas poucos enxergam nele um campo simbólico de elevação pessoal — um verdadeiro caminho das honras, como o das antigas repúblicas romanas ou das guildas medievais.

Assim como os antigos cidadãos de Roma não recebiam a toga senatorial ao nascer, também no mundo das milhas ninguém começa no topo. É preciso galgar os degraus. Primeiro, vem a disciplina de entender como gerar milhas de forma estratégica: transferências bonificadas, compras inteligentes, promoções ocultas aos olhos impacientes. Depois, a virtude da espera — de quem não troca milhas por passagens imediatas, mas sim por liquidez.

Ao vender essas milhas e alimentar mensalmente uma poupança — a ponto de obter de R$ 100,00 a R$ 150,00 por vez — você não está apenas economizando: está formando capital com honra. Esse capital não veio do suor comum, mas da inteligência aplicada, da estratégia paciente, da renúncia ao consumo impulsivo.

Quando esse valor é acumulado, ele pode ser reinvestido. E não apenas no sistema financeiro, mas também no seu próprio status dentro do mundo das milhas: melhores cartões, maiores limites, novas promoções, novos horizontes. E então, quando a base estiver firme, você poderá finalmente colher o fruto: uma viagem. Não uma fuga, mas um rito de passagem. Porque ela terá sido conquistada, não comprada. 

Neste caminho, cada etapa representa mais do que um benefício: representa uma virtude conquistada. Tal como nas guildas, onde o aprendiz virava mestre pelo tempo e pelo esforço aplicado à arte, aqui também o domínio exige constância, estudo e sabedoria. A viagem é o coroamento, não o ponto de partida.

No mundo das milhas, como na vida, não há glória sem honra, nem liberdade sem estrutura. E o verdadeiro mestre não é o que acumula mais pontos, mas o que faz render cada passo no caminho.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Educar para jogar: a importância de iniciar as crianças na tradição dos videogames

A origem de uma cultura que já tem legado

Os videogames, embora sejam uma forma de entretenimento relativamente recente, já carregam uma tradição que se estende por mais de quatro décadas. Jogos lançados nos anos 80 e 90, mesmo após 30 ou 40 anos, continuam sendo valorizados no mercado — tanto por sua raridade quanto por seu valor afetivo. São verdadeiras relíquias de uma geração que viu nascer a linguagem do pixel, o som do chip de 8 bits e a mágica de jogar com controles simples, mas experiências inesquecíveis.

Hoje, muitos jogadores adultos se lembram com carinho de seus primeiros contatos com o Atari, o Nintendinho, o Master System ou mesmo o Mega Drive. São essas memórias que formam a base de uma tradição cultural que pode — e deve — ser transmitida.

A geração que viveu o melhor dos dois mundos

A geração dos anos 80 ocupa um lugar especial na história da tecnologia: cresceu em meio a uma educação ainda tradicional, com valores enraizados em disciplina, respeito e paciência, e ao mesmo tempo presenciou o surgimento da internet, o avanço dos computadores pessoais, a popularização dos celulares e, por fim, o boom do streaming.

É justamente essa geração que está inaugurando, de forma consciente, a tradição nos videogames. Ela não apenas viu os jogos nascerem e evoluírem, mas também entendeu seu valor histórico, artístico e educativo.

Iniciar pelo começo: o legado dos jogos clássicos

Se eu tiver filhos, desejo educá-los também através dos videogames. E isso significa mais do que permitir que joguem — significa introduzi-los a uma história, uma linguagem e uma forma de pensar que evoluiu com o tempo.

Quando forem bem pequenos, começarei pelo Atari. A simplicidade dos gráficos, a mecânica objetiva e a exigência de imaginação formam uma boa base para qualquer criança. Depois virão o Nintendinho e o Master System, que oferecem experiências mais complexas sem perder o charme da era 8 bits. Com o tempo, virão os consoles de 16, 32 e 64 bits, até chegar aos jogos em 3D dos anos 90 e início dos 2000.

Essa ordem, é claro, pode ser ajustada conforme a maturidade da criança. Em alguns casos, pode ser interessante apresentar um console mais recente se perceber que ela já tem preparo para lidar com os desafios mais modernos. Mas o ideal é que o caminho seja trilhado com paciência e respeito à cronologia da história dos jogos.

Educar para jogar bem é formar consciência

O problema da geração atual é que muitos jovens foram inseridos diretamente nos jogos modernos — com gráficos de última geração, narrativas cinematográficas e jogabilidade complexa — sem ter passado pelo processo formativo que os jogos antigos proporcionam. Isso pode resultar em uma má consciência sobre o que são os videogames: acabam sendo vistos apenas como consumo, e não como cultura.

Ensinar uma criança a jogar desde os clássicos é também ensiná-la a ter paciência, a entender limitações técnicas, a apreciar conquistas simples e a valorizar a história. É formar uma consciência madura, que não apenas joga, mas compreende o jogo.

Conclusão: tradição se constrói no tempo e no amor

Transmitir a tradição dos videogames aos filhos é, no fundo, um gesto de amor. É oferecer a eles não apenas jogos, mas uma herança: a de uma cultura que cresceu junto com a humanidade digital e que, como toda boa tradição, precisa de tempo, esforço e cuidado para ser compreendida e valorizada.

Assim como se ensina um filho a amar um bom livro, um bom filme ou uma boa música, também se pode — e se deve — ensiná-lo a amar um bom jogo. Desde que se comece pelo começo.

Menos é mais: uma aplicação da Teoria do Slot ao consumo cultural e aos pontos Livelo

Em uma sociedade regida pela aceleração e pelo consumo desenfreado, pensar o consumo cultural a partir da filosofia do "menos é mais" pode parecer contraintuitivo. No entanto, uma simples análise da aquisição de um livro revela a inteligência por trás dessa estratégia.

Tomemos como exemplo o livro Um reino e suas repúblicas no Atlântico, organizado por João Fragoso, com preço de R$ 73,45. Parcelado em 7 vezes sem juros, temos uma parcela mensal de R$ 10,49. Agora imaginemos uma situação em que o indivíduo recebe R$ 50,00 mensais em seu melhor aniversário – isto é, como um presente simbólico recorrente, uma mesada anual.

Com esse valor mensal, o livro se "autopaga" com folga, sobrando recursos para outros pequenos investimentos. Essa relação mostra que, mesmo com pouco, é possível adquirir conhecimento de qualidade com planejamento e discernimento. Se o indivíduo desejar conectar mais de uma obra à mesma condição de pagamento, ele pode planejar a aquisição de quatro livros do mesmo valor, com parcelas mensais de aproximadamente R$ 41,96 – ainda dentro da margem da mesada mensal.

Do ponto de vista dos programas de fidelidade, como o Livelo, a situação se torna ainda mais interessante. Cada real gasto rende, em uma situação ordinária, cerca de 1 ponto. No entanto, há ocasiões especiais (como a Black Friday), em que cada real pode valer 10 pontos ou mais. Portanto, a compra de 4 livros de mesmo valor (R$ 73,45) sob condições de promoção poderia render:

  • Situação ordinária: 4 x 73,45 x 1 = 293,8 pontos (arredondado para 296 pontos)

  • Situação promocional (10x): 4 x 73,45 x 10 = 2.938 pontos (arredondado para 2.960)

Se esses pontos forem acumulados com disciplina, podem ser trocados por passagens aéreas nacionais ou internacionais, livros raros, eletrônicos ou mesmo diárias em retiros espirituais. Em termos concretos, 2960 pontos podem equivaler a cerca de R$ 50,00 em compras futuras em parcerias da Livelo, ou servir de entrada para aquisições mais significativas.

A Teoria do Slot – segundo a qual cada oportunidade de consumo tem um momento ideal no espaço-tempo – mostra-se, aqui, altamente eficiente. Escolher quando consumir é mais importante do que quanto consumir. É como a sabedoria do agricultor que, ao entender as estações, sabe o momento exato de plantar e colher.

Vamos mais fundo: se uma pessoa tivesse recebido, ao longo de 28 aniversários, R$ 50,00 mensais, ela teria acumulado R$ 1.400,00. Convertidos em pontos Livelo, mesmo em condição ordinária, ter-se-ia:

  • R$ 1.400 x 74 pontos por real = 103.600 pontos (ou 82.880 com ajuste conservador)

Esse montante de pontos seria suficiente para diversas trocas relevantes no ecossistema de fidelidade, desde passagens aéreas até produtos eletrônicos e livros raros. Tudo isso a partir de um gesto constante e modesto: receber e investir um pequeno valor mensal.

Conexão com a Economia de Francisco

A proposta aqui apresentada não é apenas uma estratégia de consumo inteligente, mas um verdadeiro ato de resistência contra a lógica do desperdício. A Economia de Francisco, inspirada nos valores de São Francisco de Assis e proposta pelo Papa Francisco, convida-nos a um novo pacto econômico baseado na sobriedade, na inclusão e na sustentabilidade.

Nesse contexto, a filosofia do "menos é mais" encontra seu lugar natural. Adquirir um livro por vez, pagar com tranquilidade, acumular pontos com paciência e investir esses recursos em cultura, espiritualidade e bem comum é uma manifestação concreta de uma economia com rosto humano. A fidelidade não está apenas nos pontos, mas na constância dos gestos.

Comprar um livro que nos liga à nossa história, ao passado de nossas nações irmãs do Atlântico, é também um gesto de reconciliação e reinterpretação. Isso é economia integral: transformar cada ato de consumo em um ato de formação, de memória e de oferta.

Conclusão

O exemplo revela que o poder do "menos é mais" não está apenas na renúncia, mas na inteligência de alocar recursos com precisão. Não se trata de comprar mais, mas de comprar melhor. A sabedoria, nesse contexto, não é fruto do acúmulo, mas da afinação entre tempo, valor e conhecimento. A filosofia da moderação não é apenas uma virtude espiritual: é também uma ferramenta de maximização econômica e cultural.

Assim, um simples livro de história revela-se um documento vivo da inteligência financeira, da estratégia cultural e da maturidade espiritual. E, de fato, prova cabal de que menos é mais.

O Soldado-Cidadão e O Atlântico Luso: Lealdade, Fronteira e a Expansão do Reino de Cristo

A figura do soldado-cidadão, conforme proposta contemporaneamente, resgata a tradição de lealdade e serviço que sustentou o Império Português nos trópicos e no Atlântico. Ao associar o espírito empreendedor, o conhecimento jurídico e a mobilidade imigratória à resistência contra estruturas tirânicas do Estado moderno, essa figura recupera a dignidade do sujeito que é ao mesmo tempo combatente, trabalhador e servidor da verdade.

Essa realidade histórica está bem representada na obra "Um reino e suas repúblicas no Atlântico", organizada por João Fragoso e Nuno Gonçalo Monteiro. O livro mostra como o império luso funcionava como uma constelação de pequenas repúblicas locais, onde agentes da Coroa - senhores de terra, padres, militares, comerciantes - exerciam poder e autoridade com relativa autonomia. A fidelidade à Coroa era negociada e adaptada às circunstâncias locais, formando uma malha de lealdades que sustentava o reino nas zonas mais remotas do Atlântico Sul.

Esses agentes, embora formalmente subordinados ao rei, eram de fato soldados-cidadãos do Antigo Regime. Exerciam funções de defesa, organização social, mediação diplomática e gestão econômica, sobretudo nas fronteiras. A realidade das margens do império exigia deles uma combinação de virtudes: coragem, astúcia, espírito de sacrifício e lealdade incondicional à missão que recebiam - ainda que esta não fosse clara ou bem definida pela metrópole.

Essa configuração do Atlântico como espaço de pactos, de improviso institucional e de organização social descentralizada se conecta diretamente à ideia americana do mito da fronteira. Assim como nos Estados Unidos a fronteira é vista como o lugar da coragem civilizatória, do pioneirismo e da construção da liberdade pela ação, também no império atlântico luso o sertão, a colônia ou a possessão africana eram espaços onde a ordem nascia da fidelidade concreta dos homens que se sacrificavam por um ideal de realeza e de civilização.

Mas há um elemento adicional no caso luso: a consciência católica. Diferentemente do mito americano, que se ancora num protestantismo individualista e progressista, a expansão portuguesa era vivida como missão espiritual. Era o Reino de Cristo que se expandia, não apenas a Coroa portuguesa. A fronteira era, portanto, um campo de batalha entre o caos e a ordem, entre a barbárie e a civilização cristã.

Esse princípio se liga à "Filosofia da Lealdade" de Josiah Royce, onde o sentido da vida está em servir a uma causa maior do que o eu. No caso do soldado-cidadão atlântico, essa causa era a santificação do mundo através da presença da verdade cristã nas instituições e nos corações.

Hoje, ao migrar, estudar as leis de elisão fiscal e imigratória, dominar idiomas e construir autonomia longe do Estado tirânico, o soldado-cidadão contemporâneo reencena essa mesma dinâmica: é um agente livre, que vive nas fronteiras do sistema, mas se organiza internamente segundo uma lei superior, vinda de Cristo.

Esse homem não busca a revolução, mas a restauração da ordem. Não deseja destruir o Estado, mas livrar-se da tirania, dando a cada um o que é seu. Não rejeita a autoridade, mas a submete aos méritos da Verdade.

Portanto, ao reler a história do Atlântico sob essa perspectiva, vemos que o soldado-cidadão não é uma novidade, mas uma reedição fiel do que um dia sustentou a expansão do Reino de Cristo em terras distantes. E é nessa fidelidade que reside a esperança de um novo ciclo de civilização cristã, onde quer que Cristo reine soberano nos corações dos homens livres.

Bibliografia Comentada

História do Império Português e das Repúblicas no Atlântico

  • FRAGOSO, João; MONTEIRO, Nuno Gonçalo (orgs.). Um reino e suas repúblicas no Atlântico: Comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola nos séculos XVII e XVIII. São Paulo: Alameda, 2021.

Obra fundamental para entender a lógica da administração imperial portuguesa como uma rede de repúblicas e pactos locais.

  • BETHENCOURT, Francisco. O império colonial português. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

Panorama geral do projeto imperial português, essencial para o entendimento do contexto luso-atlântico.

Fronteira, Migração e o Espírito do Pioneirismo

  • TURNER, Frederick Jackson. The Frontier in American History. New York: Henry Holt and Company, 1920.

Clássico da historiografia americana onde é formulada a tese do "mito da fronteira".

  • LEWIS, Oscar. La vida: A Puerto Rican Family in the Culture of Poverty—San Juan and New York. New York: Random House, 1966.

Paralelos sociológicos sobre comportamento e adaptação nas fronteiras sociais.

Filosofia, Lealdade e o Espírito Cristão da Ação

  • ROYCE, Josiah. The Philosophy of Loyalty. New York: Macmillan, 1908.

Fundamenta a ideia de lealdade como causa maior que sustenta a vida ética.

  • CARVALHO, Olavo de. O Jardim das Aflições. Rio de Janeiro: Record, 1995.

Reflete sobre a continuidade do Império Romano e a formação do Ocidente cristão.

Doutrina Católica e Formação do Caráter Cristão

  • LEÃO XIII. Rerum Novarum (Encíclica). 1891.

Documento fundamental da doutrina social da Igreja sobre o trabalho e a justiça social.

  • BENTO XVI. Caritas in Veritate. Vaticano, 2009.

Integra caridade e verdade no desenvolvimento integral do ser humano.

Como um gamer inteligente aumenta seu score de crédito com sustentabilidade financeira

 Em tempos de consumo consciente e acesso facilitado ao crédito, saber usar o cartão de forma estratégica pode fazer toda a diferença. Neste artigo, quero compartilhar uma operação que parece simples à primeira vista — a compra de dois jogos na Epic Games —, mas que se revela uma verdadeira lição de educação financeira, construção de score e sustentabilidade no uso do crédito.

🎮 O Cenário: Dois Jogos de R$ 180,00

Com frequência, a Epic Games oferece ótimos títulos com descontos ou vantagens para parcelamento. Imagine que você deseje comprar dois jogos que, juntos, custem R$ 360,00. Com a opção de parcelar em até 12 vezes sem juros no cartão, o valor da parcela mensal fica em R$ 30,00 (R$ 15,00 por jogo).

Agora, adicione um detalhe importante: você possui uma poupança pessoal que te garante R$ 50,00 por mês, somando a remuneração básica da poupança (0,5% ao mês) com a parcela da SELIC que compõe os juros creditados mensalmente.

💡 A Estratégia: Usar a Renda Passiva da Poupança para Financiar a Compra

Em vez de comprometer sua renda ativa ou gerar instabilidade financeira, você usa os rendimentos mensais da sua poupança para pagar os R$ 30,00 mensais da compra dos jogos.

O resultado?

  • A compra se paga sozinha, mês a mês, sem comprometer seu orçamento.

  • Você não toca no valor principal aplicado, apenas nos rendimentos mensais.

  • A operação é sem juros, ou seja, 100% do valor vai para a aquisição do bem.

🔄 Efeito no Score de Crédito: O Ciclo Duplo de Confiança

O ponto alto dessa estratégia está aqui: o impacto positivo no seu score de crédito.

O sistema de pontuação da Serasa leva em conta especialmente:

  1. Pagamentos em dia

  2. Duração do compromisso

  3. Uso consciente do crédito

  4. Relacionamento estável com instituições financeiras

Como o parcelamento é de 12 meses, e o sistema avalia seu comportamento em ciclos de 6 meses, essa única operação oferece dois ciclos positivos consecutivos:

  • Primeiros 6 meses: pontuação sobe pela regularidade nos pagamentos.

  • Segundos 6 meses: pontuação melhora ainda mais, pois reforça seu histórico como pagador confiável.

Resultado estimado: se você começou com um score na casa dos 515 pontos, ao final de 12 meses é possível chegar na faixa de 620 a 660 pontos, tornando-se um consumidor mais confiável aos olhos do mercado.

📊 Sustentabilidade e Controle

Essa estratégia se baseia em três pilares sólidos:

  • Disciplina: você sabe que só deve parcelar o que pode pagar com folga.

  • Sustentabilidade: a renda passiva cobre a operação sem apertos ou inadimplência.

  • Otimização do tempo: cada mês pago em dia é um passo para mais oportunidades.

✍️ Conclusão: Educação Financeira na Prática, sem Abrir Mão da Diversão

Essa não é apenas uma forma de comprar dois jogos. É uma aula de economia real: como usar o sistema financeiro a seu favor, sem dívidas, sem juros, e ainda aumentando sua reputação como consumidor no mercado de crédito.

Em tempos onde muitos veem o cartão como armadilha, você o transformou em alavanca. E isso, além de trazer bons jogos, te dá mais poder de escolha e liberdade no futuro.

Afinal, liberdade financeira é quando você pode jogar o que quiser — e o mercado confia que você sabe o que está fazendo.