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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Do liberalismo como causa e conseqüência da Independência do Brasil, uma verdade histórica

1) Muitos que acusam, e com razão, o "liberalismo" do Imperador D. Pedro I esquecem-se (propositadamente ou por ignorância?), que, quando da independência do Brasil, Portugal era, de facto, governado pelos ultra-liberais, representados nas famosas "cortes de Lisboa". Eles haviam cassado a cidadania da Rainha D. Carlota Joaquina, que se encontrava praticamente em prisão domiciliar em sua Quinta do Ramalhão, e o Rei D. João VI estava em uma posição muito próxima à de Luís XVI, quando este ainda vivia no Palácio das Tulherias, meses antes de ser guilhotinado.

2) Os liberais, na verdade, nunca foram realmente liberais, mas inimigos da Santa Igreja e das verdadeiras tradições da Europa. Eles procuraram retirar ao Brasil sua condição de reino unido ao de Portugal, reduzindo-o a uma condição de subserviência que jamais havia possuído. O Municipalismo que vigorava no território luso-americano é o grande exemplo do quanto aqueles povos detinham as verdadeiras rédeas do governo e a história está farta de exemplos que o comprovam (vide o conflito entre os descendentes dos desbravadores da Paraíba do Sul- Campos dos Goytacazes- e os Assecas).

3) Portanto o Brasil, com uma elite muito rica, não aceitaria tais desacatos. Os liberais, quando falam de independência, eles acusam uma verdade - a que sintetizei acima e a famosa carta de José Bonifácio é um outro exemplo. A maior prova disso é que os homens-bons das câmaras das principais Vilas do Rio e de São Paulo dão o seu apoio ao grito do Ipiranga, em muitas das atas constava a frase : "Fidelidade ao nosso rei D. João VI e abaixo às Cortes de Lisboa".

Heitor Buchaul

Do jornalismo como pirataria ética

1) George Orwell dizia, se não estou enganado, que jornalismo é publicar o que está escondido, enquanto todo o resto é publicidade, onde divulgar as coisas se funda no que é conveniente e dissociado da verdade - no caso, a riqueza tomada como sinal de salvação.

2.1) Há alguns anos, quando tomei conhecimento do livro O Brasil não foi colônia, eu fui ao site do IMUB e comprei o livro. 

2.2.1) Se eu tivsse tomado esta decisão para fazer a compra hoje, não conseguiria encontrar o livro no site do IMUB - nem o livro físico, nem o e-book. 

2.2.2) Se somarmos o fato de que o Brasil está sendo governado por Bolsonaro, eu vejo que Loryel Rocha está sonegando conhecimento, informação vital para se tomar o país como um lar em Cristo. A maior prova disso é que seus vídeos mais recentes são privados, reservados a um público seleto - sinal de que ele está conservando alguma coisa conveniente e dissociada da verdade.

3.1) Eis uma nova vertente para a digitalização: publicar o que se sonega de conveniente e dissociado da verdade, ainda que chamem isso de "pirataria". 

3.2) Certas publicações, por sua natureza, poderiam atingir um público mais amplo, mas são propositalmente postas em circulação num regime de porteira fechada, numa tentativa de se conspirar contra o público. Por isso, se uma cópia for adquirida, devemos digitalizá-la e levá-la a um público mais amplo, uma vez que a verdade pede isso, já que ela se impõe por si mesma. 

3.3) O sujeito que se vale da própria torpeza, pedindo indenização por pirataria, tem mais é que ser punido em razão disso. Como a justiça de nossos tempos está de costas para a verdade, não cabe aqui exercício arbitrário das próprias razões, se eu quiser fazer justiça com as próprias mãos. Afinal, estamos num tempo onde ou eliminamos os inimigos de Cristo ou somos eliminados - não há terceira via.

3.4) Dentro desse contexto, o verdadeiro jornalismo é pirataria ética - e a digitalização, neste aspecto, tem um quê de jornalismo. Como as digitalizações são feitas a base de fotos, trata-se de um ramo especial do fotojornalismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2020 (data da postagem original).

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domingo, 6 de setembro de 2020

Do que é feita a politéia?

1) A filosofia da crise tem seu sentido completo na Ciência da Cruz, tal como exposta em São João da Cruz.

2)  Nela ocorre uma crase, a junção de três coisas: crese, crise, e cruz. As três coisas formam uma só coisa que é distribuída a todo o povo, de modo a formar o kratos. Eis o fator democrático, enquanto aristocracia distribuída.

3) É quase um a, e i, o, u - ela nos aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus no seu grau mais básico. 

4) Para entendermos a politéia enquanto governo dos muitos virtuosos, membros da Igreja Militante que serve a Cristo em terras distantes, precisamos entender a filosofia da crise e a Ciência da Cruz, de modo a compreendermos a política enquanto continuação da trindade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2020.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Outras coisas que li no O Brasil não foi colônia

1.1) Segundo José Pedro Galvão de Sousa, não vigorou entre nós nenhum estatuto colonial, no sentido de nos colocar numa situação inferior a dos que nasceram em Portugal. Sempre tivemos os mesmos direitos que portugueses, pois sempre fomos considerados portugueses. 

1.2) Some-se a isso o fato de que o Estado do Brasil tinha símbolos próprios - se o Brasil fosse colônia, não poderia ter um símbolo que marcasse sua identidade local; as câmaras republicanas tinham autonomia para cuidar dos assuntos locais e podiam ter um exército local, verdadeiras milícias constituídas por gente local feitas de modo a proteger a localidade em caso de invasão de território. Isto explica porque o Brasil é grande. 

2.1) A coisa só foi mudar de figura quando D. Pedro I nos outorgou a carta de 1824 e começou a desmontar todo o sistema administrativo português sob a mentirosa a alegação de que o Brasil foi colônia, inspirados nas mentiras de seu mentor, José Bonifácio. 

2;2) O centralismo asfixiante nasceu nesta circunstância. E o Exército Brasileiro é o maior ícone do centralismo - ele foi responsável pelo desarmamento do povo ao longo da História, fora que toda sua tradição foi inventada, o que confirma a tese que o Brasil de 1822 é uma comunidade imaginada pela maçonaria, feita na contramão do que decorre de Ourique (basta vermos como Góes Monteiro e Dutra organizaram o processo de invenção de tradições durante a Era Vargas - há um trabalho que trata sobre isso: o Inventando tradições no Exército brasileiro: José Pessoa e a reforma da Escola Militar)

3) Toda uma idéia de identidade nacional começou a ser construída no Império de modo a esquecermos nossa herança portuguesa e a missão da qual somos herdeiros: a de servirmos a Cristo em terras distantes. Isso faz com que esqueçamos o heroísmo que foi feito de modo a povoar esta terra de modo a se servir a Cristo em terras distantes. O povo é realmente heróico, mas a história não está contada de maneira correta, pois nega o passado português. Há um quê de ideologia nessas homenagens (o positivismo dos militares é tão revolucionário quanto o comunismo). E precisamos ver o que não é visto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2020.

Comentários adicionais:

Fernando Braz: Como licenciado em História, sempre defendi Tito Lívio Ferreira e suas argumentações excepcionais. O Brasil nunca foi colônia, não nos termos como foram implementados por José Bonifácio e, tempos depois, seguido por Caio Prado e companhia.

Lilia Carvalho: Tito Lívio é lúcido e muito sagaz em toda sua narrativa. 1822 foi um jogo de interesses e até hoje o cidadão paga as consequências. Fomos, sim, a capital de um país europeu e nem naquela época tínhamos a cidadania portuguesa. Essa história precisa e deve ser repassada a limpo inclusive o papel do Exército em toda a dinâmica da formação do Estado brasileiro. Falo também como licenciada em História. Roberta Bukowski, leia esse texto.

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https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2020/08/coisas-que-vi-no-livro-o-brasil-nao-foi.html

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2014/01/sobre-as-fundacoes-logicas-da-patria.html

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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Considerações sobre as vilas, os burgos e o problema do espírito burguês

1) Entre o vicus e o pagus, há um estado intermediário de desenvolvimento civilizatório, o status villae

2) A vila tende a ser uma cidadela que depende de uma grande propriedade rural,o latifúndio romano, mais tarde chamado de feudo. Estas cidadelas, quando são fortificadas, são conhecidas como burgos.Daí chamamos de burgueses os que habitam essas cidades fortificadas.

3) Nessas cidades ocorre o beneficiamento da economia agrícola, a ponto de virar artesanato, a forma mais rudimentar de indústria que tem. Além da economia de transformação de matérias-primas em produtos de luxo, há toda uma economia de serviços que era desenvolvida nas guildas, nas corporações de ofício. Quem quisesse, podia aprender um ofício ou uma profissão - e se não tivesse dinheiro para a matrícula, pagava a formação com trabalho, a ponto de se tornar companheiro de uma das corporações da cidade, sempre guiado pelas ordens de um mestre ou grão-mestre.

4.1) Nessas vilas não havia escravidão - ninguém tinha direito de vida e de morte sobre um ser humano, uma vez que todos eram cristãos. O pagamento por meio de trabalho era usado como dação em pagamento no lugar do dinheiro - por isso, a servidão era freqüente. 

4.2) Os que eram solteiros e não tinham laços de servidão podiam casar. E conforme fossem progredindo através do trabalho, podiam legar seus bens às futuras gerações, que aprendiam o ofício de seus pais e continuavam do ponto onde a vida anterior parou. 

5) Esse ambiente protegido e livre fez com que os burgos crescessem e prosperassem. Muitos deles compraram cartas de franquia de seus feudos, tornando-se cidades-Estado independentes. O Florescimento Urbano e Comercial estava estabelecido, assim como se deu na Idade Média, a ponto de ser chamado de Renascimento Urbano e Comercial. Províncias podiam ser estabelecidas a partir dessas cidades prósperas, que se tornavam pequenas capitais, cidades-modelo para as demais.

6) Mas o progresso trouxe um problema: a perda do senso de aventura, do senso de nobreza, de lutar por aquilo que vale a pena, o senso de guerra justa. Por essa razão, o espírito burguês abomina a guerra, a aventura, o senso de servir a Cristo em terras distantes. O fechamento da alma burguesa leva ao paganismo e ao provincianismo - e isso leva certamente ao Renascimento do paganismo na Europa.

José Octavio Dettmann



terça-feira, 1 de setembro de 2020

Notas sobre política, alta cultura e tradição

1) Política é expressão da cultura e cultura é uma expressão do espírito.

2) Se deseja escrever sobre política, então escreva com base em cultura que aponta para o céu, para a conformidade com o Todo que vem de Deus. A verdadeira alta cultura sempre aponta para o alto, para o céu.

3) As coisas do Céu criaram um império de cultura, coisa que só existe no mundo português. Por isso não busque qualquer coisa - busque servir a Cristo em terras distantes. E o começo da missão se dá na própria da localidade, pois o próximo é o ponto de partida para o remoto.

4) Se você deseja política conservadora, busque os valores tradicionais luso-cristãos. Busque os valores do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - e não fique abraçando a mentira de que o Brasil foi colônia de Portugal, a ponto de trocar a sujeição ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem pela dos animais que mentem e que nos dominam, os mesmos que rejeitam a pedra angular que nos deu um sentido de vida.

José Octavio Dettmann

Do vereador como outro Cristo

1) Eu afirmei, em postagens anteriores, que a política é a continuação da trindade, enquanto messianismo de serviço.

2) Se política é vocação e se Cristo disse que é o caminho, a verdade e a vida, então, na qualidade de vereador, você deve agir como se fosse outro Cristo. Você deve morrer para si mesmo de modo que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem possa fazer santa habitação em você. Na qualidade de Cristo-príncipe de sua localidade, você deve servir aos necessitados de Cristo da localidade de modo que ela seja tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de ser um exemplo não só para a província, como também para o país inteiro.

3.1) Servindo localmente, você cumpre o propósito de servir a Cristo em terras distantes, uma vez que em Ourique Cristo criou um império de cultura global fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus - e Ele quer que Seu Santo Nome seja publicado no coração e na mente de povos que se encontram em terras muito distantes.

3.2) Este império, ao contrário dos demais, jamais perecerá, por se fundar no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem - é a teoria do Estado definitiva, por se fundar na verdade, enquanto fundamento da liberdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2020.

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