1) O primeiro desarmamentismo é o desarmamentismo espiritual.
2) Quando fomentam por aí a falsa crença de que o Estado é o problema, eles estão contra a Doutrina Social da Igreja, que afirma que a autoridade aperfeiçoa a liberdade, uma vez que a verdade é o fundamento da liberdade.
3.1) Se nenhum Estado sujeita seu governo ao que ensina a Santa Madre Igreja, então com que autoridade poderá se dizer o direito? Sem os ditames da verdade, a lei não poderá trazer justiça e paz à sociedade, uma vez que ela não passa de um fruto da imposição de poder da parte dos revolucionários, que imaginam comunidades de modo que toda e qualquer utopia possa ser realizada, por conta de uma cultura onde conservar o que é conveniente e dissociado da verdade vale mais do que a própria verdade, o Cristo em pessoa.
3.2.1) É por conta disso que surgem nações sem mitologema, sem uma tradição primordial - amparada na conformidade com o Todo que vem de Deus - que faça com que as pessoas inseridas naquele ethos tenham uma razão para se tomar aquela ordem social como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, de modo a servir a Ele em terras distantes - como os Estados Unidos na América, por exemplo, uma vez que esse país não passa de um catadão, de um ajuntamento de pessoas que foram obrigadas a viver juntas porque todas tinham um inimigo em comum: todas elas, independentemente de sua religião, foram perseguidas pelo déspota e herege rei Henrique VIII, que rompeu com Roma. Foi a partir desse cenário que surgiu a cultura de que o Estado é o problema, a base do chamado conservadorismo americano (que é conservantismo, como já apontei em artigos anteriores).
3.2.2) Quanto mais credibilidade têm esse conservantismo, mais as pessoas serão desarmadas espiritualmente na verdadeira fé, inviabilizando até mesmo o princípio justificador da legítima defesa, amparada na sã doutrina da Igreja.
3.2.3) É por conta dessa falsa cultura que os Estados Unidos estão sendo construídos para serem o império dos impérios do mundo onde a verdade será relativizada e a liberdade será servida com fins vazios.
3.2.4.1) O Brasil, desde 1822, foi concebido para ser o império dos impérios do mundo, com uma lógica complementar à lógica revolucionária americana (eu precisaria estudar uma obra que foi publicada pelo Loryel Rocha para melhor explicar esta questão).
3.2.4.2) A relação desses projetos de poder é de cunho hierárquico, amparada na doutrina do Destino Manifesto: os povos anglo-saxões (na verdade, a maçonaria anglo-saxã) se declara eleita de antemão para espalhar seus valores de liberdade para o mundo, nem que isso custe a morte daquela civilização, enquanto os povos condenados (os povos ibero-americanos, por exemplo) estão condenados de antemão, porque são católicos. A maçonaria que comanda cada um desses países substitui a verdadeira vontade de cada povo ibero-americano e se subordina aos interesses da maçonaria americana, fazendo o jogo das tesouras, uma vez que fomenta a contracultura necessária para conter os efeitos nocivos do liberalismo americano e conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que ambos se alimentam da mesma fonte revolucionária.
3.2.4.3) Por isso, esse jogo aparente de esquerda e direita não passa de uma técnica das tesouras que prepara o caminho para a Nova Ordem Mundial, onde cada país é visto como uma peça no tabuleiro de xadrez, cujo papel é definido pelos que imaginam a comunidade desde cima.
3.2.4.4) Cada país tem uma circunstância histórica única, verdadeira ou fabricada, que justifica esse papel definido. E a maçonaria, muito antes do comunismo, vai manipulando tudo de modo que tudo se subordine ao projeto maior, fundado na revolução americana, que deriva diretamente da heresia protestante.
4.1) É por essa razão que existe toda uma complexa engenharia social e toda uma complexa reprogramação neurolingüística de tal maneira a desarmar o espírito das pessoas na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, criando uma ilusão de pós-verdade.
4.2.1) Esse desarmamento espiritual leva a um desarmamento material, propriamente dito, onde as pessoas ficam privadas dos meios de ação necessários de modo a defender a própria vida e seus bens diante da tirania dos que governam o país conservando o que é conveniente e dissociado da verdade.
4.2.2) Com o órgão da inteligência morto por inanição - porque há toda uma cultura política que estimula as pessoas a recusarem a eucaristia como alimento - não há como haver resistência a esse odioso estado de coisas. E como se não bastasse à cultura política, há ainda uma cultura espiritual, subordinada a ela, que estimula e até justifica a pessoas a recusarem a eucaristia como alimento, a ponto de o órgão da inteligência ficar cada vez sem alimento e entrar em processo de autofagia, o que estimula ainda mais o processo revolucionário.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 2020.
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