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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Do senso de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo enquanto cultura e tradição de família - considerações sobre isto

1) Assim como o pecado entrou por um só Homem, a virtude começou a entrar no tecido social a partir de outro homem. Tudo começa a partir de um só homem - tudo começa como uma cultura pessoal. Essa cultura é passada à família e aos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.1) O senso de tomar múltiplos países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo de modo juntos todos acabem indo para a pátria definitiva, que se dá no Céu, deve começar como uma cultura familiar. O fundamento da teoria da nacionidade é o chamado de Cristo em Ourique.

2.2) O Reinado Social de Cristo-Rei se dá na forma de Império, o que pede tomar múltiplos lugares como um lar, aprendendo a língua, a cultura e os hábitos de cada lugar, selecionando o que é conveniente e sensato e afastando o que é inconveniente e insensato, o que nos afasta de Cristo.

2.3.1) Quanto mais se conhece a cada geração, mais se coisas podem ser melhor observadas.

2.3.2) Na minha geração, eu aprendi português, inglês, polonês, além do pensamento de Olavo de Carvalho e de Loryel Rocha. Além do meu conhecimento, meus filhos poderão aprender as habilidades da mãe - e a tendência é casar-me com alguém de fora do Brasil, visto que é difícil encontrar gente que preza o saber aqui dentro. Se eu tiver uma esposa polonesa ou franco-canadense, a tendência é meus filhos terem dupla nacionalidade, a ponto de terem a responsabilidade de tomarem os dois países como um mesmo lar em Cristo.

2.3.3) Se meu filho mais velho se casar com uma francesa católica, o filho dessa união tenderá a tomar esses três países como um mesmo lar; se o filho mais novo se casar como uma americana católica, ele deverá tomar os três países como um mesmo lar, fora que poderá aprender a tomar a França como um lar em Cristo a partir da experiência da tia e do primo.

2.3.4) A cada geração diferentes nacionalidades devem ser acumuladas, sem se esquecer da nacionalidade de seus ancestrais. Da multiplicidade de culturas provadas e testadas a partir da experiência familiar, poderemos ver quais verdades podem ser conhecidas e obedecidas e quais coisas devem ser rejeitadas. Esse conhecimento deve ser buscado pelas famílias que amam o saber e a verdade, que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.3.5) Isso não pode ser imposto por uma ideologia ou por uma política governamental, mas como um caminho de vida pessoal, fundado na missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.1) Esse conhecimento enquanto tradição de família é difícil de ser obtido - e por ser de difícil obtenção é um dado valioso.

3.2) Ele gera pessoas preparadas para servir a Cristo em terras distantes, a ponto de não tomar nenhuma terra como estranha, visto que algum ancestral já passou por ela. E se nenhuma terra não lhe é estranha, então ele é cidadão do mundo que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, cujo império gera uma cultura que tem seu verdadeiro lugar no mundo por conta do verbo que se fez carne e fez santa habitação em nós através da Eucaristia.

3.3) É da família que surgem as comunidades. E a tendência é surgirem comunidades reveladas nessa vocação, visto que decorreram de uma família que tomou vários países como um mesmo lar em Cristo ao longo das gerações.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de janeiro 2020 (data da postagem original).

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