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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Como ganhar milhas com a Uber em rotas longas (através do programa Smiles) e maximizar lucros com cashback em rotas curtas

Em um cenário de crescente busca por otimização financeira no cotidiano, transformar despesas regulares em benefícios reais deixou de ser um luxo e se tornou uma necessidade estratégica. Um excelente exemplo disso é a parceria entre a Uber e o programa de fidelidade Smiles, que permite ao usuário acumular 4 milhas por real gasto em corridas com a Uber.

Mas, para quem pensa de forma flexível, essa não é a única via. Para trajetos mais curtos, com valores modestos, o cashback de plataformas como Honey pode ser a opção mais lucrativa — você pode ganhar em dólarese com liberdade de uso, a ponto de optar entre regatar o dinheiro ou obter um voucher da Amazon Americana, o que te permite resgatar mais um livro, considerando a imunidade constitucional que o Brasil concede aos livros.

Neste artigo, você entenderá como combinar essas duas estratégias para obter o melhor retorno em cada tipo de corrida.

🚗 A parceria Uber + Smiles: 4 milhas por real gasto

Desde que foi firmada, a parceria entre Uber e Smiles se mostra altamente vantajosa para usuários frequentes do aplicativo. O funcionamento é simples:

  • A cada R$ 1,00 gasto em corridas, o usuário acumula 4 milhas Smiles

  • Basta vincular sua conta Smiles ao app da Uber (em “Uber Rewards”)

  • As milhas são creditadas automaticamente após a corrida ser concluída

Exemplo prático:
Uma corrida de R$ 108,00 (ida) gera 432 milhas.
Se for ida e volta, são 864 milhas num só dia.
Ao longo de 28 dias, isso pode resultar em mais de 24.000 milhas Smiles — o suficiente para resgatar uma passagem de ida e volta para Buenos Aires ou Montevidéu em promoção.

Para quem faz fretes urbanos com Uber Flash, essa estratégia também se aplica: cada real em logística vira milha — e milha vira dinheiro ou viagem.

💰 E nas corridas curtas? Aqui entra o cashback Honey

Quando o custo da corrida é baixo — abaixo de R$ 57,00 (~US$10,00) — a rentabilidade da Smiles diminui. Por exemplo, em uma corrida de R$ 20, o usuário acumularia 80 milhas, o que, em valor de mercado, equivale a pouco mais de R$ 1,00.

Neste caso em particular, o cashback do Honey pode render mais, principalmente se a corrida for feita com pagamento em dólar e estiver dentro do limite de cashback ativável.

Exemplo:

  • Gasto de até US$ 10 em corrida

  • Cashback de 5% = US$ 0,50 = ~R$ 2,85

  • Valor mais palpável, direto, sem depender de revenda de milhas

🔄 Flexibilidade é a chave

O verdadeiro ganho está na alternância inteligente entre os dois modelos:

Situação Melhor estratégia
Corrida longa (R$ 57,00 ou mais) Milhas Smiles (Uber)
Corrida curta (até US$ 10) Cashback Honey
Frete urbano premium Milhas Smiles com Uber Flash
Reinvestimento dos ganhos Cashback direto ou vender milhas 

🔁 Transformando milhas em dinheiro ou em novas passagens

Embora não seja possível converter milhas Smiles diretamente em milhas LATAM Pass, você pode:

  1. Vender as milhas acumuladas via HotMilhas, MaxMilhas ou Asap Milhas

  2. Usar o valor para:

    • Comprar milhas LATAM (em promoções com bônus)

    • Comprar passagens diretamente em outras companhias

Assim, você converte logística em capital e reinveste conforme seus objetivos de viagem.

✈️ Conclusão: transporte inteligente, retorno garantido

A rotina de deslocamentos urbanos, seja para trabalho, estudo ou entregas, pode deixar de ser apenas um custo para se tornar uma ferramenta de geração de valor. Usar milhas com a Uber para viagens longas e cashback para as mais curtas é uma forma prática de extrair o melhor retorno de cada real ou dólar gasto.

Em tempos em que cada centavo conta, essa estratégia híbrida coloca o usuário comum em vantagem — aproximando cada corrida do próximo destino internacional.

domingo, 11 de maio de 2025

„Nie zgadzam się” jako tryb rozkazujący: gdy forma zdradza treść

W moim życiu intelektualnym i moralnym zawsze byłem gotów słuchać tych, którzy się ze mną nie zgadzają — pod warunkiem, że robią to z szacunkiem, uczciwością i szczerym pragnieniem budowania lub poszukiwania prawdy. Tego właśnie uczą dobre praktyki prawa: gdy się nie zgadzamy, używamy form grzecznościowych, takich jak: „jeśli wolno mi się nie zgodzić, chciałbym wskazać na taki a taki punkt, który wydaje mi się nieprecyzyjny z tego czy innego powodu”. Sama forma wypowiedzi wskazuje już na duszę zdolną do dialogu, a nie do narzucania się.

Kiedy spotykam kogoś takiego, zatrzymuję się, słucham i — jeśli dana osoba ma rację — pokornie się zgadzam. Prawda ma pierwszeństwo przed wszelką osobistą próżnością. Jednakże w mediach społecznościowych ten duch wydaje się nieobecny. Często otrzymuję po prostu jedno suche „nie zgadzam się” — rozkazujące, pozbawione argumentów. To „nie zgadzam się” nie brzmi już jak opinia, ale jak rozkaz, atak, zaprzeczenie słuszności tego, co mówię, bez choćby próby zrozumienia.

Kiedy tak się dzieje, zakładam, że moje słowa zraniły nie prawdę, lecz coś, co dana osoba uznaje za wygodne — a więc z definicji oderwane od prawdy. Sama postawa wystarcza, bym stracił zainteresowanie. Nie chcę nawet słuchać argumentów. Usuwam, blokuję, zrywam kontakt — nie z próżności, lecz z troski o integralność tego, co noszę w sobie i co ofiarowuję w swoich słowach.

Niedawno pewna dziewczyna z Brasílii zapytała mnie, dlaczego publikuję stare zdjęcia, a nie nowe. Odpowiedziałem zgodnie z tym, w co wierzę:
„Jeśli spodoba ci się moja młodsza wersja, spodoba ci się też ta starsza. Może straciłem trochę włosów, może przytyłem, ale w istocie pozostałem tą samą osobą. A ponieważ takie rzeczy są piękne, Bóg zakrywa je welonem — i tylko godna kobieta może go unieść w zasługach Chrystusa”.

Ona odpowiedziała jedynie: „nie zgadzam się”. I w konsekwencji została zablokowana.

Nie z powodu samego braku zgody, lecz dlatego, że ktoś, kto odpowiada w ten sposób, nie szuka prawdy — on się tylko narzuca. Kto tak postępuje, nie rozumie, że są welony, których nie podnosi się siłą opinii, lecz jedynie z czcią godności.

O "discordo" como modo imperativo: quando a forma revela o conteúdo

Na minha vida intelectual e moral, sempre me predispus a escutar quem discorda de mim — desde que o faça com respeito, honestidade e com o desejo sincero de construir ou buscar a verdade. É o que aprendemos nas boas práticas do Direito: ao discordar, usamos fórmulas de cortesia como "se me permite discordar, gostaria de apontar tal ponto, que me parece impreciso por esta ou aquela razão". Essa forma de dizer já sinaliza que se trata de uma alma capaz de dialogar, não de impor.

Quando encontro alguém assim, paro, ouço e, se a pessoa estiver com a razão, concordo com humildade. A verdade tem primazia sobre qualquer vaidade pessoal. Contudo, nas redes sociais, esse espírito parece ausente. Muitas vezes o que recebo é apenas um “discordo” — seco, imperativo, desprovido de argumento. Um "discordo" que já não soa como opinião, mas como ordem, como ataque, como negação da legitimidade do que digo sem sequer compreendê-lo.

Quando isso acontece, parto do pressuposto de que minhas palavras feriram não a verdade, mas algo que a pessoa conserva como conveniente — e, justamente por isso, dissociado da verdade. Só pela atitude, já perco o interesse. Não quero sequer ouvir o argumento. Apago, bloqueio, retiro do convívio — não por vaidade, mas por zelo à integridade do que carrego em mim e ofereço em minhas palavras.

Recentemente, uma moça de Brasília me perguntou por que eu postava fotos antigas e não novas de mim mesmo. Respondi com aquilo que acredito:
"Se você gostar da minha versão mais jovem, você gostará da minha versão mais velha. Posso ter perdido um pouco de cabelo, posso ter engordado, mas na essência continuo a mesma pessoa. Como essas coisas são belas, Deus as cobre com um véu — e só uma mulher digna pode descortinar esse véu nos méritos de Cristo."

Ela respondeu apenas: "discordo". E, como consequência, foi bloqueada.

Não por causa da discordância em si, mas porque quem responde com um "discordo" assim não busca a verdade, apenas se impõe. Quem age assim não compreende que há véus que não se levantam com a força da opinião, mas apenas com a reverência da dignidade.

Por que o Brasil não teve um problema com a Máfia como os Estados Unidos: um olhar sobre a origem dos imigrantes italianos

Ao se analisar a história da imigração italiana para o Brasil e para os Estados Unidos, torna-se evidente que a diferença na origem regional desses imigrantes teve um impacto significativo na forma como cada país lidou com a influência do crime organizado. Enquanto os Estados Unidos viram nascer e se consolidar estruturas mafiosas poderosas, como a famosa Cosa Nostra, o Brasil, apesar de seus próprios desafios com o crime, não desenvolveu redes mafiosas nos moldes italianos. A explicação para isso está enraizada na geografia da imigração: o norte da Itália foi a principal região de origem dos imigrantes que vieram ao Brasil, ao passo que o sul da Itália foi a principal fonte dos que foram para os Estados Unidos.

A imigração italiana: contextos distintos

A imigração italiana para o Brasil ganhou força a partir da década de 1870, sobretudo após a abolição do tráfico transatlântico de escravos. O país precisava substituir a mão de obra escrava, especialmente nas lavouras de café do Sudeste, e passou a incentivar a vinda de europeus. Assim, entre 1876 e 1920, cerca de 1,6 milhão de italianos desembarcaram em portos brasileiros. A esmagadora maioria deles veio do norte da Itália — especialmente das regiões do Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige e Emília-Romanha. Esses imigrantes, em geral, tinham origem camponesa e foram direcionados a áreas rurais, sendo integrados em colônias agrícolas ou contratados como trabalhadores assalariados nas fazendas de café.

Nos Estados Unidos, o fenômeno da imigração italiana se deu de forma distinta. Entre 1880 e 1914, mais de 4 milhões de italianos migraram para o país. Diferentemente do Brasil, cerca de 80% desses imigrantes eram provenientes do sul da Itália — regiões como Sicília, Nápoles, Calábria e Apúlia. Muitos deles se estabeleceram em centros urbanos densamente povoados, como Nova York, Boston, Filadélfia e Chicago, formando bairros étnicos como o famoso Little Italy.

As raízes da máfia e sua exportação para os EUA

O sul da Itália, especialmente a Sicília, é o berço da máfia moderna. A Cosa Nostra, uma organização mafiosa que se fortaleceu no século XIX, consolidou-se como uma entidade paralela ao Estado, oferecendo "proteção", promovendo extorsão, tráfico e assassinatos. Em muitas comunidades do sul italiano, a ausência do poder público e a tradição clientelista criaram o ambiente ideal para que a máfia florescesse e se tornasse parte da estrutura social.

Quando os imigrantes do sul italiano chegaram aos Estados Unidos, levaram consigo não apenas seus costumes e dialetos, mas também, em alguns casos, os códigos de silêncio (omertà) e as estruturas informais de poder típicas de suas regiões de origem. Em meio à pobreza e ao preconceito que enfrentaram nas grandes cidades americanas, alguns desses imigrantes recorreram à organização mafiosa como uma forma de ascensão econômica e de proteção contra a hostilidade do novo ambiente. Assim, nas primeiras décadas do século XX, a máfia siciliana estabeleceu suas bases em solo americano, ramificando-se por diversas cidades e adquirindo grande poder, especialmente durante a era da Lei Seca (1920–1933).

Por que isso não ocorreu no Brasil

No Brasil, o cenário foi bem diferente. Primeiro, como já dito, os italianos que vieram ao país eram majoritariamente do norte, onde a máfia não era um fenômeno cultural significativo. Segundo, esses imigrantes foram encaminhados a áreas rurais, o que dificultava a formação de redes criminosas organizadas em moldes urbanos. Além disso, o próprio tipo de inserção social e econômica no Brasil — voltada ao trabalho agrícola e, posteriormente, ao comércio e à indústria em cidades como São Paulo — foi menos propício à formação de estruturas paralelas de poder.

Por fim, deve-se destacar que, embora o Brasil tenha enfrentado e ainda enfrente graves problemas com o crime organizado, as raízes e os modelos dessas organizações criminosas são diferentes. O tráfico de drogas, por exemplo, deu origem a facções como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, mas essas organizações surgiram de dentro do sistema prisional e em contextos socioeconômicos locais, sem relação direta com a cultura mafiosa italiana.

Conclusão

A presença ou ausência da máfia nos países que receberam imigrantes italianos não dependeu apenas do número de imigrantes, mas principalmente de sua origem regional, do contexto de inserção e das condições sociais locais. A predominância de imigrantes do norte da Itália no Brasil e a estrutura agrária de sua inserção social explicam por que o país não foi palco de redes mafiosas como as que floresceram nos Estados Unidos, onde a imigração do sul italiano teve um papel decisivo. Essa diferença, embora pouco comentada, é um exemplo claro de como a história das migrações molda o tecido social e político das nações de forma profunda e duradoura.

Bibliografia

  1. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
    → Análise sobre o contexto da imigração italiana no Brasil.

  2. TRONCA, Rodrigo. Imigração italiana no Brasil: entre a memória e a história. São Paulo: Contexto, 2010.

  3. GAMBINO, Richard. Blood of My Blood: The Dilemma of the Italian Americans. New York: Doubleday, 1974.
    → Obra clássica sobre identidade e cultura dos italo-americanos, incluindo sua relação com o crime organizado.

  4. LANCASTER, Thomas D. Politics and the Mafia in Southern Italy. London: Routledge, 1987.
    → Examina as raízes sociopolíticas da máfia no sul da Itália.

  5. HESS, Henner. Mafia & Mafiosi: Origin, Power and Myth. London: Hurst & Company, 1998.
    → Uma das principais referências sobre a gênese da máfia e sua exportação para os EUA.

  6. LIDDY, James. The Mob in America: A History of Organized Crime. New York: Random House, 2002.
    → Estudo detalhado da máfia nos EUA, incluindo sua base étnica e regional.

  7. CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Imigração e Exílio: italianos e judeus no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2003.

  8. Arquivo Nacional / Ministério da Justiça. Imigração Italiana no Brasil (acervo digital).
    http://www.an.gov.br

La batalla que casi borró la identidad de Brasil: La Reconquista de Salvador por la Monarquía Hispánica (1625)

Introducción

Es poco conocido por el gran público que, a mediados del siglo XVII, el territorio que hoy conocemos como Brasil estuvo bajo una seria amenaza de dominio neerlandés. En 1624, las Provincias Unidas de los Países Bajos —ya en guerra con la Monarquía Hispánica en el contexto de la llamada Guerra de los Ochenta Años (1568–1648)— lanzaron una ofensiva contra la entonces capital del Brasil portugués: Salvador de Bahía de Todos los Santos. Este episodio se enmarca en un escenario geopolítico más amplio, en el cual Brasil integraba la estructura administrativa y militar de la Corona Hispánica, en virtud de la Unión Ibérica iniciada en 1580 bajo el reinado de Felipe II de España (Felipe I de Portugal).

El Contexto Imperial: Brasil bajo la Monarquía Hispánica

Con la ascensión de Felipe II al trono portugués en 1580, tras la crisis dinástica causada por la muerte del cardenal don Enrique, los reinos de Portugal y España fueron unificados bajo una misma soberanía, formando la llamada Monarquía Hispánica. Así, entre 1580 y 1640, el vasto imperio ultramarino portugués —incluyendo Brasil— quedó bajo control de los Habsburgo españoles, aunque con relativa autonomía administrativa local.

Salvador de Bahía, fundada en 1549, no era solo una capital colonial; se trataba de uno de los principales centros administrativos, militares y económicos del imperio atlántico luso-hispánico. Su importancia estratégica provenía del flujo de azúcar, palo de Brasil y otros productos tropicales hacia el mercado europeo. Por esa razón, la ciudad se convirtió en un objetivo prioritario de la Compañía Neerlandesa de las Indias Occidentales, creada por los holandeses con el objetivo explícito de debilitar el monopolio ibérico en los mares y en las colonias americanas.

La Ocupación Neerlandesa de 1624

En el año 1624, una expedición militar compuesta por cerca de 26 navíos y 3.500 hombres, bajo el mando del almirante Jacob Willekens y el vicealmirante Pieter Heyn, partió desde las Provincias Unidas rumbo al Atlántico Sur. La fuerza neerlandesa logró capturar Salvador con relativa facilidad. El gobernador portugués de la ciudad, Diogo de Mendonça Furtado, fue apresado y las autoridades coloniales locales fueron rápidamente sometidas.

La ciudad fue incorporada al dominio de la Compañía de las Indias Occidentales, y los invasores iniciaron un proceso de fortificación y consolidación del control. Sin embargo, el dominio neerlandés encontró resistencia significativa en los alrededores de la capital, especialmente en la región del Río Vermelho, donde luso-brasileños, clérigos y campesinos organizaron guerrillas y operaciones de sabotaje.

La Respuesta de la Monarquía Hispánica: La Jornada a Brasil

La noticia de la ocupación de Salvador causó gran impacto en la corte española. El monarca Felipe IV, entonces rey de España y Portugal, autorizó una operación militar de gran envergadura. El mando de la expedición fue confiado a Fadrique de Toledo Osorio, Capitán General de la Armada del Mar Océano, veterano de guerra y conocido por su eficacia en combates navales.

La operación, denominada Jornada a Brasil, contó con la participación de aproximadamente 12.000 hombres y más de 50 embarcaciones —uno de los mayores emprendimientos navales de la época. La fuerza estaba compuesta por tercios españoles, tropas portuguesas, marineros y apoyo papal. El objetivo era claro: restaurar la soberanía de la Monarquía Hispánica sobre la capital brasileña.

La travesía del Atlántico, realizada sin los recursos modernos de navegación, ya representaba una hazaña logística notable. Enfrentando riesgos de enfermedades, tormentas e insubordinación, la armada llegó a la costa brasileña en abril de 1625.

El Sitio y la Reconquista de Salvador

Al llegar a Salvador, los hispano-portugueses encontraron la ciudad fuertemente defendida. Se inició entonces un prolongado sitio, con bombardeos constantes desde la bahía, cortes de suministros y ataques coordinados por tierra. La ofensiva no consistió en un simple bloqueo, sino en una serie de combates intensos, en los cuales la superioridad numérica y logística de los ejércitos ibéricos fue decisiva.

Los neerlandeses intentaron buscar apoyo externo, incluso de corsarios franceses y de poblaciones indígenas aliadas, pero dichos refuerzos no llegaron a tiempo. Tras semanas de resistencia, el 1 de mayo de 1625, los holandeses capitularon y Salvador fue retomada por la Monarquía Hispánica.

Consecuencias y Representación Historiográfica

La recuperación de Salvador de Bahía constituyó una victoria simbólica y estratégica. Representó la contención de la expansión colonial neerlandesa y reafirmó la capacidad de la Corona Hispánica para proyectar poder transatlántico incluso en tiempos de crisis. La victoria fue celebrada en Lisboa, Madrid y Roma, siendo incluso representada por Juan Bautista Maíno, pintor de la corte, en su obra La Recuperación de Bahía de Todos los Santos, actualmente expuesta en el Museo del Prado.

Sin embargo, este episodio permanece relativamente oscuro en la historiografía popular y en los currículos escolares, frecuentemente eclipsado por la llamada "visión decadente" del imperio español en el siglo XVII. En realidad, la batalla por Bahía refuta esa narrativa: revela una potencia capaz de coordinar operaciones intercontinentales y de enfrentar con éxito desafíos a su hegemonía global.

📚 Bibliografía Recomendada

  • Boxer, Charles R. – La Conquista y la Colonización de los Trópicos (Brasil, Angola, Goa). Companhia das Letras.

  • Oliveira, Evaldo Cabral de Mello – El Negocio del Brasil: Portugal, los Países Bajos y el Nordeste, 1641-1669. Editora Topbooks.

  • Saraiva, José Hermano – Historia Concisa de Portugal. Europa-América.

  • Schwartz, Stuart B. – Soberanía y Sociedad en el Brasil Colonial. University of California Press.

  • Prado, Maria Ligia Coelho – La Cuestión Colonial en América Latina. Atual.

  • Museo del Prado – Registro oficial de la obra La Recuperación de Bahía, de Juan Bautista Maíno.

A batalha que quase apagou a identidade do Brasil: A Reconquista de Salvador pela Monarquia Hispânica (1625)

Introdução

É pouco conhecido do grande público que, em meados do século XVII, o território que hoje compreende o Brasil esteve sob séria ameaça de domínio holandês. Em 1624, as Províncias Unidas dos Países Baixos — já em guerra com a Monarquia Hispânica no contexto da chamada Guerra dos Oitenta Anos (1568–1648) — lançaram uma ofensiva contra a então capital do Brasil português: Salvador da Bahia de Todos os Santos. Este episódio inscreve-se em um cenário geopolítico mais amplo, no qual o Brasil integrava a estrutura administrativa e militar da Coroa Hispânica, em virtude da União Ibérica iniciada em 1580 sob o reinado de Felipe II da Espanha (Felipe I de Portugal).

O Contexto Imperial: Brasil sob a Monarquia Hispânica

Com a ascensão de Felipe II ao trono português em 1580, após a crise dinástica causada pela morte do cardeal D. Henrique, os reinos de Portugal e Espanha foram unificados sob uma mesma soberania, formando a chamada Monarquia Hispânica. Assim, entre 1580 e 1640, o vasto império ultramarino português — incluindo o Brasil — ficou sob controle dos Habsburgos espanhóis, ainda que com relativa autonomia administrativa local.

Salvador da Bahia, fundada em 1549, não era apenas uma capital colonial; tratava-se de um dos principais centros administrativos, militares e econômicos do império atlântico luso-hispânico. Sua importância estratégica advinha do escoamento de açúcar, pau-brasil e outros produtos tropicais em direção ao mercado europeu. Por essa razão, a cidade tornou-se um alvo prioritário da Companhia das Índias Ocidentais, criada pelos holandeses com o objetivo explícito de enfraquecer o monopólio ibérico nos mares e nas colônias americanas.

A Ocupação Holandesa de 1624

No ano de 1624, uma expedição militar composta por cerca de 26 navios e 3.500 homens, sob comando do almirante Jacob Willekens e do vice-almirante Pieter Heyn, partiu das Províncias Unidas rumo ao Atlântico Sul. A força holandesa conseguiu capturar Salvador com relativa facilidade. O governador português da cidade, Diogo de Mendonça Furtado, foi aprisionado e as autoridades coloniais locais foram rapidamente subjugadas.

A cidade foi incorporada ao domínio da Companhia das Índias Ocidentais, e os invasores iniciaram um processo de fortificação e consolidação do controle. Entretanto, o domínio holandês encontrou resistência significativa nas redondezas da capital, especialmente na região do Rio Vermelho, onde luso-brasileiros, clérigos e camponeses organizaram guerrilhas e operações de sabotagem.

A Resposta da Monarquia Hispânica: A Jornada ao Brasil

A notícia da ocupação de Salvador repercutiu intensamente na Corte espanhola. O monarca Felipe IV, então rei de Espanha e Portugal, autorizou uma operação militar de grande envergadura. O comando da expedição foi confiado a Fadrique de Toledo Osorio, Capitão-Geral da Armada do Mar Oceano, veterano de guerra e conhecido por sua eficácia em combates navais.

A operação, denominada Jornada ao Brasil, contou com a participação de aproximadamente 12.000 homens e mais de 50 embarcações — um dos maiores empreendimentos navais da época. A força era composta por Terços espanhóis, tropas portuguesas, marinheiros e apoio papal. O objetivo era claro: restaurar a soberania da Monarquia Hispânica sobre a capital brasileira.

A travessia do Atlântico, feita sem os recursos modernos de navegação, já representava um feito logístico notável. Enfrentando riscos de doenças, tempestades e insubordinação, a armada chegou à costa brasileira em abril de 1625.

O cerco e a reconquista de Salvador

Ao alcançar Salvador, os hispano-portugueses encontraram a cidade fortemente guarnecida. Iniciou-se então um cerco prolongado, envolvendo bombardeios constantes a partir da baía, cortes de suprimentos e ataques coordenados por terra. A ofensiva não consistiu em simples bloqueio, mas sim em uma série de combates intensos, nos quais a superioridade numérica e logística dos exércitos ibéricos foi decisiva.

Os holandeses tentaram buscar apoio externo, inclusive de corsários franceses e de populações indígenas aliadas, mas tais reforços não chegaram a tempo. Após semanas de resistência, em 1º de maio de 1625, os holandeses capitularam e Salvador foi retomada pela Monarquia Hispânica.

Consequências e Representação Historiográfica

A recuperação de Salvador da Bahia constituiu uma vitória simbólica e estratégica. Representou a contenção da expansão colonial holandesa e reafirmou a capacidade da Coroa Hispânica de projetar poder transatlântico mesmo em tempos de crise. A vitória foi celebrada em Lisboa, Madri e Roma, sendo inclusive representada por Juan Bautista Maíno, pintor da corte, em sua obra La Recuperación de Bahía de Todos los Santos, atualmente exposta no Museu do Prado.

Contudo, esse episódio permanece relativamente obscuro na historiografia popular e nos currículos escolares, frequentemente eclipsado pela chamada "visão decadente" do império espanhol no século XVII. Na realidade, a batalha pela Bahia refuta essa narrativa: revela uma potência capaz de coordenar operações intercontinentais e de enfrentar, com sucesso, desafios à sua hegemonia global.

📚 Bibliografia Recomendada

  1. Boxer, Charles R.A Conquista e a Colonização dos Trópicos (Brasil, Angola, Goa). Companhia das Letras.

  2. Oliveira, Evaldo Cabral de MelloO Negócio do Brasil: Portugal, os Países Baixos e o Nordeste, 1641-1669. Editora Topbooks.

  3. Saraiva, José HermanoHistória Concisa de Portugal. Europa-América.

  4. Schwartz, Stuart B.Sovereignty and Society in Colonial Brazil. University of California Press.

  5. Prado, Maria Ligia CoelhoA Questão Colonial na América Latina. Atual.

  6. Museu do Prado – Registro oficial da obra La Recuperación de Bahía, por Juan Bautista Maíno.

O Banco Central e a prova de fogo de sua Independência sob a gestão Galípolo

A autonomia do Banco Central sempre foi tema sensível nas relações entre política monetária e governo. Com a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência da instituição, o debate reacende: o Banco Central continuará verdadeiramente independente ou haverá interferência política na condução da política monetária?

A experiência do ex-presidente do BC Henrique Meirelles lança luz sobre esse tema. Em conversa recente, ele rememorou momentos-chave de sua gestão, quando, mesmo sem o respaldo legal da autonomia formal, atuou de forma independente, graças à confiança direta do então presidente Lula. Segundo Meirelles, essa confiança é essencial para que o presidente da instituição possa agir com liberdade técnica — e, nesse sentido, o fato de Galípolo ter sido escolhido pelo atual presidente pode ser mais uma vantagem do que um risco.

Durante o mandato de Meirelles, houve episódios emblemáticos, como a pressão direta de Lula para a redução da taxa de juros em 2007, durante a implementação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Meirelles, fiel à responsabilidade de manter as expectativas inflacionárias ancoradas, recusou a pressão. Na época, a Selic chegou a 26,5% — uma decisão técnica dura, mas eficaz para controlar a inflação. O episódio revelou que, mesmo diante de ameaças de exoneração, a independência de fato pode prevalecer quando há convicção institucional.

Com Galípolo, o cenário parte de um ponto mais formalizado: o Banco Central hoje possui autonomia legal, o que deveria reforçar a confiança do mercado. Ainda assim, o histórico de desconfiança entre Lula e Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro, demonstrou como percepções políticas podem contaminar o ambiente institucional.

Galípolo, por sua vez, busca sinalizar compromisso institucional. A iniciativa de entrevistar todos os ex-presidentes do Banco Central é um gesto simbólico que aponta para continuidade e respeito à história da autoridade monetária. Meirelles, inclusive, enxerga esse gesto como sinal de humildade e seriedade.

O mercado financeiro, naturalmente cético, observa se o novo presidente agirá com a independência que o cargo exige ou se cederá às eventuais pressões do Executivo por juros mais baixos para impulsionar o crescimento.

No fim das contas, como disse Meirelles, o mais importante é o resultado concreto: manter a inflação sob controle, ancorar as expectativas e sustentar a credibilidade da política monetária. Se Galípolo conseguir isso — ainda que alinhado politicamente ao presidente — será a prova cabal de que o Banco Central independente não é apenas uma promessa legal, mas uma realidade institucional consolidada no Brasil.

Fonte: 

https://www.youtube.com/watch?v=SBYbO7lzglk