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sábado, 8 de dezembro de 2018

Por que o pensamento econômico católico não é (e nunca será) socialista?

1) O fim do homem é a busca da felicidade. Mas essa busca é plena na verdade, coisa que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a quem devemos imitar.

2.1) O homem necessita do pão e da palavra de Deus para se sentir satisfeito, feliz por conta de suas necessidades terem sido bem atendidas. Por isso, a cidade dos homens tende a melhor imitar a Jerusalém Celeste quando provê as duas coisas.

2.2) Neste ponto a economia da salvação tende a preparar a todos para a polis definitiva: a Jerusalém celeste. E não é à toa que devemos servir ordem de modo a que ordem bem nos sirva, com base no princípio da confiança, uma vez que devemos amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, uma vez que devemos nos amar uns aos outros como Jesus nos amou.

3.1) Deus veio trazer a vida e vida em abundância.

3.2) Como a riqueza decorre da vida, então o lastro da riqueza se dá em coisas que possam se reproduzir por si mesmas, uma vez que elas são produtivas porque se fundam nos propósitos de Deus, como são as sementes das plantas.

3.3.1) Como Deus veio dar vida em abundância, e a riqueza decorre da vida, então o cálculo econométrico fica impossível, uma vez que não há escassez - e é com base na escassez que as coisas são quantificadas, levando o mundo a prezar o materialismo e a imanência a ponto de preferir os bens presentes aos bens futuros, uma vez que o homem só é tomado como medida de todas as coisas porque ele só é capaz de construir pontes onde há escassez, coisa que se funda no amor de si até o desprezo de Deus. 
3.3.2) Isso leva ao pragmatismo, a ponto de a liberdade ser servida com fins vazios - e se isso for conservado conveniente e dissociado da verdade, então isso leva a pensamentos eugênicos, que tendem a ver a boa saúde como uma conseqüência da riqueza como sinal de salvação, negando o princípio de que a vida com deficiência é uma espécie de evangelho não escrito que aponta a todos para conformidade o Todo que vem de Deus, uma vez que sem a ação do Espírito Santo nada podemos fazer, pois nem mesmo seremos capazes de construir essas pontes, a ponto de ligar um lugar ao outro.

3.4) É por não haver escassez, já que nada é impossível para Ele, que o verdadeiro Deus e verdadeiro homem é equiparado a um bolchevique, uma vez que Mises comprovou que o cálculo econômico é impossível numa economia socialista.

3.5.1) Mas o socialismo se funda no homem como a medida de todas as coisas. 

3.5.2) Como todo homem tem o direito à verdade que quiser, então todo e qualquer homem se torna um divo empoderado, capaz de mentir em nome da verdade, daquilo que conserva conveniente e dissociado da verdade, uma vez que nega o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que é Jesus Cristo.

3.5.3) O Estado - a mais elevada das instituições criadas pelo homem - é tomado como se fosse religião, uma vez que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.5.4) O socialismo decorre da riqueza como sinal de salvação, visto que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados - e os revolucionários são progressistas porque são mais radicais nesse conservantismo.

3.5.5) Se a riqueza se torna sinal de salvação, então haverá salvacionismo na política, o que fomenta totalitarismo. Qualquer utopia é prometida ao camponês, que só quer pão, terra e trabalho.

3.5.6) Como Deus, a verdadeira esperança, foi negado, então o camponês é enganado - como os homens não são deuses, então suas promessas são vazias, porque se fundam em coisas conservadas convenientes e dissociadas da verdade, a ponto de serem impossíveis.

3.5.7) Para Kant, o homem é o animal que mente - o que é falso, pois Jesus foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a ponto de ser a verdadeira medida de todas as coisas.

3.5.8) Como esse argumento não pode ser aplicado a Cristo, então Mises, que é um neokantiano, não sabe do que está falando, quando equipara os cristãos aos comunistas.

4.1) É por essas razões que o pensamento econômico católico nunca será um pensamento socialista.

4.2) A felicidade em Cristo não pode ser quantificada nem medida, porque a riqueza, fundada na vida em abundância, é abundante. E se é abundante, ela vai ser usada na construção do bem comum, uma vez que nada se perde, nada se cria - tudo se transforma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

Estudar economia católica é navegar por mares nunca dantes navegados

1) Verdade conhecida é verdade obedecida. 

2) Mas há verdades que não nos são estranhas, porque se fundam na conformidade com o Todo que vem de Deus. No entanto, essas verdades ficam encobertas e elas só nos são reveladas a partir do momento que nossa consciência se expande de modo a fazer com que a conformidade com o Todo que vem de Deus se torne uma necessidade, uma vez compreendida. A nossa alma tem sede de Deus e clama por Ele.

3.1) É mais ou menos isto que acontece quando escrevo sobre economia católica.

3.2) Eu não inventei absolutamente nada de minha própria cabeça, visto que me esvazio de mim mesmo antes de escrever alguma coisa. Tudo o que fiz foi meditar sobre coisas fundadas na verdade conhecida, o que me revelou coisas que ainda estavam encobertas - e a maior prova disso é que amigos meus não viram coisas semelhantes naquilo que estava nos livros que eles leram.

3.3.1) Enfim, o estudo da economia católica, da economia da salvação é mais um mar nunca dantes navegado.

3.3.2) O Espírito Santo é a bússola - se você deixar que Deus revele as coisas pra você, então você acabará mostrando caminhos que só poderão ser seguidos numa ordem social onde as pessoas sistematicamente amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, tal como foi a Idade Média um dia.

3.3.3) Para o mundo descristianizado em que vivo isso que falo é loucura, posto que estou escrevendo sobre princípios econômicos de um Reino que não é deste mundo - e não à toa que liberais como Mises tendem a chamar Jesus de Bolchevique, uma vez que isso os incomoda, uma vez que eles estão conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Mas é muito melhor falar sobre isso do que servir liberdade com fins vazios, fundada numa cosmovisão que divide o mundo entre eleitos e condenados, a ponto de reproduzir o cenário da Guerra Fria no século XX, sobretudo os anos 1980, do qual eu fui testemunha ocular, quando criança.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018.

Das origens gnósticas da econometria

1) Se a riqueza se tornou sinal de salvação num mundo dividido entre eleitos e condenados, então a busca de um conhecimento que faça com que a riqueza seja gerada a partir do nada começa a ser buscada.

2) Afinal, se o homem é a medida de todas as coisas, então ele não enxergará o seu semelhante como um irmão, mas como um rival, um competidor. E nesse ponto ele imitará os judeus, que negam o verdadeiro Deus e verdadeiro homem até hoje.

3) O conhecimento que produz riqueza a partir do nada leva à economia a confundir-se com a crematística, a ponto de se tornar uma gnose.

4) Esse conhecimento pode ser quantificado, a ponto de fomentar políticas públicas que façam com que tudo esteja no Estado e nada esteja fora dele ou contra ele.

5) Por isso mesmo a economia moderna, a econometria, é a transformação da usura numa ciência, uma vez que conhecimento é fonte de riqueza e poder. E isso é uma pseudociência, uma vez que isso está sendo conservado de maneira conveniente e dissociada da verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018.

Resposta à pergunta de um amigo

Um amigo meu me fez esta pergunta pertinente: por força do princípio de que devemos nos submeter à autoridade, você acha importante pagar corretamente os tributos?

A resposta que dou a ele é a seguinte:

1) Se as autoridades estiverem revestidas de Cristo, que é o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então nós devemos pagar os tributos da maneira mais correta possível - em terras agricultáveis próximas ao rio, por exemplo, é preferível usar nilômetros, pois dão medidas mais exatas do que certos cálculos econométricos, fundados na riqueza como sinal de salvação.

2) Enquanto a taxa é destinada a quem toma um determinado serviço específico da autoridade pública, o imposto é destinado a todos, por conta do potencial de este ser oferecido a toda e qualquer pessoa em razão do princípio da impessoalidade, uma vez que o tomador de um determinado serviço indiretamente beneficia uma outra pessoa.

3.1) Pagar corretamente os impostos implica que você não enganará o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, uma vez que isso é impossível, sem mencionar que a fonte da verdadeira autoridade decorre de Deus.

3.2) O problema do Estado moderno é que o presidente se tornou um divo, um imitador do faraó do Egito, uma vez que lei é força, pois o ato de dizer o direito se divorciou da verdade, a ponto de se tornar arbítrio, onde a força da autoridade é aplicada com fins vazios, já que o Estado foi tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

4.1) Por conta do princípio da confiança, o que faz com que a obediência à autoridade se dê por fins justos, produtivos, seria mais sensato que a cobrança de tributos se desse de forma costumeira, uma vez que estamos vendo no vassalo de Cristo o próprio Cristo, a quem não devemos, nem podemos, enganar.

4.2) Esses tributos são pagos em reconhecimento pelo serviço prestado - e por força do exemplo, regiões vizinhas começam a pagar tributos espontaneamente porque querem ser sujeitas à sua proteção e autoridade, uma vez que o exemplo arrasta.

4.3) Se o valor do tributo é alterado por conta da lei, então isso inviabiliza a construção de confiança, a ponto de a cobrança ser servida com fins vazios, a ponto de pensarem que o tributo é roubo. 

José Octavio Dettmann



Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018.

O templo pagão cunhou a moeda de ouro, mas a Igreja de Cristo criou a moeda fiduciária

1) É fato histórico que as moedas eram cunhadas no templo dedicado a Juno Moneta, quando Roma era pagã.

2.1) E Como todo povo pagão, os romanos faziam do homem a medida de todas as coisas, a tal ponto que o ideal republicano de que nenhum homem estaria sujeito ao arbítrio de outro homem se tornou um ideal irrealizável, utópico.

2.2) A maior prova disso é que César seguiu a proposta de Cleópatra: de se tornar um divo, tal como o Faraó do Egito. E foi nesse momento que Cristo surgiu, já que a influência do Egito já havia chegado à Roma, que já dominava a judéia nessa época.

3.1) O cristianismo venceu esse combate espiritual e conquistou Roma.

3.2) Os Imperadores deram lugar ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem como o verdadeiro Rei de Roma e seu vigário tornou-se o bispo de Roma, sucessor de São Pedro, o primeiro Papa.

4) Neste sentido, a moeda de ouro, que é feita de metal e não se reproduz, dá lugar a uma riqueza que capaz de se reproduzir, seja ela animal ou vegetal, uma vez que Deus é o autor da vida - e a riqueza mais nobre fundada nesse princípio passa a servir de parâmetro, uma vez que do pau-brasil vem um corante vermelho que é usado nas vestes dos cardeais, os príncipes da Igreja, sucessores dos apóstolos, a tal ponto que darão sua vida por Cristo como fizeram os apóstolos, que foram martirizados.

5.1) O pau-brasil passa a ser o novo lastro dessa moeda fiduciária. Ele é raro como o ouro e é capaz de se reproduzir, pois é uma árvore.

5.2) Se a moeda fiduciária for assinada pelos que são chamados a servir a Cristo, de modo a fazer com que o verbo que se fez carne se torne a nossa realidade, então essa moeda passa a ser sagrada, uma vez que a autoridade para emitir tal nota foi consagrada, santificada, garantido as obrigações de tal maneira a facilitar a integração entre as pessoas.

6.1) Se o templo dos deuses pagãos levou à salvação pela riqueza, então o templo do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem levará a riqueza a ser usada como meio a se promover o bem comum, uma vez que a verdade e a justiça são a verdadeira riqueza, a ponto de valer mais do que o ouro e a prata.

6.2) E a santificação através do trabalho que transforma a riqueza de tal maneira a bem servir aos nossos semelhantes se torna o parâmetro para se tomar o país como um lar em Cristo, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu. Eis a sociedade fundada na confiança, no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Da importância de se dar mais valor aos bens futuros do que aos bens presentes - notas à cultura de prevenção às calamidades

1) Na ordem econômica fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, os bens futuros têm mais valor que os bens do presente. Por isso mesmo as pessoas poupam dinheiro e estocam comida nos armazéns de modo que tenham o que é preciso para sobreviver em tempos de calamidade. E tendo o que comer em caso de calamidade, já é ganho sobre incerteza.

2) Os sensatos não esperam a calamidade vir. Eles vão até as paróquias e fazem seus depósitos necessários ou miseráveis, deixando ao administrador paroquial a tarefa de administrar esse bens de modo a ajudar os necessitados - o que fomenta a caridade.

3.1) Se a Igreja se torna um banco nesse aspecto, então a autoridade da Igreja acaba servindo de garantia de modo que um determinado empréstimo seja pago.

3.2) Se o empréstimo tem com o intuito reconstruir o que foi perdido, cabe restituir o que foi consumido; se tem caráter produtivo, no tocante a promover ou expandir o bem comum, então juros devem ser dados, uma que vez que essas coisas se deram na conformidade com o Todo que vem de Deus. O verdadeiro Deus e verdadeiro homem, representado na figura do sacerdote, edificou uma ponte de modo que o fiel depositante e o fiel tomador se encontrassem, a ponto de haver uma integração entre as pessoas, no âmbito da paróquia.

José Ictavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2018 (data da postagem original).

Dos sacerdotes como os primeiros banqueiros

1) Se os sacerdotes são administradores, então eles se tornam os primeiros banqueiros, uma vez que eles têm autoridade para emitir moeda fiduciária.

2) Se Cristo é a verdade, então a assinatura do sacerdote garantindo esse título de commodity é feita se como se fosse o próprio Cristo tivesse assinado tal nota, uma vez que a riqueza da cidade que vai ser servida em terras distantes está assegurada contra eventual perda em caso de assalto nas estradas.

3) Nesse sentido, os títulos de crédito na forma de commodities estão assegurados, uma vez que estão abençoados. Esses títulos são acessórios que seguem a sorte do principal: a santificação através do trabalho.

4.1) É nesse sentido que os primeiros bancos surgiram nas paróquias, pois o padre enquanto administrador garante a integração dos povos das diferentes paróquias de modo que pudessem se desenvolver juntos, a ponto de se promover ainda mais o bem comum por conta de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

4.2) E quanto mais desenvolvida é a a cidade, mais gente é chamada a servir a Cristo nessa cidade, a ponto de se tornar uma diocese - e onde está o bispo, aí está a Igreja Católica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2018 (data da postagem original).