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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Notas sobre especulação

Situações de jogo que encontro no Patrician II - Quest for power:

1) Lübeck, sede das minhas atividades, está demandando cerâmica. Na cidade vizinha, que fica a menos de um dia de barco, a cerâmica custa em torno de 250 dinheiros; em Gdansk, o centro produtor de cerâmica por excelência e que fica a um dia de barco de Lübeck, o preço está em 180 dinheiros. Faço a compra e volto para Lübeck.

2) Quando Lübeck não tem esse bem a oferecer, eles costumam pagar 360 dinheiros.

3) Enfim, quando uma pessoa é experiente e conhece as praxes comerciais dos mais variados centros comerciais que compõem a Liga Hanseática, ela tende a manipular o sobe-e-desce dos preços - eis o fundamento da especulação.

4) O sobe-e-desce dos preços depende da oferta e da demanda. A compra dos produtos pelo menor preço possível e a venda pelo maior preço possível é uma questão de oportunidade. Quando  o vendedor troca a circunstância X (compra pelo menor preço possível) pela circunstância Y (venda pelo maior preço possível), ela está fazendo uma troca intertemporal e maximizando o financiamento de sua atividade. Como está a almejar o dinheiro, então essa manipulação do tempo passa à margem da oferta e da demanda - e ao passar à margem da oferta e da demanda e ao manipular o tempo com a especulação, ele está a praticar economia de ordem pública - e com isso, a impessoalidade, base para se edificar liberdade para o nada. Se o comprador tivesse a oportunidade de ver como é a praxe do mercador, ela perceberia que se sentiria lesada - algo que costumamos ver na usura.

5) A economia impessoal tende a ser abstrata, pois ela visa muito a conhecer o que cada cidade produz de bom, a escolher o melhor momento de comprar e o melhor momento de vender. É uma economia de manejo - e ela não olha para o que o povo está precisando, mas para as melhores condições de venda. Trata-se uma economia técnica, fundada em números e não em pessoas. Se os números governam o mundo, então o dinheiro é tomado como se fosse um Deus e o Estado tende a ser tomado como se fosse religião.

6) O germe do Renascimento Comercial levou necessariamente ao ressurgimento da usura e à descristianização da sociedade, no longo prazo.

Da natureza produtiva ou improdutiva de um empréstimo

1) A classificação do empréstimo ser produtivo ou improdutivo leva em conta duas pessoas em três situações:

1.1) O empréstimo é produtivo aos homens, mas não para Deus. Eis a usura, pois o homem quer ser Deus e usa sua sabedoria humana dissociada da divina, de modo a ganhar mais dinheiro - e para isso, ele quer manipular o tempo a seu favor. Eis a ordem privada querendo se sobrepôr à ordem pública fundada na bondade.

1.2) O empréstimo é produtivo aos homens e é produtivo para Deus. Eis o investimento. Quando o país é tomado como se fosse um lar em Cristo, você investe nas pessoas de modo a que elas possam servir aos seus semelhantes - se elas fazem algo de extraordinário, em conformidade com o Todo que vem de Deus, então o dinheiro que deu fundamento para a atividade produtiva deve ser remunerado com juros.

1.3) O empréstimo é improdutivo aos homens, mas é produtivo para Deus. Eis a caridade. Quando se empresta ao pobre, você está emprestando para Deus. Se o pobre resolve com esse dinheiro tudo o que precisa e passa a ter uma atividade produtiva, ele, que é rico em honra, pagará esse empréstimo não só restituindo a quantia paga, como também dará uma recompensa fundada no quanto este empréstimo lhe foi útil aos seus propósitos. Essa recompensa é fundada na gratidão e Deus faz desse pobre o instrumento dessa generosidade. Ele pode te dar um dinheiro a mais ou ele pode dar algo diverso de dinheiro e que tende a valer mais do que o próprio dinheiro - e isso se chama lealdade, base para se amar e rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

2) Para Deus nada é impossível, pois só Ele é capaz de converter algo improdutivo em algo produtivo. E a verdadeira riqueza está nisso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2016.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2015/04/notas-sobre-o-conceito-de-emprestimo.html

Notas sobre risco e incerteza

1) A questão do risco e da incerteza na economia está fortemente relacionada à impessoalidade.

2) Quando você está servindo de maneira impessoal, o risco tende a ser maior, pois haverá mais chance de haver conflito de interesse qualificado pela pretensão resistida. Logo, o Estado terá de intervir a partir do momento em que a economia impessoal passa a ser a base da vida humana. E é assim que começa a publicização do Direito Privado.

3) Se o risco maior leva a lucros maiores, isso implica necessariamente custos maiores - pois o Estado tenderá a ser maior, justamente porque o Deus do dinheiro vive necessariamente da negação da fraternidade entre nós.

4) Numa ordem onde a verdade, aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, é conhecida e obedecida, o risco é zero, pois você confia no seu próximo. Se você serve bem ao seu próximo, a recompensa virá, dentro do tempo de Deus, que é generosidade.

5) Mesmo numa ordem de conhecidos, o único risco que há se dá por força das circunstâncias - pode haver mal desempenho das colheitas, um desastre marítimo e outras coisas que não dependem da ação humana - e isso é força maior. Contra a força maior, a única solução possível é seguro, de modo a mitigar os prejuízos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2016 (data da postagem original).

O homem não é Deus e não pode manipular o tempo - logo, a taxa de juros

1) Se Deus é a verdade e é a liberdade, então Ele é o senhor do tempo e da História.

2) Se juros são a remuneração do dinheiro que é investido em alguém ou em alguma coisa, em função do tempo, então quando você empresta para o pobre, você está necessariamente emprestando para Deus. Se Deus é a verdade, então o juro será livre, pois está relacionado à generosidade e à bondade de Deus.

3) Juro contratual fundado em sabedoria humana dissociada da divina tem natureza pragmática e materialista. O homem não é Deus e não pode manipular o tempo. Logo, o juro estipulado no contrato nunca será livre, mas arbitrado, com base na praxe comercial, que é subjetiva. E o que é arbitrário é limitativo - e isso não tem fins bons.

4) Além do mais, o juro arbitrado no contrato tende a ser impessoal e pode ser cobrado em questões de natureza improdutiva, quando não se envolve produção de riqueza. Eis aí o fundamento do relativismo moral, pois o deus do dinheiro será mais amado do que o Deus verdadeiro. 

5) O que torna a usura uma prática nefasta é o fato de o homem querer ser Deus, ao querer manipular o tempo a seu favor - e com isso, a taxa de juros.

Notas sobre a relação entre empréstimo e caridade.

1) A questão do empréstimo tem uma forte relação com a caridade - sempre que eu um irmão te pede alguma coisa de que necessita, de maneira provisória, ele te pagará com juros.

2) Não estipule por força de sabedoria humana o juro do empréstimo. Deus é o autor do tempo e é no tempo d'Ele que você receberá a recompensa pelo empréstimo que você fará ao pobre. A recompensa pode vir em duas vezes ou até 100 vezes mais - é o próprio Deus, em sua infinita bondade, quem arbitra.

3) A maior riqueza do pobre é a honra - ele honrará o seu compromisso. Quando chegar a hora de pagar, ele não só restitui a quantidade pedida como também te dá algo a mais, como prêmio pelo serviço prestado - às vezes, essa coisa pode ser diversa de dinheiro e pode valer muito mais do que a moeda, pois se funda na bondade de Deus.

4) Mesmo que a sabedoria humana dissociada da divina arbitre juros baixos, ela está desincentivando a caridade. Pois o empréstimo ao pobre é um empréstimo a Deus - e como o tempo é prerrogativa d'Ele, então Ele é quem arbitrará a recompensa, pois o juro é livre, fundado na verdade. O que resta a fazer é sentar e esperar - e a coisa virá.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Conselhos para quem quer ser professor

1) Uma das coisas que sempre quis ser era professor. Quando meus pais souberam da minha decisão, eles me deram este conselho: não dê aulas em sala de aula - a clientela não está boa, no momento.

2) Desde que descobri que a vida online é infinitamente melhor do que a vida presencial, onde me sinto ilhado por medíocres, por força das circunstâncias, eu decidi tomar a iniciativa de ensinar o pouco que sei. No momento, não o faço por vídeo, mas escrevendo. E depois de algum tempo, comecei a receber doações por conta do meu trabalho, ensinando as coisas a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3) Na vida online, principalmente na rede social, você não é obrigado a ter de suportar gente que não está nem aí para o aprendizado, pois o ensino é uma forma de apostolado. Desde que passei a bloquear os sacanas sem dó nem piedade, eu adquiri um poder muito grande de controlar quem entra e quem sai no meu perfil.

4) O Olavo manda essa gente ir tomar no cu; eu, que fui educado para não falar palavrão, faço algo tão agressivo quanto um palavrão: tudo que faço é bloquear o sujeito sem dó nem piedade, por conta do fato de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade. Quando percebem que são bloqueados, eles ficam falando palavrão para o nada - e eu fico todo satisfeito, pois não ouço e não vejo nada, já que matei a presença do demônio.

5) Na vida online, professor e aluno se encontram - não há sujeição do aluno ao professor, por conta da ficha de chamada, e nem sujeição do professor ao aluno, por causa do dinheiro do pai de aluno e da indisciplina.

Os falsos monarquistas são o último bastião do quinhentismo

1) Daqui a poucos anos, por conta do fato de defender a aliança do Altar com o Trono com base na missão que herdamos no Cristo Crucificado de Ourique, eu receberei a mesma alcunha que o professor Olavo de Carvalho recebeu de seus detratores: a de guru de seita (algo que parece ser sinônimo de chefe de quadrilha). Isso sem contar que serei acusado de "colonialista", por defender a restauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

2) Se eu fosse guru de seita, se eu fosse um herege mesmo, eu falaria coisas terríveis de Cristo e da Virgem Maria - até mesmo atacaria o Papado e suas prerrogativas. Por acaso, eu faço isso? É claro que não!

3) Por acaso tomo meu Imperador como se fosse um Deus vivo? Por acaso advogo uma Igreja Brasílica, nos mesmos moldes da Igreja Anglicana, em que tomo o Estado como se fosse religião?

4) Esses que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, que estão infiltrados no meio monárquico, são tão rasteiros quanto são os republicanos. Eles são o último bastião do quinhentismo - e até onde sei, eles são extremamente pérfidos e sorrateiros.