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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Notas sobre o nacionalismo idiomático

1) O português rebuscado, jurídico ou quase-jurídico - exageradamente cultista, parnasiano -, tem sua fundação no fato de que a língua deve ser tomada como se fosse religião, do mesmo modo que a nação em que vivemos.

2) Só por esse viés, eu já posso afirmar que o estilo de escrever de certos escritores é tão condenável quanto o nacionalismo - é um jeito de escrever muito fora da realidade, pois é insincero. Por vaidade, o escritor conserva o que é conveniente e dissociado a verdade - e isso é mais grave do que a mera tradução, a mera conversão de uma língua para a outra, pois o escritor foi um traidor da realidade, posto que a traduziu mal, uma vez que não a expressou em termos que pudessem ser claros e inteligíveis, de modo a que todos que amam e rejeitam as mesmas coisas pudessem compreender.

3) A norma culta de uma língua não pode ser vista como vemos a lei no Direito, pois falar errado não é crime, assim como não é pecado. A norma culta de uma língua é uma lei que se dá na carne, posto que se funda numa tradição de bons escritores que souberam manejar a língua num estilo de dizer bem as coisas, de modo a que verdade ficasse clara, insofismável, de modo a que tudo ficasse em conformidade com o Todo que vem de Deus. Por esse dizer, a norma culta é sinônimo de "o caminho das belas letras e dos bons modos".

4) O positivismo fez tão mal à educação do Brasil que o domínio da norma culta se tornou uma espécie de cassetete ou porrete, feito para se espancar todos aqueles que falam errado.

5) Eu já lidei com esse zé povinho que fica ralhando as pessoas, só porque se colocou a vírgula no lugar errado. Essa gente é tão nefasta quanto os doutores da lei do tempo em que Jesus esteve entre nós, por seu farisaísmo. Essa gente não é nem um pouco inteligente, pois a alma não é conforme o Todo que vem de Deus, pois essa gente está muito presa à gnose, seja protestante ou positivista.

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