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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Convém não confundir erudição com falta de clareza

1) Confesso que já estou ficando cada vez mais intolerante a textos de linguajar sofisticado e rebuscado. Quanto mais sofisticado e rebuscado for um texto, maior o risco de ser mal escrito.

2) Além disso, texto escrito num estilo sofisticado ou rebuscado tende a ser desinteressante de se ler, pois ele não é direto ao ponto. E o texto deixa de ser bom porque não cumpre a sua real finalidade, que é informar o leitor para aquilo que é realmente relevante, bom e necessário.

3) Muitos estão a confundir erudição com falta de clareza. Se atentassem bem para isso, eles perceberiam que erudição implica dizer as coisas de um jeito claro e simples ao maior número de pessoas possível - e isso é fazer da língua portuguesa uma obra de arte. Isso implica dominar o caminho das belas letras e dos bons modos - e isso é o fundamento de ser culto.

4) Dominar a arte de bem dizer as coisas implica dizer as coisas do modo mais simples e claro e possível e para o maior número de pessoas possível. Pois o ofício do escritor é o mesmo do catequista - promover a verdade a quem interessar possa. O catequista o faz falando; o escritor o faz pela via da pena ou do teclado. A diferença é o meio empregado.

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