1.1) Ontem respondi a uma critica de Erásmio Pereira a respeito da inviabilidade da restauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
1.2) Ele me falou que D. João VI separou os reinos por meio de motu proprio. Além disso, há uma decisão das cortes de 1641 determinando que nenhum Rei Português deveria se apossar de uma coroa estrangeira. Ou seja, Portugal desde a restauração não agirá como a Espanha agiu, ao unir as Coroas Ibéricas.
2.1) A solução de separar os reinos por motu proprio se deveu ao cenário político totalmente dominado por ideologia, pois a cultura estava toda poluída por ideologia liberal, a ponto de semear má consciência na sociedade, fazendo com que portugueses e brasileiros se enxergassem como imagens distorcidas num mesmo espelho.
2.2) Ele esperava que essa medida fosse apaziguar a situação. Para a época, deve ter sido uma boa situação, considerando o gênio estratégico de D. João VI.
3.1) A melhor forma de se combater a cultura liberal é tomando dois países como um mesmo lar em Cristo.
3.2) E essa coisa começa entrando a partir de uma família. Com o passar do tempo, isso vai preenchendo círculos concêntricos até chegar à realeza.
3.3.1) Se a mentalidade revolucionária é uma cultura, então uma cultura contra-revolucionária precisa ser fomentada nessa direção, a ponto de a liberdade não ser servida de maneira vazia e de modo a atender a um gosto egoísta e relativista.
3.3.2) Afinal, o nacionismo é uma cultura - ele não é um movimento de massa, como o nacionalismo. Trata-se de um movimento pautado no princípio da subsidiariedade, pois ele vai de baixo pra cima. Segundo o professor Loryel Rocha, os portugueses foram os únicos a montar um império de cultura porque foram casando as filhas dos melhores locais com os seus melhores, a ponto de formar novas aristocracias que herdavam o melhor dos dois mundos.
4.1) Não é usando violência ou corrupção que se conquista um país, mas convencendo-o a se juntar a seu lado. E dessa forma uma simples família é a unidade mais básica do exército que se expande por conta de se tomar diferentes países como um mesmo lar em Cristo, uma vez que eles semeiam consciência nessa direção, por conta do apostolado do exemplo.
4.2) Dessa simples família surge toda uma comunidade fundada na união de A com B - e é a partir desse fato que essa comunidade quererá um vassalo de Cristo para bem governá-los, pois a união se dá pelo fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
4.3) Como Portugal e Brasil são governados pela mesma casa dinástica, então um casamento dinástico será feito, para o bem dessa comunidade formada a partir do senso de tomar Portugal, Brasil e Algarves como um mesmo lar em Cristo. Assim, toda aquela conjuntura política criada pela maçonaria a partir das revoluções liberais será desfeita.
5.1) A separação de Portugal e Brasil obedece ao mesmo critério das duas Alemanhas e das duas Coréias: ideologia, a ponto de as pessoas se enxergarem como imagens distorcidas de um mesmo espelho.
5.2) Essas comunidades foram imaginadas para serem vistas dessas forma, um verdadeiro horror metafísico, uma verdadeira apeirokalia política. Se for você ver o Belonging in the two Berlins, perceberá o que estou dizendo - foi daí que tirei os insights para escrever o que escrevo. E isso parece não se esgotar.
5.3.1) Embora esse livro tenha marxismo de cabo a rabo, eu não virei marxista. Eu fui eliminando o marxismo e colocando pensamento católico no lugar, a ponto de criar uma contracultura através de um cuidadoso trabalho de engenharia reversa que fiz ao longo desses anos, coisa que essa esquerdireita vagabunda jamais ousou fazer, em momento algum.
5.3.2) Talvez ninguém tenha feito isso até agora, seja por preguiça, seja por vaidade, mas os esquerdistas estão estudando a obra do Borneman. Eu aprendi essas coisas por meio da professora Cecília Azevedo da UFF, quando assistia aulas de história como ouvinte, no intervalo das aulas da minha faculdade. Isso se deu em 2004, quando tinha 23 anos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 05 de março de 2019.