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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Dos graus que decorrem do fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade

1) Como disse Platão, verdade conhecida é verdade obedecida. E disso decorrem duas definições: "o homem é o animal que erra (Aristóteles)" e "o homem é o animal que mente (Kant)".

2) Por força de ignorância invencível, por força de não saber que Cristo é a verdade em pessoa, conserva-se o que é conveniente e dissociado da verdade por erro, por ignorância; quando a pessoa vai se aprofundando na verdade, a ponto de estar face a face com o Filho muito amado enviado pelo Divino Pai Eterno para nos livrar do pecado, ocorre a metanóia - e a pessoa passa a conservar a dor de Cristo e a viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Quando esta pessoa sabe que Cristo é a verdade e que a Igreja que Ele fundou é a sua esposa, então renegar seus ensinamentos é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E, neste sentido, o conservantista se enquadra na definição de Kant: que o homem é o animal que mente.

3.2.1) Como a mente do conservantista é tão feia quanto o diabo, isso é indício de que não é um animal, mas um monstro, a ponto de fazer os homens negarem sua filiação divina - e por força disso, a herança.

3.2.2) Por força da liberdade voltada para o nada promovida por meio do conservantismo, voltam a ser escravos de si mesmos, a tal que ponto que o amor de si é exacerbado até o desprezo de Deus. Eis o retorno do neopaganismo, promovido pela Revolta Protestante, a primeira etapa da mentalidade revolucionária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2018.

O homem é o animal que conserva

1) Para Aristóteles, o homem é o animal que erra. Para Kant, o homem é o animal que mente.

2.1) Uma pessoa que não conhece a verdade conserva o que é conveniente. Se ela observa isso com prudência, aos poucos vai provando o sabor das coisas até saber a verdade, que é Cristo Jesus.

2.2) É pela prudência que vai coando as coisas de modo que, dentre as coisas conservadas, ele fique com aquelas que apontam para a serva do Senhor, a Virgem Maria; se não fosse pelo "sim" dela, o segundo Adão não teria vindo.

2.3) É por conta disso que ela se tornou a segunda Eva - a co-redentora, por ser a mãe de Jesus . Se você não imitar o exemplo de ouvir e guardar as coisas no coração, como você conservará a dor de Cristo, sem a qual não há a verdadeira ordem livre entre nós, de modo que Cristo esteja em nós e nós n'Ele através da eucaristia? Afinal, se você não estiver com a serva do Senhor, nada você conservará.

3.1) Cristo é o Messias que veio para nos salvar do pecado. E imitar as feições do Filho da Virgem Maria implica ser como o Messias que vai vir no Natal.

3.2) Conservar é servir - e servir é ser pro-ativo no tecido social composto por todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E ser pró-ativo implica necessariamente proteger, pois Deus age em tudo e em todos ao tecer um todo orgânico que fique em conformidade com a sua vontade, pois Ele criou as coisas por amor.

4.1) O verdadeiro amigo de Cristo compartilha das dores e das alegrias de seu mestre. Se você não é amigo de Deus, como você enxergará Deus em seu próximo, que foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

4.2) Quando o vassalo de Cristo é amigo de Deus e vê no seu povo a figura de Cristo, ele está pronto para identificar os amigos e o inimigos.

4.3) E é imitando Cristo nos assuntos de Estado que ele vai criando uma civilização, servindo a Cristo em terras distantes e levando todo um conjunto de cidades e regiões sob sua proteção autoridade a ser tomado como um lar em Cristo, de tal maneira que no Rei, o primeiro cidadão de todas essas cidades, seja vista também a figura de Cristo, que é o verdadeiro primeiro cidadão de todas as cidades que crêem n'Ele como seu Senhor e Salvador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2017.

É da ruptura do Rei Henrique VIII com a Igreja que começa o processo de concentração de terras em poucas mãos na Inglaterra. E com o tempo, houve o deslocamento da riqueza da terra para o dinheiro, com a Revolução Industrial, agravando o problema

1) O Estado tomado como se fosse religião é o lugar onde o primeiro cidadão da cidade, o príncipe, tende a ter os dois corpos: o corpo temporal e o corpo espiritual, de tal maneira que seja tomado como se fosse uma espécie de Deus vivo, o primus inter pares de todos os que estão na qualidade de pater familias, uma pessoa de direito sui iuris, que tem poder de vida e de morte sobre todos os que estão sujeitos à sua autoridade (que se encontram na qualidade de alieni iuris)

2) Tal como o faraó no tempo da escravidão dos hebreus no Egito, ele determina, de maneira conveniente e dissociada da verdade, quem é inimigo e amigo, segundo critérios humanos, do Adão decaído no pecado original.

2.2) É por força desses critérios fundados no Adão decaído que o Rei Henrique VIII não só rompeu com Roma por ter se recusado a anular o casamento com a rainha Catharina de Aragão - o que o levou a fundar sua própria Igreja. E ao determinar que todos os católicos da Inglaterra eram inimigos, ele simplesmente confiscou terras da Igreja sistematicamente. Como a Igreja protegia os pobres camponeses, muitos deles acabaram se tornando despossuídos, compondo aquela massa de pobres que iria acabar servindo de substrato para a proletarização geral da sociedade que viria por força da Revolução Industrial, em que o processo de se concentrar os poderes de usar, gozar e dispor ficou concentrado em poucas.

3.1) Da combinação do princípio do "um só príncipe, uma só religião" com a noção de que a riqueza é indício de salvação predestinada, num mundo dividido entre eleitos e condenados, a economia fundada no amor de si até o desprezo de Deus passou a se consolidar, a ponto de gerar coisas ainda mais tenebrosas. 
 
3.2)Não é à toa que é da ética protestante e do espírito do capitalismo que vêm as primeiras chagas da mentalidade revolucionária, como bem apontou o professor Olavo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2018.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O Rio de Janeiro se tornou um deserto, árido por conta do vazio espiritual que há nas almas que moram na cidade

1) Desde o tempo de universitário, eu me tornei uma pessoa não muito indicada para ser companhia em passeio. A razão pela qual digo isso é que a cidade onde moro se tornou uma cidade muito violenta - desde a morte do traficante Uê, em 2001, a cidade se tornou um verdadeiro barril de pólvora e a coisa só tem piorado. E como as pessoas tendem a valorizar a beleza dos lugares que visitam, acabam dando bandeira para os assaltos. Nos tempos atuais, nem mesmo os shoppings são seguros - é possível haver arrastão a qualquer momento.

2) Desde a década passada eu me tornei uma pessoa pragmática - toda vez que vou a um evento, eu faço o que tem de ser feito e vou embora. Não perco nenhum minuto com bobagem.

3) Além da falta de segurança, os lugares praticam preços exorbitantes, fora da realidade - isso sem contar que a comida é cara e com ela não me sinto alimentado. Como isso atrai os emergentes da Barra, só encontro gente vazia com a qual não se dá nem pra conversar.

4) Passear com alguém num shopping é o tipo de programa que não me atrai. Prefiro estar na casa da pessoa ou chamar a pessoa para vir à minha. Aqui ela come do bom e do melhor, podemos conversar sobre coisas importantes, isso pra não falar que podemos estudar juntos sobre coisas importantes, coisa que adoro e muito.

5) Esse é o programa que gosto. Estou construindo uma biblioteca de tal maneira que eu não precise sair de casa e sentir desgosto, já que as bibliotecas da cidade, além de não emprestarem livro algum, só tem porcaria comunista. Essa foi a maneira que encontrei de sobreviver ao vazio espiritual da cidade e à criminalidade sistemática, que se alimenta disso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2018.

Notas sobre a sociedade do espetáculo ou sobre a ordem social voltada para o nada, por conta do sensacionalismo

1) Em inglês, spectacle é o nome que se costuma dar aos óculos. O termo costuma ser simplificado para specs.

2) Espetáculo é o nome dos binóculos usados no teatro de modo a se ver de longe todos os detalhes do teatro, como se estivesse de perto.

3.1) O espetáculo começa no jornalismo de modo a jogar luz sobre os fatos, o que faz com que vejamos de perto aquilo que está distante, em Brasília.

3.2) Quando bem usado, costuma ser uma excelente arma na defesa da liberdade, uma vez que a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, não pode ser traída. Até porque o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo não pode ser pervertido de modo que o país seja tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - o que faz com que a conexão de sentido com as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus se perca.

3.3.1) Agora, quando essa luz sobre os fatos é jogada para o nada, isso não só cria alienação como também costuma ser usada como uma manobra de diversão, feita de tal modo que os inimigos do povo de Deus consigam conservar o que é conveniente e dissociado da verdade nas sombras.

3.3.2) Quando a imprensa é corrompida, o teatro da sombras começa: alega-se normalidade institucional, quando na verdade tudo está em frangalhos. O amor ao dinheiro faz com que se instale um mercado negro neste endereço: rua do muro das lamentações (Wall Street), esquina com a rua da fascinação (Fascination Street). E quando este mercado se instala, tudo é permitido, pois não há autoridade augusta, nem consolação fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. É o fim da História, pois as pessoas experimentarão de tudo e ficarão com aquilo que mais agrada ao amor de si até o desprezo de Deus, o que é a marca da insensatez sistemática.

3.4.1) Nessa mercado reina a mais pura especulação; tudo se torna pop até uma bolha estourar. 

3.4.2) Platão tem toda a razão ao dizer que os mercadores são corruptores - o sensacionalismo promove a concupiscência. E onde a riqueza é vista como uma espécie de salvação pública, um salvacionismo, a concupiscência reina. E isso acaba edificando liberdade com fins vazios, a tal ponto que as pessoas se esquecem de Deus, ao conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade. 

3.4.3) Eis o pecado sistemático do conservantismo entre nós.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2018.

Notas sobre ética católica e o espírito do distributivismo

1) Todo ser humano é criatura feita à imagem e semelhança de Deus - por essa razão esta criatura está sujeita à lei eterna de seu Criador - e se ela torna santa se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, que criou as coisas por amor de modo que tenham uma nobre finalidade.

2) Como o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus, toda atividade organizada por ele está sujeita à lei eterna, já que as coisas criadas pelos seres humanos são acessórios que seguem seu principal - a criatura, que por sua vez segue ao seu Criador, que é Deus, uma vez que o derivado decorre de seu primitivo. Por isso toda atividade econômica organizada está sujeita à lei eterna de modo que essas coisas façam o país ser tomado como um lar em Cristo, de modo que isso nos prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no céu.

3.1) Para se ter o pão de cada e conseguir riqueza por meio de seu trabalho, o homem precisa fazer as coisas se autopagarem diretamente, quando atendem às necessidades de outros semelhantes a ele. Exemplo disso é o computador onde o escritor escreve seus livros ou mesmo o carro para todo aquele que oferece serviço de transporte público para seus semelhantes. À medida em que o serviço é remunerado sistematicamente, ele pode comprar um equipamento de melhor qualidade, ao financiar um semelhante que fabrica computadores, uma vez que as relações entre as pessoas que estão sujeitas à lei eterna é uma relação de interdependência, a ponto de uns ofertarem bens a outras pessoas que estejam precisando, uma vez que cada ser humano tem um dom - e esse dom deve posto a serviço de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Não só isso tem um caráter evangelizador como também faz o país ser tomado como um lar em Cristo, de tal maneira que isso nos prepare para a pátria definitiva, qual se dá no Céu, como disse anteriormente.

4.1) Além do pão de cada dia, o ser humano necessita de vestuário, abrigo, proteção, cultura, conforto.

4.2) Essas coisas que são relativas ao bem-estar são coisas que se autopagam indiretamente, pois preparam o indivíduo de tal maneira que ele sinta bem. E pessoas contentes tendem a produzir mais - e tendem a ser pessoas melhores, mais úteis à sociedade de tal maneira que Deus esteja cada vez mais presente naquelas pessoas e em outras que estejam ao seu redor.

4.3) Essas pessoas que produzem bens que se autopagam indiretamente produzem bens complementares à atividade principal, uma vez que o ser humano não é só uma máquina de trabalhar - a vida tem que ter um sentido, pois ele precisa servir a Deus se quiser ter vida longa nesta terra e a vida neste vale de lágrimas precisa ser um pouco mais confortável, de tal maneira que ele consiga se sentir bem e seguir a sua vocação. E a vocação se funda no diálogo permanente que ele tem com Deus de modo a responder às circunstâncias de vida em que se encontra.

5.1) A riqueza deve ser dada sistematicamente a todo aquele que faz jus a ela de tal maneira a servir a outros semelhantes.

5.2.1) E dar sistematicamente a todo aquele que serve aos irmãos de tal maneira que Cristo esteja mais presente na sociedade se chama distributivismo.

5.2.2) A riqueza deve ser buscada e distribuída de modo que as coisas apontem para o criador: Deus, que operas todas as coisas em todos, de modo que apontem para Ele.

5.2.3) Se não for assim, a riqueza será vista como um sinal de salvação, e só um Deus mau, um demiurgo, é quem divide a sociedade em eleitos e condenados de tal maneira a gerar uma injustiça. E se Deus está contra mim, por estar me condenando de antemão, então minha visão de mundo é de gnose - de revolta contra Deus, pois não vejo amor nas coisas que Ele criou. E não é à toa que a ética protestante leva a um sistema herético de organização da sociedade em que a riqueza tem um fim em si mesmo: o capitalismo.

5.2.4) Como isso decorre de uma cultura herética, então essa cultura só pode ser destruída substituindo-a por aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. E isso pede o cultivo sistemático das almas na verdade e nos fundamentos da santa religião que liga aquilo que se perdeu à conformidade com o Todo que vem de Deus: o catolicismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2018 (data da postagem original).

domingo, 31 de dezembro de 2017

Advertência aos leitores

1) Não esperem de mim uma explicação da História do Brasil neutra - até porque creio na aliança do altar com o trono edificada em Ourique e a ela sou fiel. Sou pró-Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e tentarei explicar a história com o objetivo de formar uma classe intelectual e política que busque reverter o ato de apatria praticado por D. Pedro I, chamado erroneamente de "independência do Brasil"

2) Não tomo o Brasil como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Como o Brasil "independente" depende desse culto para existir, então o que vocês verão em mim será uma explicação sobre a gênese dessa anticivilização surgida da traição que D. Pedro I fez a seu pai, D. João VI, e a tudo o que foi fundado em Ourique.

3.1) Eu sou católico e escrevo de católico para católico. Por isso escreverei a história do Brasil olhando para os problemas que decorreram do povoamento desta terra distante, tão distante a tal ponto que dizer o direito de fazer o bem através da justiça era algo bem complicado, pois as demandas judiciais eram grandes e o banditismo era enorme.

3.2) Como a ocasião faz o ladrão, então isso acabou moldando o imaginário nacional, a tal ponto que a literatura nacional registra isso muito bem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2017 (data da postagem original).