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sexta-feira, 11 de março de 2016

Notas sobre as definições de realeza e nobreza

Há quem me pergunte: Dettmann, o que você entende por realeza e por nobreza? 

Eu respondo:

1) Cristo fez de D. Afonso Henriques rei de Portugal e de todas as terras por onde Portugal fosse chamado, de modo a servir ao Rei dos Reis em terras distantes. Cristo, o construtor e destruidor dos impérios por excelência, queria um Império para Ele e escolheu Portugal para essa tarefa.

2) Todos os que sucederem legitimamente a D. Afonso Henriques são reis de Portugal e do Brasil, por força do Cristo Crucificado de Ourique. Por conta da secessão que ocorreu no Brasil, por conta dos fatos decorrentes da Revolução Liberal do Porto, houve um desdobramento dinástico: a Casa Real de Bragança tem um ramo que serve a Portugal e outro que rege o Brasil. Ambas conservam a herança de Ourique - se um dos galhos não gerar mais frutos, o outro assume a outra ponta - e cedo ou tarde, por via dinástica, ocorrerá a reunificação.

3) A realeza, valendo de suas prerrogativas, já que vai reger o povo de Portugal e o que decorrer dele de modo a servir a Cristo em terras distantes, estabelecerá um conjunto de todos aqueles que bem servirem ao Rei de modo a que o Reino Unido seja tomado como se fosse um lar, em Cristo. E esse corpo se chama nobreza, pois será composto de pessoas que, tal como o Rei, amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. Cada região do mundo português terá pessoas que saberão honrar o Rei e a Cristo. Essa nobreza constituirá a elite local - ela será composta pela melhor gente da pátria.

4) Todos os que decorrerem desses excelentes têm o dever de continuar a tradição de servir a Cristo da forma como foi estabelecido em Ourique. Quando na mesma família há pelo menos três gerações de pessoas que bem serviram ao Rei e ao Cristo Crucificado de Ourique, com base nas circunstâncias locais, nós temos uma nobreza de sangue. É neste ponto que a nobreza de mérito se torna algo consolidado - quando falamos de pessoas bem nascidas, devemos levar em conta a enorme responsabilidade que estes futuros seres, ainda não nascidos, terão de continuar servindo a Cristo e ao Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves nesta rica tradição de quase mil anos, iniciada a 25 de julho de 1139. Elas não se confundem com os "señoritos satisfechos" a que Ortega y Gasset tanto se refere, nascidos num ambiente de riqueza material e de pobreza espiritual.

5) Se a nobreza deve ser excelente, então ela serve de modelo de conduta para todo o povo. Quem está no nível dos comuns deverá ser nobre e agir tal qual um bom servidor, de modo a que possa ascender socialmente por mérito. E quando houver uma tradição de bem servir, a partir do bom servidor nasce uma origem de sangue, pois seu sangue foi consagrado ao servir ao Cristo Crucificado de Ourique e ao Rei.

6) Quando falo que a aristocracia é o distributivismo aplicado à política, não é à toa, pois ela leva o País todo a ser tomado como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2016 (data da postagem original).

A saudação à mandioca é histórica

1) Se na Insurreição Pernambucana de 1817 alguns padres fizeram "a consagração" de uma "eucaristia" feita a base de mandioca e da cachaça fizeram "vinho", o resultado só podia ser um: Lula, o demônio em pessoa. Nenhum sacrifício de Jesus foi feito - o que houve foi uma nulidade sem tamanho; se o diabo é o pai da mentira, ele também é o pai da nulidade, de tudo o que servido com fins vãos, vazios, coisas essas que vão fora daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2) Se o PT surgiu da Teologia da Libertação, então Lula é filho direto não só da apostasia, mas também da heresia de épocas passadas.

3) Agora compreendo porque a Dilma saudou a mandioca, do ponto de vista histórico - alguém fez isso por ela 200 anos antes, pelo menos. E a República Independente de Pernambuco não durou nem 75 dias. Por isso que digo que é mais sensato servir ao Cristo Crucificado de Ourique e fazer as coisas da forma como foram estabelecidas. Podemos não saber a razão, mas que isso funciona bem para a nossa alma, disso não se tem dúvida. Pois é comprovadamente eficaz - basta ver a enorme quantidade de milagres eucarísticos que ocorreram ao longo de mais 2016 anos de história.

Como começa a aristocracia distribuída

1) A aristocracia distribuída começa a partir da recristianização do País.

2) Como o país é uma monarquia nova, a realeza terá que estabelecer a nobreza por mérito.

3) Havendo gerações de uma mesma família servindo de maneira excelente para o Império, aí haverá nobreza de sangue.

4) A aristocracia está aberta a novos membros, quando estes servem ao País por mérito. E se esses servirem bem ao País por pelo menos três gerações, então a nobreza já está na estirpe - por isso que é uma ordem hereditária, pois a sua fé cristã já não é mais algo a ser questionado, uma vez que a reputação da família é tomada como se fosse coisa.

A democracia não se confunde com a aristocracia distribuída

1) É importante não confundir a democracia, tal como a conhecemos hoje, com a aristocracia distribuída.

2) A ordem dos melhores se funda a partir da admiração. Não só os de baixo olham para os de cima como exemplo, como os de cima aprendem com os debaixo a servir a eles da maneira mais conforme o Todo possível.

3) Quando alguém que está num nível hierárquico abaixo se mostrar virtuoso e digno de ocupar uma posição superior, este é promovido, seja por merecimento técnico, seja por possuir qualidades pessoais compatíveis com aquilo que é próprio da natureza do encargo a ser assumido.

4) A aristocracia tem uma profunda relação com a doutrina do distributivismo. No âmbito político e administrativo, leva à meritocracia. E a meritocracia é a base de uma atividade econômica organizada, de modo a atender ao maior número de pessoas possível, de modo a que as necessidades comunitárias sejam atendidas e as pessoas possam continuar juntas na conformidade com o Todo que vem de Deus por muitos anos, até o fim da vida. 

5) Da combinação da aristocracia com a meritocracia, surge o empreendedorismo. E é desse empreendedorismo e do senso de bem servir que nasce o comunitarismo. Todas essas coisas estão ligadas à sã doutrina católica.

4) A meritocracia impessoal só leva à tecnocracia, pois só as qualidades técnicas contam, ao invés do caráter. É por isso que muitos no funcionalismo público têm um péssimo caráter. Isso é fruto de uma ordem descristianizada, em que o Estado está dissociado dos valores da Igreja Católica.

5) Onde o dinheiro tende a falar mais alto, a meritocracia se promove através do servilismo que se dá ao se puxar o saco do chefe ou quando o sujeito é um bom técnico. Onde o amor ao dinheiro fala mais alto, a impessoalidade fala mais alto. Por isso que a eficiência é tomada como se fosse religião - a ordem pode até funcionar bem, como se fosse um verdadeiro relógio suíço, mas ela não estará embasada em sólidos valores morais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2016 (data da postagem original).

A democracia promove o totalitarismo

1) Onde quer que se vá, a quantidade de idiotas é infinitamente maior do que a dos sensatos. Num regime que tende a igualar a opinião do sensato a do idiota, o que vai acontecer será à promoção do relativismo moral, fundado no mais puro populismo e no mais puro utilitarismo.

2) Neste tipo de ordem, o peso do meu voto é de 1 para 150 milhões do que estão aptos a votar, bem abaixo de 1 por cento. Ou seja, ainda que eu vote corretamente, ainda que todos os sensatos - os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - votem corretamente, a possibilidade de vencermos no voto é ÍNFIMA. A mentalidade revolucionária é a que mais se beneficia com a democracia, pois ela nega o fato de que a ordem virtuosa pode se dar por um só homem, que é conforme o Todo que vem de Deus, coisa que vemos na monarquia e na aristocracia. 

3) Não é à toa que os esquerdistas dominam as universidades. Pelo que puderam verificar, a partir de dados sociológicos, a maioria de nosso povo só se contenta com o que está disponível e só sabe conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Basta apelar, promovendo mundos e fundos, contratar os serviços de um bom publicitário eleitoral e eles são eleitos. Ainda que a sabedoria convencional, humana e dissociada da divina, diga que a culpa é do eleitor que votou mal ou que se absteve de votar, eu digo que a culpa está sempre no fato de se tomar a democracia como se fosse religião, pois ela tende a reduzir o país como se religião totalitária de Estado, a ponto de tirar, de nosso imaginário, Deus como sendo o centro de todas as coisas.

4) O regime democrático nasceu num país onde não se acreditava na fraternidade universal, própria do Cristianismo, e também num ambiente onde a autoridade da Igreja foi constantemente negada. Se a educação da Igreja Católica era voltada para formar a elite - e o povo se tornava virtuoso imitando essa elite, que imitava a Cristo -, a educação protestante era voltada para educar o povo em sua sabedoria humana dissociada da divina, uma vez que não crer numa hierarquia virtuosa leva necessariamente a não se crer na aristocracia como a base de todas as coisas, uma vez que ela aponta para o que se dá no mais alto dos céus. Eis aí as raízes do populismo e do totalitarismo, próprios de nossa república.

5) A decadência da civilização cristã é diretamente proporcional ao momento em que se começou a acreditar na reforma protestante enquanto sinônimo de progresso civilizatório e moral. O que aconteceu foi justamente o contrário: foi decadência moral e civilizatória.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2016 (data da postagem original).

quarta-feira, 9 de março de 2016

Somos monarquistas porque somos patriotas

1) Antônio Sardinha disse uma coisa interessante: "Somos monarquistas porque somos patriotas".

2) O próprio Cristo Crucificado de Ourique fez de D. Afonso Henriques Rei de Portugal. Cristo não fez de ninguém presidente em nenhuma parte do mundo português - e isso inclui o Brasil.

3) Se um bom rei ou imperador toma o povo todo como se fosse uma grande família, então tomar nosso rei ou nosso imperador por pai é tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

terça-feira, 8 de março de 2016

Notas o neoconstitucionalismo, enquanto mentalidade revolucionária

Paulo Thomopoulos: Existe um movimento Pós-Segunda Guerra Mundial que predomina na doutrina constitucional e, infelizmente, isso acaba moldando a nossa "tradição" de juristas constitucionais. E juristas formados nesta mentalidade são a base pela qual se forma a composição do STF.

José Octavio Dettmann: E essa tradição fincou raízes na Carta de 1946, passou pelas cartas de 1967 e 1969, até a Carta de 1988. Esse pessoal é herdeiro direto da revolução de 1930, marcada pelo salvacionismo. E ela mesma foi herdeira direta de Kelsen, o pai da jurisdição constitucional. Essa geração toda foi influenciada pelo constitucionalismo italiano, marcada pela jurisdicionalização do conflito de interesses que se dá entre o capital e o trabalho, a base do fascismo.

José Octavio Dettmann: Além da guerra política que mencionei, há ainda essa guerra cultural que se dá no âmbito das nossas faculdades de Direito. E isso pede também conquistemos as universidades, de modo a que o pensamento jusnaturalista volte a ser a principal corrente das nossas universidades, pois isso que escrevi é próprio de quem é adepto da tradição jusnaturalista.

Paulo Thomopoulos: Afinal, sem o jusnaturalismo não há direito constitucional. Penso este ser o caminho para desconstruirmos este neoconstitucionalismo e os outros "neos".

José Octavio Dettmann: Sim. No preâmbulo da Carta de 1988, a lei constitucional invoca a proteção de Deus. Se ela invoca isso, então ela se sujeita ao exame da Lei da Boa Razão.

Paulo Thomopoulos: Eis o ponto! A maioria dos juristas entende que o preâmbulo da CF não tem efetividade - e nós sabemos que isso é não passa de papo furado.

José Octavio Dettmann: Se Deus não for o norte das coisas, então tudo não passará de preconceito - e isso vira anarquia.