1.1) Ainda que algumas pessoas conservem o que é conveniente e sensato, certas coisas se tornam insensatas porque nós somos limitados, deficientes, já que a onisciência nos foi negada.
1.2.1) Aristóteles percebeu que a virtude está na completude e que o vício está na prática insuficiente das virtudes.
1.2.2) Basta que haja essa deficiência na prática das virtudes fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus que o conservantismo insensato se manifesta, ainda que de maneira não intencional.
2.1) Santo Agostinho acertou em cheio ao dizer que o mal decorre da ausência de bem - e isso se dá quando essa deficiência é estimulada por uma cultura de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade que não é reprimida por todos aqueles que tem o poder e que podem combatê-la - afinal, não opor-se ao erro é aprová-lo. O pior dos mundos pode surgir do casamento da prática insuficiente das virtudes cristãs com o "admirável mundo novo" da heresia.
2.2) É por conta desse crime comissivo por omissão que o relativismo moral de tempos em tempos volta a imperar, gerando uma verdadeira crise no nosso modelo de civilização. Na verdade, o problema não está no modelo, fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, mas no fato de que não há exemplos de santidade disponíveis para se promover o devido restauro dessa realidade.
3.1) É por essa razão que precisamos ser guiados pelo Santo Espírito de Deus para conservar o que é conveniente e sensato, sem que caiamos no pecado do conservantismo.
3.2) É pelas águas do batismo que recebemos esse Espírito e nos deixamos ser guiados por ele.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de maio de 2018 (data da postagem original).
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