1) Confesso que estou criando um verdadeiro asco a duas perguntas que muitos dos EUA costumam me fazer: "what do you do for a living?" e "what are your plans for today, tonight, tomorrow and so on?"
2.1) Eu sou escritor e darei o melhor de mim para prosperar missão que me foi dada por Deus.
2.2) Esse negócio de me perguntar de onde vem o meu sustento é coisa própria dos pagãos, como disse Jesus. E numa cultura onde a riqueza é vista como sinal de salvação, essa pergunta tende a ser uma verdadeira tortura - a América está certamente cheia de pagãos batizados, como bem apontou o Tiago Tomista.
3.1) O Brasil copiou esse aspecto da cultura americana, relegando a vocação de servir a Cristo em terras distantes ao esquecimento. E isso, aliado ao nosso espírito insolidarista, gerou uma mentalidade dinheirista que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo.
3.2.1) Além disso, as coisas no Brasil são muito instáveis e difíceis de serem conseguidas; a vida aqui deve ser vivida dia após dia, pois cada época tem suas especificidades, seus próprios problemas. Só assim teremos a dimensão do ontem, do agora e do depois em perspectiva história, já que tempos difíceis criam homens nobres.
3.2.2) Por isso, quem vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus não faz planos, pois a vida neste mundo é um vale de lágrimas - Deus, através do Espírito Santo, nos guia para fazer o que deve ser feito, pois devemos preparar o caminho do Senhor. E como prêmio, nós adquirimos algumas riquezas que devem ser guardadas para o futuro, para o tempo de vacas magras.
3.2.3) Esta riqueza, se for bem usada, ajudará na construção do bem comum, essencial para se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, fazendo distribuir o bom exemplo às futuras gerações, que imitarão este modelo de amizade para com Deus (santidade).
3.2,4) A maior prova de que a vida não é mecanismo é que o planejamento sistemático da vida reduz a pessoa às suas funções na vida, ao seu papel social, a ponto de se tornar um escravo desse papel.
3.2.5) Se sou carpinteiro, eu posso ser substituído por outro carpinteiro, se o objetivo é fazer as coisas com a mesma perfeição técnica e qualidade. Mas isso é utópico, pois cada pessoa é única - logo, o capricho do meu serviço de carpintaria talvez não possa ser bem feito por quem eventualmente me substitua, o que me torna uma espécie de artista ou artífice. E se for bom no que faço, eu me torno famoso, tal como já houve no passado, sobretudos na Idade Média ou no Renascimento.
4) Enfim, estes são alguns aspectos do americanismo que devem ser desprezados: a salvação pela riqueza e a obsessão pela vida planejada. É ilusão buscar neste mundo o paraíso que devemos buscar na vida eterna.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2018.
2.1) Eu sou escritor e darei o melhor de mim para prosperar missão que me foi dada por Deus.
2.2) Esse negócio de me perguntar de onde vem o meu sustento é coisa própria dos pagãos, como disse Jesus. E numa cultura onde a riqueza é vista como sinal de salvação, essa pergunta tende a ser uma verdadeira tortura - a América está certamente cheia de pagãos batizados, como bem apontou o Tiago Tomista.
3.1) O Brasil copiou esse aspecto da cultura americana, relegando a vocação de servir a Cristo em terras distantes ao esquecimento. E isso, aliado ao nosso espírito insolidarista, gerou uma mentalidade dinheirista que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo.
3.2.1) Além disso, as coisas no Brasil são muito instáveis e difíceis de serem conseguidas; a vida aqui deve ser vivida dia após dia, pois cada época tem suas especificidades, seus próprios problemas. Só assim teremos a dimensão do ontem, do agora e do depois em perspectiva história, já que tempos difíceis criam homens nobres.
3.2.2) Por isso, quem vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus não faz planos, pois a vida neste mundo é um vale de lágrimas - Deus, através do Espírito Santo, nos guia para fazer o que deve ser feito, pois devemos preparar o caminho do Senhor. E como prêmio, nós adquirimos algumas riquezas que devem ser guardadas para o futuro, para o tempo de vacas magras.
3.2.3) Esta riqueza, se for bem usada, ajudará na construção do bem comum, essencial para se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, fazendo distribuir o bom exemplo às futuras gerações, que imitarão este modelo de amizade para com Deus (santidade).
3.2,4) A maior prova de que a vida não é mecanismo é que o planejamento sistemático da vida reduz a pessoa às suas funções na vida, ao seu papel social, a ponto de se tornar um escravo desse papel.
3.2.5) Se sou carpinteiro, eu posso ser substituído por outro carpinteiro, se o objetivo é fazer as coisas com a mesma perfeição técnica e qualidade. Mas isso é utópico, pois cada pessoa é única - logo, o capricho do meu serviço de carpintaria talvez não possa ser bem feito por quem eventualmente me substitua, o que me torna uma espécie de artista ou artífice. E se for bom no que faço, eu me torno famoso, tal como já houve no passado, sobretudos na Idade Média ou no Renascimento.
4) Enfim, estes são alguns aspectos do americanismo que devem ser desprezados: a salvação pela riqueza e a obsessão pela vida planejada. É ilusão buscar neste mundo o paraíso que devemos buscar na vida eterna.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2018.
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