Pesquisar este blog

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Um velho desejo que tenho


1) Queria passar esses tempos horrorosos de carnaval longe da muvuca, falando com gente inteligente sem esse calor de 40 na moleira. No deserto do Arizona, posso ligar o ar condicionado sem problema; lá, a energia não é cara. O Rio não é deserto, mas não tenho liberdade nem pra ligar o ar.

2) Se o país inteiro está pirando no Carnaval, então só me sobrou a Virgínia, onde o Olavo de Carvalho​ está. Lá na casa dos Carvalho posso falar coisas na minha própria língua, ouvir coisas inteligentes do Olavo e ver ele me matar de rir, como só ele é capaz de fazer comigo. Lá não verei nenhum imbecil coletivo perdendo tempo na vida a procurar uma casa pro caralho, como fazem aqui em fevereiro - e o fruto dessa "relação" com toda mulher que pira só vai parir em novembro, quando todos os homens irresponsáveis que comem somem, quando a casa estiver desabando e a responsabilidade de ser pai chamando.

3) Os netinhos um dia aprenderão a língua do avô e um dia (quem sabe?) eu tenha a honra de conversar com eles. Inglês não é a minha praia - o português já me basta. Só me faço do inglês para compreender o que os outros escreveram e que não foi convertido para o português. 

4) Qualquer conversa noutra língua que não na língua nativa tenderá a ser macarrônica. Eu compreendo razoavelmente o inglês falado, mas não posso responder ao americano no inglês, mas na minha língua nativa, o português - até porque não consigo raciocinar em inglês com a mesma liberdade com a qual estou acostumado no português. Se ele pudesse entender o português, ele me responderia em inglês e a conversa seria muito boa e mais fluida.

5) Enfim, ser um monoglota é uma desgraça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário