1) Em Adam Smith, a economia clássica esbarrou no problema do valor, que era medido no valor do trabalho.
2) Na Alemanha, a questão do valor nunca foi separada da utilidade, a ponto de surgir uma escola na Áustria que explica o valor pautado nas necessidades do homem, dando um aspecto psicológico ou subjetivo à economia.
3.1) Mas o mundo centrado no homem, pelo homem e para o homem é o mundo do animal que mente, o que faz com que os preços tendam a ser arbitrários.
3.2) A verdadeira medida de todas as coisas é Cristo, uma vez que Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Deus foi-nos igual a tudo, menos no pecado. Por isso Ele é a fonte de toda a justiça, uma vez que é a verdade em pessoa, o fundamento da liberdade.
3.3.1) É conhecendo o Cristo necessitado e suas circunstâncias que compreendemos as razões pelas quais o prestador de serviço aumenta e diminui de preço as coisas de modo a conquistar seus clientes.
3.3.2) Quando ele aumenta o preço de seus produtos, devemos saber as razões pelas quais ele tomou esta decisão de negócio - se a decisão for justa, paguemos o que ele pede; se as razões forem injustas, isso caracteriza usura, e isso é pecado. O prestador de serviço que fizer isso deve ser repreendido de modo que não faça mais isso, dado que isso se trata de amor ao próximo, uma vez que devemos ver Cristo nessa pessoa.
4.1) O tripé da economia é este: valor, utilidade e justiça - e esses três elementos produzem uma trindade, um plano de salvação fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem como a medida de todas as coisas. E esta trindade visa atender às três necessidades do homem: as necessidades do corpo, da alma e do espírito.
4.2) Isso faz da economia, enquanto ciência auxiliar da política, uma ciência a serviço da trindade, uma vez que a política, quando organizada, promove a caridade, o que leva à continuação da trindade, a ponto de a cidade dos homens ser um espelho da Jerusalém celeste.
.José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 20 de maio de 2020.